segunda-feira, novembro 11, 2019

A canonização de um santo português não é notícia de primeira página em Portugal

Ontem, na Sé de Braga, decorreu a cerimónia de acolhimento da canonização de um santo português: Frei Bartolomeu dos Mártires, cuja biografia resumida aqui se pode ler e de onde se retira esta ilustração:


Ontem nas tv´s foi dado relevo ao assunto, naturalmente porque o presidente da República lá foi e falou até da desgraçada que tentou matar o filho recém-nascido. Fica sempre bem falar da pobreza com a barriguinha cheia e os media não perdem pitada com tais proclamações de boas intenções. Até o arcebispo de Braga as transmitiu...
Por outro lado S. Bartolomeu também era afeiçoado aos pobres que viviam nas suas redondezas e até lhes daria comida pelo postigo do convento onde se encontrava e onde repousam os seus restos mortais: no Convento de Santa Cruz, junto à Igreja de S. Domingos em Viana do Castelo.

A SIC mostro o lado do espectáculo cerimonioso:

Independentemente das virtudes do novo santo, exaltadas na cerimónia, houve o lado noticioso: afinal temos ao todo nem sequer uma dúzia de santos canonizados pela Igreja e isso desde o século XII. Três deles canonizados no século XX e outros três já no século XXI.

Por outro lado, S. Bartolomeu dos Mártires  foi ao concílio de Trento nos anos 1562 e 1563, já na parte final de tal reunião magna da cristandade e conforme relata a Wikipedia ( embora haja um especialista na vida e obra do santo que conhece este blog e poderá contar melhor...) teve lá um papel importante:

Sua participação no Concílio de Trento marca uma importante época na vida de Bartolomeu dos Mártires, que teve um papel principal na assembléia. O Arcebispo de Braga estava entre
os três prelados portugueses que atenderam ao chamado de Roma para participar do Concílio e seu vasto conhecimento teológico e o fato de ter sido um dos primeiros a atender a convocação, fizeram com que logo ele fosse respeitado entre os presentes. [19]

Sua ação no Concílio foi marcada pela defesa do princípio da correção fraterna e da força episcopal como principal força da reforma. Após chegar a cidade de Trento, Bartolomeu dos Mártires ficou por alguns meses esperando pelo início das suas sessões e durante esse período, ele escreveu a Suma Geral dos Concílios, O Stimulus Pastorum e outras duzentas e sessenta petições que tratavam do estado da Cúria e da necessidade de uma reforma. [20] Ele defendeu a importância dar fim ao absenteísmo e à negligência dos bispos e afirmou o poder episcopal frente à investida dos embaixadores de Portugal e da Espanha. [20]
De resto foi a Trento transportado numa mula. Que fez a viagem de ida e...volta, porque o santo não quis trocar por outra alimária.  

De tudo isto que merece notícia de primeira página, o Jornal de Notícias de hoje relatou assim, numa página ímpar escondida no interior:

O CM relatou melhor um pouco, também escondendo em página par: 

 O Público? O Público já nem existe para estes fenómenos de alienação burguesa...porca miseria. Nem uma local...porque esta canalha que dirige o jornal não entende sequer a nossa História e tradição. E quanto a Religião nem vê-la. 

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