terça-feira, novembro 08, 2022

O Primeiro-Manhoso não quer um Ministério Público independente

 É o que diz o presidente do Sindicato...e como quem tem a faca e o queijo do Orçamento na mão, em maioria absoluta, faz o que bem entende e limita os meios que poderiam incomodar o poder político, estamos já entendidos sobre a matéria em causa. 





Qual a importância disto? Um exemplo, através do caso do autarca Miguel Alves, promovido a ajudante do Governo do Primeiro-Manhoso.

No outro dia o Público noticiou um caso duvidoso e até manhoso, envolvendo o ajudante alcandorado ao gabinete do Primeiro-Manhoso, por artes mágicas da partidocracia.
O assunto, segundo o director do jornal nem terá indícios de crime algum, apesar do artigo que o espoletou estar pejado de suspeitas manhosas sobre o comportamento do dito. 
Hoje, escreve assim, em editorial:


O jornal i, limitado à edição online titula de outro modo, ouvindo um profissional da luta anti-corrupção:


Ou seja, há suspeitas fundadas na manhosice partidária habitual de que o caso pode esconder o financiamento oculto e ilegal de um partido, no caso o do Primeiro-Manhoso. 

Para além das declarações ridículas do tal ajudante, proclamando que não falou antes porque queria em primeiro falar à PGR (!?) sobre tal assunto, sobra o facto de se saber que há um inquérito criminal em curso e instaurado logo que se soube da notícia publicamente.

Portanto, um inquérito que é dirigido pelo Ministério Público e coadjuvado pelos órgãos de polícia criminal.
Aliás, o Ministério Público, dirigindo tal inquérito limitar-se-á por cultura e falta de meios, a esperar que tais órgãos de polícia criminal façam alguma coisa para esclarecer o assunto.
Imaginemos que haja algum fundamento nas suspeitas daquele profissional da luta anti-corrupção. O que vão fazer os tais opc? Investigar como, onde e quando? Com que meios e apoios logísticos? 

Descobrir que pode haver dinheiro público que transite de um bolso público, para um privado e depois regresse a um partido manhoso, por vias travessas, se for esse o caso, como é que se investiga?

Só com uma condição: meios e independência. Que o Ministério Público em Portugal não tem. Nem os opc têm, também. Nunca um Primeiro-Manhoso em exercício seria investigado por tal coisa. Nunca um governo e respectivas instalações seriam devassadas por tal minudência banal e corriqueira. Nunca uma sede partidária seria invadida por farejadores profissionais em busca de provas ou pistolas de papel fumegante. Nunca uma conta bancária dessa gente seria escrutinada e nunca alguém ligado a tal prática seria escutado em processo penal. 
Antes disso seriam fustigados os investigadores com algo fumegante e pegajoso,  de outro tipo...ajudados pelos media subservientes e obrigados a isso. 

Portanto, se for esse o caso ventilado pela hipótese aventada pelo profissional da luta anti-corrupção, estamos bem arranjados porque o destino de tal inquérito será o arquivamento. Daqui a uns anos, como costuma ser, nestes casos. 

Para descanso de todos os manhosos, a começar pelo Primeiro...

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