Quando comecei a frequentar o ensino secundário, após a primária, o francês foi logo de estudo obrigatório, com cadência regular e semanal.
Em 1972, o livrinho obrigatório para aprender e traduzir era o Lettres de mon moulin, de Alphonse Daudet, com alguns contos típicos da França de antanho.
Não obstante, nessa altura o melhor estímulo para saber francês era o Tintin que comecei a comprar na edição original, belga e cujas histórias careciam de tradução frequente, dando o treino na aprendizagem vocabular.
Como em Portugal, na altura e agora, não havia público suficiente para a publicação de revistas e jornais com a qualidade e diversidade das francesas, a aprendizagem da língua era uma vantagem para se poder ler o que por cá não era possível, sobre diversas matérias, mormente actualidades, artes e história.
E até desporto. Em Junho de 1970 o campeonato do mundo de futebol, com o Brasil em grande destaque e Pelé em todas as notícias levou-me a comprar o primeiro número de uma revista que tinha muitas outras matérias e que nenhuma Flama ou Século Ilustrado nacionais conseguiam emular.
( imagem tirada da net no ebay)Por outro lado, as revistas francesas eram um regalo gráfico estético e por isso o apelo ainda era maior. Em finais de 1973 o pretexto foi a guerra do Yom Kippur, em Israel, Palestina e Egipto. A actualidade era contada de modo mais directo e interessante em revistas como estas:
Desses dois títulos a outros foi uma questão de tempo que durou algumas décadas:
Das revistas de actualidades às de especialidades foi um pequeno passo, com a vista das mesmas expostas nos quiosques.
Uma que então era frequente na exposição de quiosque e com capas apelativas mas de interesse relativo, e que aliás nunca comprei, era esta, neste caso num número de 1970:
( imagem tirada da Net no ebay)Em 1974 com a música rock mais em evidência nos gostos e nas modas, a revista que passei a frequentar para saber quase tudo sobre o fenómeno, foi a Rock & Folk que se distinguia de qualquer publicação nacional, até então em voga, como o Mundo da Canção ou o Disco, música & moda, ou o Musicalíssimo, antes de aparecer a Música & Som, em meados dos setenta, ainda assim muito pobre em relação à publicação francesa Rock & Folk, verdadeira enciclopédia de tal assunto. A par de tal publicação ainda havia a Best, no mesmo estilo e igualmente interessante que no final de 1973 apreciei pela primeira vez:
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