quinta-feira, novembro 03, 2022

Magistrados, corrupção e sistema de contactos

 Leia-se este artigo desfocado, inconsequente e inútil acerca do problema da corrupção na magistratura, publicado ontem no Público:


Sob a aparência de uma preocupação com a corrupção na magistratura requisita-se a comparência na discussão do Conselho Superior da Magistratura, não se sabe bem para quê e como porque o autor não diz, esquecendo por outro lado que tal órgão de gestão e disciplina dos magistrados judiciais nem sequer se deveria meter no assunto, de natureza diversa das respectivas atribuições. 

Pedir a um órgão administrativo, o CSM, com a composição actual de uma maioria de políticos designados, para se pronunciar sobre os resultados de um inquérito com perguntas capciosas é algo que não se entende, a não ser para mostrar serviço. 

Agora leia-se este artigo na Sábado de hoje sobre o mesmo assunto...


Só falta a Eduardo Dâmaso colocar os nomes aos boys que fazem as figuras descritas, o que aliás é fácil bastando ver quem foram os magistrados que assumiram cargos de confiança política na última dúzia de anos, para não irmos mais atrás e depois o que fizeram a seguir. 

O manto lançado não é de suspeição mas de prevenção. Não significa tal exposição que os ditos sejam corruptos, apenas que não deveriam associar-se a corruptos, como aconteceu em alguns casos nem deveriam ter aceite tais cargos porque os mesmos lhes foram entregues por serem magistrados, apenas. Desvirtuaram a função, abandalharam o respeito inerente e alhearam-se das consequências, perdendo o capital de isenção, independência e honorabilidade que lhes estava associado. 

Eduardo Dâmaso vai mais além e entrega ao leitor o mais perversos sistema de contactos como fonte de corrupção latente e potencial. 

A tendência de certos magistrados em "amesendar nos círculos de certos poderes, para o convívio em tertúlias e fóruns sobre o futuro da justiça, do país e da humanidade, para as comissões de serviço por nomeação política, onde passam carreiras quase inteiras, provoca alguma permeabilidade."

É isto e se o dirigente sindical não entende isto, escusa de escrever sobre o assunto: não entende nada!

De resto, quase todos os ditos magistrados "amesendados" detestam o juiz Carlos Alexandre. Et pour cause...


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Megaprocessos...quem os quer?