sexta-feira, julho 05, 2019

José Sócrates: mentiras repetidas.


O antigo primeiro-ministro José Sócrates, acusado de 31 crimes no âmbito da Operação Marquês, voltou a afirmar que foi pressionado pela Sonae para interceder na Operação Pública de Aquisição (OPA) à PT, quando era governante. A versão de Sócrates, difundida pela TVI, é feita num conjunto de respostas que o antigo primeiro-ministro vai enviar “ainda hoje” à comissão parlamentar de inquérito à Caixa — e a que a estação de televisão “teve acesso”. Porém, já tinha sido feita em 2017, num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias.

Como esta versão de José Sócrates sobre o que se passou na OPA da SONAE já tem barbas e de molho, vale a pena reproduzir o postal que sobre o assunto aqui publiquei em 18.3.2017. As mentiras têm pernas curtas e o Perna sabe mais do que já contou...:

Observador:

José Sócrates diz que Paulo Azevedo tentou recolher o apoio de última hora do seu Governo à Oferta Pública de Aquisição (OPA) do capital da Portugal Telecom (PT) lançada pela Sonae em 2006.

De acordo com um artigo de opinião que o ex-primeiro-ministro publicou este sábado no Diário de Notícias, Sócrates diz que o líder da Sonae ligou-lhe na véspera da Assembleia-Geral da PT que iria votar a desblindagem dos estatutos, que ocorreu em março de 2007.

“Alguns dias antes da assembleia geral da PT, o dr. Paulo Azevedo fez-me um derradeiro telefonema solicitando-me que o governo revisse a sua posição no sentido de dar orientações expressas à Caixa [Geral de Depósitos] para apoiar a referida OPA. Respondi-lhe que o governo não o faria e que se manteria fiel à sua conduta inicial de estrita neutralidade. Dei conta desse telefonema ao sr. ministro da tutela [Mário Lino]”, escreve Sócrates.


Curiosa neutralidade. Em 1 de Março de 2007, dias antes da Assembleia-Geral da PT referida no texto, a revista Visão publicou estas duas páginas em que avulta a informação do jornalista subscritor no sentido de "a tão proclamada neutralidade de José Sócrates, desde o início da operação, ameaça, agora. pender para o núcleo  de accionistas opositores ao projecto da Sonaecom, liderado por Ricardo Salgado, presidente do BES."

Ou o jornalista era bruxo ou sabia de algo que se preparava. É escolher a opção...e pensar se Paulo de Azevedo e Belmiro de Azevedo não terão razão quando afirmam que "estavam todos feitos".



Alguns meses antes desta reunião da AG da PT, em Setembro de 2006, Henrique Granadeiro era notícia de primeira página no pasquim de Pedro Tadeu ( que afirmou não ler o jornal se não o fizesse): afinal não estavam apenas "todos feitos". Eram todos amigos de conveniências e proveniências várias que desembocavam no mesmo interesse primordial: milhões de euros. E os jornalistas sabem muito bem disso porque lá estiveram, à pala do Granadeiro e da PT, na altura uma vaca com farto úbere que dava emprego a quem fosse conveniente. O Expresso de 20 de Maio de 2006 até se admirou disso...




Os resultados da OPA, na Visão de 8 de Março de 2006, dias depois da realização da mesma, com entrevista ao vencedor Henrique Granadeiro: o Santander era um "banco traidor" porque tinha apoiado o Belmiro da Sonaecom. O resto sabe-se agora e quem foram mesmos os verdadeiros traidores.





Estes recortes são o diabo...que tapa com uma mão e descobre com as duas. E vai ser isto que o processo vai dar a conhecer ao público em geral. Vai ser mesmo o diabo ou muito me engano.


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Megaprocessos...quem os quer?