Isto não é um caso qualquer. O que os juízes que julgaram esta acusação disseram é suficientemente grave para suscitar uma reflexão profunda acerca de quem a fez e de quem investigou.
Temo que o Ministério Público em Portugal esteja numa situação grave e esteja a ser orientado nestas matérias por princípios errados. Acusar não deve ser um objectivo porque o Ministério Público tem que respeitar o princípio da objectividade e ao investigar fazê-lo à charge e à décharge, ou seja contra o suspeito ou arguido e também a favor.
Por outro lado, as polícias, particularmente os opc que lidam com o fenómeno da corrupção têm que ver melhor e não se deixar iludir pelo fenómeno daqueles que costumam ter mais olhos que barriga. É ao MºPº que dirige o inquérito ( no caso a procuradorda do DCIAP, Susana Figueiredo) que compete filtrar os elementos da investigação, porque para isso é que são magistrados e não meros juízes de inquéritos efectuados por outros.
A construção de uma acusação por meros palpites ou quando muito indícios que podem ser desfeitos em julgamento, gera estas dissonâncias e prejuízos para a imagem da magistratura do MºPº.
Quem deve saber disto melhor que poucos é um dos advogados do processo, Castanheira Neves que é também membro do CSMP, designado pelo poder político.
É dele que se pode esperar a acção concreta, junto do CSMP para a reflexão profunda que se impõe, a vários níveis: desde o nível das coordenações sectoriais do MºPº, ao da formação dos jovens magistrados cujos formadores seguem o princípio de que o que vem de trás toca-se para a frente e também das inspecções do MºPº, que habitualmente não vêem um boi destas matérias, enfronhados que estão na análise burocrática dos processos, para ver se o magistrado acusa muito ou sabe por no final dos despachos que os mesmos "foram processados em computador e revistos pelo signatário"...
Muito trabalho a fazer no Ministério Público. Esta é uma derrota histórica de uma certa concepção ultrapassada do MºPº. Esperemos que aprendam a lição, mas duvido muito, porque o que se passa com o caso dos angolanos, supostamente corruptos e traficantes de capitais, ainda é mais grave.
Já aqui o disse e repito: não é o MºPº português que vai conseguir colocar em julgamento o regime corrupto de Angola. Portanto, o melhor é não fazer de conta que sim...
Outro caso que recende a escândalo e vai dar em ratos paridos por montanhas é o do "terrorismo" em Alcochete. É insensato e até estúpido o que está a acontecer. Agora até é um processo "de especial complexidade" porque tem "elevado número de informação". Assim já há mais tempo para deduzir a acusação. Temo o pior...
Já aqui o disse e repito: não é o MºPº português que vai conseguir colocar em julgamento o regime corrupto de Angola. Portanto, o melhor é não fazer de conta que sim...
Outro caso que recende a escândalo e vai dar em ratos paridos por montanhas é o do "terrorismo" em Alcochete. É insensato e até estúpido o que está a acontecer. Agora até é um processo "de especial complexidade" porque tem "elevado número de informação". Assim já há mais tempo para deduzir a acusação. Temo o pior...
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