Sobre o caso do juiz Carlos Alexandre e a sua entrevista à RTP, com o consequente processo de inquérito disciplinar, o Expresso e o Sol escrevem directa e indirectamente nas edições deste fim de semana.
Primeiro o Expresso:
O artigo de Micael Pereira ( que se esforça por ser jornalista...) é quase neutro. Noticia e depois dá o palpite: as declarações tiveram o efeito de boomerang, ou seja viraram-se contra ele. Não é bem assim, jornalista Micael. Quem se virou contra o juiz não foram as declarações em si, foi sim o CSM de Mário Belo Morgado. Tal como acontecera antes em ocasiões propícias e quando foi entrevistado pela SIC. O pretexto é sempre o mesmo: a imagem do poder judicial. Quanto à imagem que o próprio CSM projecta, isso são contas de outro rosário que o jornalismo não quer alcançar.
No jornal aparecem dois artigos dois sobre o assunto e de dois komentadores dois do kostume.
Primeiro Sousa Tavares, o compadre do DDT e de quem nunca verdadeiramente se demarcou. Por isso mesmo nem devia escrever sobre Carlos Alexandre porque é suspeito ao máximo de parcialidade necrófaga de abutre à espera da presa inerte: quer ver o juiz apagado do processo e para tal usa argumentos risíveis que poderia afogar na circunstância de as decisões do juiz em causa terem sido todas ( excepto a do juiz Rangel) apoiadas por tribunais superiores.
Outro cuja subjectividade é altamente suspeita de esconder interesses pessoais ligados a preocupados com o caso Marquês é o filho do poeta Herberto.
Este é um dos verdadeiros komentadores de pacotilha que temos nos media. Influente junto de ignaros e deslumbrados da argumentação capciosa, envereda pela rasteira das evidências de circunstância, escondendo a realidade que o aflige. Nunca denunciou desmandos antigos que são evidenciados no processo Marquês nem com isso se importou. Incomoda-o sim a violação de segredo de justiça, a violação de regras formais processuais que podem safar amigos e entalados, etc etc.
A verdade, para este komentador, é sempre circunstancial.
Se no Expresso este panorama define a linha editorial do jornal e dos interesses que defende, no Sol o vinho é de outra pipa.
Por exemplo, em duas páginas mostra o que incomoda alguns daqueles komentadores: a rede tentacular de influências que vem de trás e anda a tocar-se para a frente:
Por isso mesmo as notícias têm outra declinação e os komentadores outro estilo. No caso do bcp está um espelho do regime que aqueles komentadores defendem: corrupto até à medula.
Qual é o denominador comum disto tudo? Um partido político que agora está no poder, esteve desde 1995 até 2002; depois, em 2005 até 2011 e depois outra vez, desde 2015 nesta geringonça. Ao todo são muitos anos de poder, influência, vidinhas dependentes como a de alguns komentadores e tutti quanti que a corrupção informal e difusa pode oferecer.
Percebe-se muito bem que um juiz que não lhes tenha feito jeitos à moda de um tal Range, tenha muitos inimigos que o querem ver pelas costas. O Costa é um deles....e eles sabem muito bem disso.
Portanto, todos os pretextos são bons para o desiderato exposto. Mesmo vender opiniões a troco de futuras vantagens ou presentes cautelas.
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