Em 1973 por casualidade e curiosidade reparei que nas montras das livrarias, particularmente na Bertrand havia uma série de livros dedicados a temas algo esotéricos, como as temáticas sobre os deuses que seriam astronautas ou as preferências pelos planaltos sul-americanos dos incas e afins para estabelecimento de bases terrestres.
A alquimia como ciência esotérica medieval de busca incessante da pedra filosofal era outro tema de ponta, assim como a natureza misteriosa do método de construção das catedrais e a simbologia oculta que apresentariam aos iluminados.
Tais livros reuniram-se depois num catálogo que pedi à Bertrand que me enviou nesse ano com esta apresentação:
Entre as obras mais interessantes e mencionadas no dito catálogo estavam estes dois livros:
O livro Despertar dos Mágicos custava então mais de 100 escudos o que era significativo naquele tempo. Porém, surgiu uma alternativa na própria Bertrand e não sei como a descobri: a versão do livro em francês, aliás na língua original, em edição de bolso, da editora prestigiada, Folio. E agora que escrevo isto, lembrei-me como o descobri. Foi com outro catálogo que a Bertrand também me enviou ( costumava pedir catálogos às livrarias e por isso tenho vários desse tempo...). Este:
E o preço, lá vinha...três estrelinhas, 56$00, metade da edição nacional.
Com portes ficou em 60$00, pagos quando o carteiro me trouxe a prenda que era das que mais gostava de receber ( ainda hoje é assim, quanto às prendas vindas pelo correio e daí que perceba os maluquinhos do "unboxing", no youtube):
A leitura revelou-se proveitosa e fantástica, literalmente. A dupla Louis Pawels e Jacques Bergier, particularmente este último, fascinava-me pelo mistério associado, revelado no sumário do livro, com menção a fenómenos para mim novos e fabulosos:
Depois disto foi apenas o tempo de reparar que nos escaparates também havia disto, em brasileiro, mas da mesma proveniência:
Anos depois, numa feira do livro descobri a fonte original, os 12 primeiros números dessa revista dedicado ao realismo fantástico que me fascinava e que fora fundada em 1961, aliás um ano depois da data da primeira edição do Despertar dos Mágicos. Tudo anos sessenta:
Em 21 de Setembro de 2006 o jornal Libération publicou uma espécie de obituário da Planète.
O que me fascinou mais nesta aventura pelo realismo fantástico? A mistura de mistérios e a ligação ao sagrado, com chamada a capítulo de Teilhard de Chardin que que era citado:
"à escala do cósmico, toda a física moderna no-lo ensina, só o fantástico tem hipóteses de ser verdadeiro".
Ora muito bem!
Copiei do livro uma passagem longa com mais de uma dúzia de páginas sobre o "despertar da consciência", mas não coloco porque seria demasiado fastidioso. Mas que é fantástico, lá isso é...
Daqui à ficção científica da revista Métal Hurlant só durou um pouco mais de um ano...
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