quinta-feira, junho 16, 2011

O comportamento de 13 pilares

Daqui:

Os tribunais, a Provedoria de Justiça, a Procuradoria-Geral da República e diversos organismos da administração pública estão a ser inquiridos e analisados desde Abril por uma dezena de investigadores encarregues de avaliar o estado da corrupção em Portugal. A equipa faz parte do maior projecto europeu de sempre de combate a este fenómeno, envolvendo 26 países europeus e é co-financiado pela Comissão Europeia . (...)

Com a prioridade dada à justiça, a equipa de investigadores tem também na lista a análise ao financiamento dos partidos, à comunicação social e às práticas do sector empresarial do Estado. A avaliação do Sistema Nacional de Integridade abrange 13 pilares da sociedade portuguesa: Parlamento, Governo, Procuradoria e tribunais, administração pública, polícia de investigação criminal, Comissão Nacional de Eleições, provedor de Justiça, Tribunal de Contas, organismos especializados de combate à corrupção, partidos políticos, comunicação social, sociedade civil e sector privado. A mudança de governo vai obrigar à repetição de entrevistas, de acordo com os responsáveis do projecto. Num país com “uma concepção muito minimalista do fenómeno da corrupção” e uma “cultura institucional que evita mencionar a palavra corrupção”, de acordo com o investigador, este tipo de iniciativa dá também espaço à pedagogia. Um dos projectos previstos é o lançamento de uma escola de Verão sobre integridade e transparência.


Veremos o que sai daqui. Por mim, para o estudo do fenómeno bastaria o seguinte: entrevistas, talvez. Estudos estatísticos, claro que sim. Mas, principalmente, o entendimento da nossa idiossincrasia como povo que está neste ano da graça de 2011.

Para tal, acho que bastaria falar com alguém que saiba como funcionam por dentro as empresas públicas, quem as dirige, quem está nas empresas privadas e quem lida com a Administração, quem fiscaliza as obras públicas e como funcionam os serviços de obras das autarquias.

Se calhar não era preciso tanto dinheiro, nem tempo...para entender o fenómeno.

5 comentários:

Carlos disse...

E porque não começar pelo óbvio?

Quem anda na coisa pública e ostenta um estilo de vida do tipo Xá da Pérsia, é só perguntar: de onde vem a massa?

josé disse...

E se ele não disser e se refugiar informalmente nos direitos que qualquer arguido tem?
E como é que se resolve tal problema sabendo nós que a culpa e o ónus da sua prova incumbe a quem investiga e acusa?

Wegie disse...

Estas iniciativas são sempre pífias. Recordo uma recente conferência sobre corrupção (na qual participou o juiz Carlos Alexandre)organizada por um centro de investigação que apenas existe de fachada para receber uns dinheiros da FCT.

Carlos disse...

José,

Quando digo, perguntar, refiro-me obviamente investigar a origem da mina.

Lembro só: em meados dos anos 80, um artista que dava os primeiros passos na política, e antes de telefonar ao pai, pediu uns míseros contos ao partido para comprar uma propriedade, onde pretendia construir o seu ninho. No início dos anos 90, o mesmo artista, inaugurou com pompa e circunstância e muitos contos gastos, a dita "casita". Sabendo-se o que fez tal artista, neste período, seria de prguntar/investigar: de onde veio a massa?

Outro exemplo: se eu hoje comprar milhares de rolos de papel higiénico a um euro, e daqui a um ano, vender ao dono da fábrica do tal papel higiénico a dois euros e tal, será também de perguntar: a que se deve este negócio?

compreendeu?

Cumprimentos

josé disse...

Compreendi e tenho denunciado isso. Mas a prova dos crimes tem de fazer-se de acordo com as regras estabelecidas...precisamente pelos suspeitos.

Ora está à vista o resultado: não há crimes à vista, como previsto.

O Público activista e relapso