quinta-feira, abril 28, 2016

O jornalismo apasquinado do Público

O Público de hoje, com o afã próprio de quem olha para os argueiros esquecendo as traves, titula na primeira página: "Operação Lava-Jato atinge director de campanha eleitoral de Passos Coelho".

Esta mensagem é preciosa na medida em que enlameia o antigo primeiro-ministro no " lava-jato" brasileiro de um modo aparentemente indesmentível: a propaganda eleitoral de tal campanha terá sido contratada com um brasileiro que está a contas com a investigação do processo "lava-jato".  Passos Coelho está outra vez a fritar no lume desta comunicação social que esquece, releva, omite e oblitera tudo o que enegreça mais um pouco o actual PM, Costa da união de esquerda tanto tempo almejada e agora alcançada e que o Público protege como se fora seu filho...ao mesmo tempo que suja sempre o nome do antigo primeiro-ministro, responsável pela austeridade e pelo combate a esta esquerda comunista e socialista. É este o problema de base e a função deste jornalismo de causas que já nem escondem.

A notícia interior começava assim: "As autoridades brasileiras pediram informações ao Ministério Público sobre a actividade do publicitário André Gustavo em território nacional, onde dirigiu as duas últimas campanhas eleitorais ( 2011 e 205) lideradas por Pedro Passos Coelho".

Lendo bem a notícia torna-se um pouco confusa a ideia inicial, porque quem está na berlinda será um publicitário que fez as campanhas do Lula e da Dilma, mas também já vimos que isto deve ser tudo um golpe como o Público já tinha realçado antes. Enfim, notícia, notícia é a campanha eleitoral de cá, com o Passos a liderar. Isso, sim.

Ou não...segundo o Observador o Público das jornalistas Cristina Ferreira (que é useira e vezeira nestas coisas) e mais Maria Lopes e Sofia Rodrigues,  terá metido a pata na poça:


A Procuradoria-Geral da República (PGR) desmente que o Ministério Público tenha recebido recebido uma carta rogatória das autoridades brasileiras que investigam a Operação Lava Jato a solicitar informação sobre André Gustavo Vieira da Silva, sócio da agência Arcos Propaganda e diretor de campanha do PSD nas legislativas de 2011 e 2015.
“No âmbito da designada Operação Lava Jato, e até ao momento, não foi recebido na Procuradoria-Geral da República nenhum pedido relacionado com o cidadão brasileiro André Gustavo”, afirmou fonte oficial da PGR, confirmando informação idêntica avançada pelo Observador esta quinta-feira.

Veremos o que o dia de amanhã, no Público, nos trará.  Mais jornalismo deste, apasquinado? Nada é menos incerto.

Questuber! Mais um escândalo!