Público de 2.5.2005, entrevista a Pedro Ferraz da Costa:
"As pessoas têm medo do futuro e da verdade. Temos em Portugal um nível
de consumo quer público quer privado que está, pelo menos, 30 por cento
acima do que seria sustentável. Se se cortar isso, não há praticamente
nenhum filiado de organização patronal que não veja as suas vendas
descerem. Ter uma posição realista, dizer que temos de viver de acordo
com as nossas possibilidades, qual é o português que acha que isso é bom
para ele? Nenhum.
Se lhes dissermos que, a vivermos assim,
estamos falidos dentro de 10 anos, respondem que pode ser que não e
esquecem rapidamente.
Isso é um cenário hipotético.
Não
é cenário hipotético. O país tem uma sobrevalorização salarial à volta
dos 30 por cento, temos um nível de produtividade comparada com a média
europeia que anda nos 55 por cento da média e um nível de consumo nos 75
por cento, ou seja, o nível de consumo é 40 por cento superior ao que a
produtividade permite pagar.
Se não estivéssemos no euro e não
tivéssemos uma política monetária autónoma, ninguém duvida que o escudo
já se teria desvalorizado 30 ou 40 por cento.
Ao longo dos anos, tem sido mais crítico dos governos social-democratas do que dos socialistas.
Não
é verdade. Comecei a criticar a governação do engenheiro Guterres em
96, numa altura em que todos andavam satisfeitos com o aumento do
consumo público e privado.
Ele teve condições ímpares para fazer
muita coisa. A redução brutal das taxas de juro e o período de
crescimento contínuo da economia mundial teriam permitido muitos
ajustamentos. Era, aliás, o que o Presidente da República dizia em
privado e não tinha coragem para dizer em público.
O registo certo era o de Manuela Ferreira Leite?
Ninguém
duvida que temos excesso de despesa pública. O problema de Ferreira
Leite é que não teve um primeiro-ministro que fosse totalmente
consequente com a adopção dessa política.
O que falhou?
A
plataforma política que levou Durão Barroso ao governo não estava
interessada nos objectivos no controlo do consumo público. Durão Barroso
chegou ao poder cavalgando uma vitória autárquica. Portanto, a
possibilidade de cortar nas transferências para as autarquias, no
investimento público, tudo isso estava muito condicionado desde o
início. E o que se tem visto em relação às contas públicas, mostra que
não houve grandes cortes.
1 comentário:
a caminho da 4ª bancarrota diz bem o trajecto do socialismo
os subsidios são só para os muito amigos
o mesmo acontece com o crédito mal parado que temos pago com língua de palmo
suspeitas de corrupção np fisco e na pj
consumo público xom importações a subir
exportações a descer
desemprego a subir
competitividede abaixo de 3º mundo
monhés por tudo quanto é lado
'qué flô'
entertainers ou máquinas falantes
sempre a 'voz do dono'
felismente já completei 85 ao serviço do estado
não esperem muito mais
fica a dever-me:
instrução (educação recebi em Casa)
saúde
justiça (magistrados nem sonhar com eles são um pesadelo)
insegurança socialista
Jorge de Sena in Peregrinatio ad loca infecta
'torpe dejecto do romano império'
falta um flautista de Hamlin para afogar a rataria no mar
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