terça-feira, julho 12, 2022

O despudor comunista

 A revista Visão tem um suplemento de História cujo número de Junho é este:


O sumário é um pouco mais explícito:


Portanto temos mais algumas memórias da "noite", trazidas por uma espécie curiosa: os que defendiam os "amanhãs a cantar". 

É por isso que caricaturaram a "noite" do seguinte modo, em 1934, mostrado num artigo intitulado "a polícia do medo":

Que também relata o que sucedia nesse tempo e no imediatamente anterior, para explicar o aparecimento da "polícia do medo", embora o anterior seja apenas um aperitivo histórico para o que pretendem: vilipendiar, sempre, Salazar que foi quem lhes cortou as esperanças de termos por cá, também nós, os celebrados amanhãs a cantar, por que suspiravam, alguns deles ainda hoje:


Na habitual amálgama aparece na cronologia a evolução do medo e da sua polícia, sem soluções de continuidade desde 1928 até 1969, demonstrando a essência do fassismo, tal como o entendem. 
Para além desta Flunser, autora de três artigos, a revista acolhe nesta abordagem histórica, Paulo Marques da Silva que escreve sobre o "informador Inácio", um funcionário da CP que vigiava e reportava à polícia política o que lhe parecia subversivo para o regime; João Madeira, autor da obra Vítimas de Salazar-Estado Novo e violência política; Clara Teixeira e Luís Farinha, mais Marianela Valverde, filha de um preso político da Marinha Grande; Luís Almeida Martins e mais um ou outro antifassista encartado na História contemporânea, como José Carlos Vasconcelos, advogado e jornalista, todos redactores da revista que sucedeu ao antigo O Jornal e que aqui apresentam pela enésima vez a sua visão particular do fassismo tal como o conheceram e lhes contaram. 

Portanto temos direito ao cardápio habitual das catilinárias contra o regime, a ditadura, a ausência de liberdade, a repressão policial e política, tudo contado no modo corriqueiro de quem sente uma superioridade moral e intelectual relativamente aos que defendiam o regime hediondo. 
Aparentemente tais autores são grandes defensores das liberdades cívicas e políticas e daí a superioridade moral que lhes acalenta a alma de antifassistas. 

Nunca se lhes conheceu um escrito que equacionasse o seguinte: 

Nos anos trinta do século XX  o comunismo soviético e estalinista era defendido em Portugal pelo PCP e Salazar e o regime opunham-se-lhe. A polícia política, a repressão e a limitação das liberdades cívicas tinha essa justificação, aliás como em Espanha, onde o mesmíssimo comunismo internacionalista procurava um nicho para alastrar. A guerra civil espanhola apareceu também por causa disso e o comunismo foi derrotado em 1939, durante uma guerra civil que durou três anos e tinha antecedentes. 
Salazar era por isso ferozmente anti-comunista. E tinha razão, como a História o confirmou. 

As razões para terem algum pudor são claras mas estes escribas omitem-nos, esquecem e cilindram em cada palavra que escrevem contra o fassismo o que os torna em poços de contradição.  São  objectivamente cúmplices deste horror denunciado há décadas e que aliás, por si e pelos seus antepassados queriam que fosse o regime em Portugal. 
Poucos se arrependeram, não têm qualquer pudor em apresentar o fassismo português como horroroso, não mostrando claramente a quem os lê,  a alternativa que queriam para o nosso país e que era esta, precisamente na mesma altura em que aquela infausta Flunser refere, o ano de 1934 e que era do pleno conhecimento dos opositores a Salazar, porque alguns deles estiveram na União Soviética nessa mesma altura, para apreciar e aprender estes métodos que aplicariam de modo mais eficaz do que Salazar jamais o fez com a brandura de costumes habitual. Os "safanões" soviéticos eram deste tipo:












Mais: o fassismo acabou em 1974, mas na terra dos amanhãs a cantar, estendida a outras latitudes que aqueles escribas gostariam que tivessem incluído a nossa terra, houve terror, execuções arbitrárias, assassínios indiscriminados, repressão do tipo STASI e pior que isso, pelo menos até 1989!

E nem aí, depois disso, estas almas penadas do antifassismo ganharam algum pudor para escrever sobre o fassismo de Salazar. 

É preciso ter descaramento histórico!

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