
Esta notícia do Sol de hoje, a que se juntam factos divulgados ontem à noite por Marques Mendes na tv, matam o caso BPN/Cavaco Silva, no ovo da serpente que se suspeitava poder vir a ser um remake do caso das "dívidas de Sá Carneiro à banca", escândalo animado pelos mesmos que agora agitam este e com os mesmíssimos propósitos turvos e hipócritas.
Cavaco Silva vendeu as acções à SLN, a preço nem sequer de favor porque abaixo do praticado para outros "clientes".
Extrapolar deste caso singular para o assunto BPN, como o faz Vasco Pulido Valente na crónica de hoje no Público, é outra loiça. Mas não é essa que os demais candidatos à presidência querem partir.
VPV escreve que "não tardará, por exemplo, que o público e os políticos se apercebam de que personagens centrais do "cavaquismo" foram também personagens decisivas da tranquibérnia do BPN e que , mesmo dando de barato a sua inocência e virgindade, um homem que mandou no país como primeiro-ministro não os devia deixar à solta e, sobretudo, não devia comprar e vender acções da SLN ( dona da coisa) com o estapafúrdio lucro de 140 por cento, de que em princípio ele- com o seu doutoramento de York e a sua celebrada passagem pelo Terreiro do Paço-devia desconfiar."
Este problema com Cavaco, subtilmente diferente do assunto das acções, a maioria dos portugueses não o entende. E por isso continuará a votar nele...
Os portugueses em geral, preferem os ribombar dos escândalos pintados a cores carregadas ou num preto e branco simplista. Não querem descortinar entre os factos, a verdadeira natureza do problema e que se prende com a idiossincrasia do indivíduo que governou Portugal em época de vacas gordas da CEE e apostou em cavalos errados para sairmos da cauda da Europa.
Não obstante, é isso que me impede de acreditar em Cavaco como presidente, líder ou político de relevo em Portugal: é um medíocre. Um obstáculo ao nosso verdadeiro "pogresso" e talvez o factor mais negativo da nossa modernidade dos últimos vinte e cinco anos. Por isso mesmo estamos como estamos economicamente: na miséria. E muito por sua culpa.