quinta-feira, julho 07, 2022

Marianne: 25 anos, já!

 Em Maio de 1997, há cerca de 25 anos,  comprei este primeiro número de uma revista semanal que viria com o tempo a servir-me de guia intelectual para diversos assuntos da actualidade, assim como fonte de conhecimento cultural em várias matérias, em modo de divulgação:


O editorial do começo fixou as directrizes fundamentais da orientação político-ideológica da revista com as quais me identifiquei ao longo dos anos:



De igual modo apresentava o corpo redactorial, incluindo o fundador e director, Jean-François Khan que é o indivíduo careca e de camisa azul clara, ao centro, na terceira fila a contar de cima que em tempos já mencionei aqui e que tem este perfil na wiki.


Khan, descendente de judeus, tal como a maioria dos jornalistas que dirigiram as principais revistas francesas ( L´Express, Le Nouvel Observateur e julgo que mesmo o Le Point) fundou em 1984 outra revista que costumava comprar, a L´Évenement du Jeudi, já acabada.

A Marianne tal como aquele editorial referia e o número comemorativo publicado esta semana também indica, tem sido uma revista fundamental para se entender os fenómenos político-mediático-sociais do ponto de vista da Europa e perspectiva pró-ocidental, democrática e maioritária e que me parece a mais equilibrada de todas as que leio, incluindo a Le Nouvel Observateur, agora L´Obs. Para além disso tem o bónus de trazer excelentes cartoons, assinados pelos maiores desenhadores do género, em França. E são muitos. 

Não obstante, parece-me que foi sempre razoável e moderada naquela visão político-social, o que me agrada, não embarcando facilmente em visões radicais e extremistas da sociedade em que vivemos e que têm originado o aparecimento de movimentos políticos ditos de extrema-direita mas cuja confusão ideológica é de tal ordem que não é possível saber onde se situa a fronteira de tal radicalismo e se passa para o lado oposto, o do comunismo totalitário, tal como a actual guerra na Ucrânia revela e expõe com saciedade.

Aqui fica o resumo dos 25 anos, feito pelos actuais redactores da revista: 




Depois destes anos todos ainda não cheguei à conclusão de que o actual sistema democrático, ocidental e europeu é pior do que qualquer alternativa que nos pretendem sugerir, mormente o sistema mais radical e afastado de tal noção de democracia. 

Por isso continuo a ler a Marianne e a aprender coisas interessantes, todas as semanas. Já lá vão 1320 e comprei seguramente mais de metade deles. 

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