O advogado Proença de Carvalho é um dos pivots desta choldra em que nos encontramos. Vejamos como se desempenha nesta situação.
Em breve estará a explicar à solícita dona Lourenço, na SIC, que tudo isto faz parte da democracia que tantas alegrias lhe tem dado, ao contrário do "fassismo" que era tenebroso para este tipo de jogo, com tanto pluralismo de intervenientes.
Daqui:
Daniel Proença de Carvalho. O advogado é presidente não
executivo da Zon, cujo maior accionista é Isabel dos Santos. Proença de
Carvalho foi também um dos advogados que tratou da restituição de 150
milhões de dólares que Angola havia transferido para um advogado para
comprar 49% do Banif.
O caso iniciou-se em 1994, mas o Estado angolano só se considerou
ressarcido em 2010. É um também um dos accionistas da Interoceânico. O
advogado é igualmente presidente não executivo da Cimpor, dominada pela Camargo Corrêa, aliada da Interoceânico no BCP.
Daqui:
A ‘candidatura' do grupo francês Altice à compra da PT Portugal aos
brasileiros da Oi conta com a participação de vários escritórios de
advogados e bancos de investimento. Trabalham neste processo que poderá
dar origem a um negócio superior a dois mil milhões de euros os
escritórios Uría Menéndez Proença de Carvalho, bem como os bancos BTG
Pactual, Goldman Sachs e Morgan Stanley e a ‘boutique' de investimento
Perella Weinberg, que está de regresso a Portugal depois das
privatizações de 2011.
A Uría Menéndez Proença de Carvalho está a apoiar a Altice, com uma
equipa de peso, composta pelos sócios Daniel Proença de Carvalho,
António Villacampa Serrano e Filipe Romão. A Altice conta ainda com dois
escritórios franceses.
Daqui:
A disputa pela PT ganhou ontem novo fôlego, com a empresária angolana
Isabel dos Santos a oferecer 1,21 mil milhões de euros pela PT SGPS
através do lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).
Como é que isto se compatibiliza? É fácil. Assim:
A Ordem dos Advogados garante que Proença de Carvalho não viola
qualquer regra deontológica por acumular mais de duas dezenas de cargos
em empresas, entre elas a Controlinveste que detém o DN ou o JN, com o
seu escritório de advogados.
Proença preside à Controlinveste Conteúdos, cujo grupo é
accionista da PT, empresa que os franceses da Altice querem agora
comprar, numa operação que está a ser apoiada pela sociedade daquele
advogado, segundo o próprio confirmou hoje ao Correio da Manhã.
“Não está nessas empresas como advogado e, portanto, não há
incompatibilidade”, frisa ao SOL o presidente de distrital de Lisboa da
Ordem, José Carlos Martins, acrescentando que o que o estatuto dos
advogados proíbe é que um jurista represente interesses opostos.
Segundo explicou ao SOL, o facto de Proença de Carvalho estar a
representar o grupo francês Altice, que manifestou interesse na compra
da PT, e já ter presidido à concorrente Zon (a nova NOS) não é
impedimento para exercer a profissão. Mas está-lhe vedado, por exemplo, o
exercício de cargos políticos e autárquicos, bem como o de assessores
ou secretários de órgãos de soberania. A excepção é o cargo de
deputado, que um advogado pode exercer em simultâneo com a profissão.
Daniel Proença de Carvalho, que é sócio-presidente da Uría Menéndez -
Proença de Carvalho, é também presidente da Cimpor - Cimentos de
Portugal e presidente da assembleia geral de várias empresas, como a
Galp Energia, SGPS, a Socitrel ou a Renova.