Sobre a gigantesca manipulação mediática a que ontem se assistiu, a propósito do relatório do CEPEJ e das remunerações dos magistrados, a ASJP emitiu um comunicado tentando "parar o mar". Obviamente não o conseguirá porque o efeito pernicioso dos manipuladores que orientam a informação pública em Portugal já se alastrou como nódoa de azeite. E foi esse efeito que aparentemente quiseram, dolosamente, provocar.
Um José Alberto Carvalho e outros que tais, a ganhar mais do dobro de um juiz em "topo de carreira" e que sustentam este tipo de notícias enganadoras, falsas e ignominiosas , nem pudor suficiente terão, para não falar em vergonha pura e simples, em repor a verdade dos factos que manipularam.
O desconhecimento atávico não pode desculpar a incompetência continuada e o que ganham "por fora" do vencimento, precisamente em "subsídios" , por dirigirem o sector da informação, é uma autêntica vergonha nacional que devia ser exposta na praça dos Restauradores como dantes se fazia na China.
Parte do comunicado da ASJP tirado da InVerbis:
4) No que respeita às remunerações, nos juízes em início da carreira, em 46 países, a remuneração ilíquida em Portugal situa-se em 24.º lugar, abaixo de todos os países da Europa ocidental (fls. 205 e 206). Remunerações mais baixas só existem em países como Malta, Bósnia Herzegovina, Montenegro, Turquia, Roménia, Geórgia, Azerbaijão, Albânia ou Moldávia.
5) Na relação da remuneração ilíquida com o rendimento ilíquido médio nacional, a posição dos juízes portugueses encontra-se ainda mais perto do fim da tabela, em 34.º lugar, entre 43 países. Entre 2004 e 2008, relativamente à média nacional, a remuneração ilíquida dos juízes portugueses diminuiu 14,6%, colocando Portugal apenas acima de países como a Hungria, Bósnia Herzegovina, Lituânia, Azerbaijão, Federação Russa e Arménia (fls. 208).
6) Nos juízes do Supremo Tribunal de Justiça, a remuneração ilíquida, em 46 países, situa-se no meio da tabela, em 20.º lugar, abaixo de todos os países da Europa ocidental – excepto Islândia, San Marino e Andorra (fls. 210). Remunerações mais baixas só em países como Malta, Bósnia Herzegovina, Montenegro, Turquia, Roménia, Geórgia, Azerbaijão, Albânia ou Moldávia.
7) Na relação da remuneração ilíquida com o rendimento ilíquido médio nacional, a posição dos juízes do Supremo Tribunal de Justiça em Portugal encontra-se na média europeia, em 21.º lugar, entre 43 países.
Rotundamente falsa, portanto, também, a afirmação de que Portugal é o País em que os juízes são melhor remunerados.
3 comentários:
Ontem o Juiz Orlando Afonso, falou precisamente nesses ordenados, José.
Pois falou mas antes dele falar já os tinha posto aqui e comentado.
Eu estaria disposto a ouvir os argumentos, mas para que servem os erros crassos no comunicado ?
Porque é que se põe em relevo a comparação entre remunerações nominais, que não faz sentido ?
Porque é que se faz no ponto 5 uma afirmação que é desmentida no estudo (ha muitos paises ocidentais desenvolvidos onde o salario de inicio é mais proximo do rendimento médio do que em Portugal). Porquê repetir o erro no ponto 7, furtando-se a mencionar o que interessa, ou seja a comparação com o rendimento médio, que é a unica que da uma ideia da relação entre a remuneração e o poder de compra ?
Que necessidade ha de pegar num relatorio que diz, quanto muito, que as remunerações dos juizes portugueses estão na média, e procurar fazer-lhe dizer o que ele não diz (ou seja que a situação dos juizes é pior do que na maioria dos paises ocidentais desenvolvidos) ?
Sinceramente, não percebo.
O sindicato pensa mesmo que ninguém vai ler o estudo e confrontar o comunicado com ele ?
Eis, quanto a mim, a melhor maneira de perder toda a credibilidade...
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