Crónica de VPV no Público de hoje:
VPV põe o dedo na ferida muito exposta da esquerda portuguesa: não tem remédio. A esquerda portuguesa que vem essencialmente dos anos sessenta (e quanto ao PCP de muito antes) enganou-se sempre nos pressupostos sobre o melho modo de governar para o bem comum e as experiências de 40 anos provam-no: sucessivas bancarrotas que se replicam ciclicamente. Ainda assim, nada se aprende e nada se esquece.
VPV fala no arrependimento dos próceres franceses dessa esquerda mítica. De facto, um dos seus maiores cultores, o intelectual filósofo Jean-Paul Sartre é bem o melhor exemplo disso: pouco antes de morrer, reconverteu as crenças e passou a aceitar Deus, o do Antigo Testamento judaico. Por outro lado, apostatou as ideias esquerdistas revolucionárias que ainda meia dúzia de anos antes proclamava:
Estas mudanças nos intelectuais não são novas e em Portugal também existiram. No final dos anos 80, em 23 de Abril de 1989, o Expresso tinha este artigo de um antigo comunista que no fim da vida regressou ao salazarismo para lhe reconhecer os méritos- António José Saraiva. Vale a pena ler .
10 comentários:
Os idiotas uteis (alguns) arrependem-se mas a elhte esfrega as maos e continua a lucrar.
Essa tal elite é como aqueles padres que perdem a fé mas continuam a oficiar porque nada mais sabem fazer.
o RU escolheu a austeridade
com grande mágoa da esquerda do rectângulo
levaraqm um clister de 5 litros
O problema da Esquerda mas não só é a natureza humana e a realidade.
Onde anda a magia dos bravos comunistas gregos? O que fez o super sexy varoufakis além de posar para a Caras do sítio?
Ladrar é fácil, morder nem tanto
Conheço bem esta espécie, convivi com os imitadores portugueses na Faculdade. Dogmáticos, arrogantes e confiantes na superioridade da sua ideologia.
Sobre o António José Saraiva, não me fio na sua "conversão" ao Estado de Direito e à democracia pluralista. Pode ter deixado de acreditar no comunismo e na sociedade socialista, mas continua a ser tão dogmático, preconceituoso e sectário como era nos tempos em que era um fiel comunista. Como bem apontou um pensador, um estalinista mantem para sempre a mesma "arquitectura mental", a mesma forma de pensar. Existe uma diferença entre o cego fanatismo leninista/estalinista e entre o idealismo de um troktista/maoista. Uma diferença entre um estalinista/leninista como o António José Saraiva e entre um Pacheco Pereira, um José Carlos Espada ou um José Manuel Fernandes.
José António Saraiva é um símbolo da sociedade fechada, a negação daquilo que Karl Popper denominou de "mente aberta".
A esquerda, não quer aprender, convém-lhes a segueira.Assim continuam a gastar o dinheiro dos outros a fazerem greves a que ninguém liga e a fazerem prejuízos de trinta milhões.
O sindicalismo passou a ser um moço de recados. Quem atira a pedra, esconde a mão.
Essa história da "mente aberta" não será outro mito moderno?
O que é isso de "mente aberta"?
Olhar para todos os lados e nada ver de fundamental a não ser a possibilidade de olhar?
"Mente aberta" - talvez uma designação equívoca reconheço - no sentido de capacidade de raciocinar sem preconceitos irracionais, colocar-se na perspectiva de outros sem egocentrismos, reconhecer uma pluralidade de visões filosóficas. No sentido de autocrítica... tudo aquilo que um estalinista não é.
E não, não é um Mito, foi esta capacidade que permitiu uma evolução mental/intelectual da Humanidade.
Quanto a essa dos miolos caírem no chão é conversa de vão de escada ou de tasca.
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