segunda-feira, junho 06, 2016

Há 40 anos, a URSS tinha 250 milhões de presos políticos...

O Jornal de 31.12.1976:


2 comentários:

Floribundus disse...

bloomberg
While Greece won a new chunk of aid last month and a promise to look again at potential debt relief in the future, Portugal is going backward, at least in the eyes of some investors. Prime Minister Antonio Costa increased public sector wages and is reducing the working week as he reverses some measures introduced during the bailout program Portugal exited in 2014. Like Greece, Portugal still has bad loans at its banks to address.

Maria disse...

Por motivos que nem sei explicar, o assassinato à traição deste enorme patriota russo e corajoso opositor ao regime soviético, provocou-me uma profunda tristeza e compaixão como se eu própria fosse russa. Li nas notícias da altura que ele tinha sido libertado em troca de outro prisioneiro comunista (como aliás se pode ler nesta entrevista). Passado pouco tempo (meses?, um ano?) e já livre para se poder movimentar pela Europa democrática, entre outras medidas políticas por si tomadas, tinha resolvido ir a Espanha participar numa conferência sobre direitos humanos e falar sobre as incoerências e faltas graves cometidas no seu país que comprometia sèriamente os governantes soviéticos relativamente ao incumprimento do respectivo acordo firmado pouco tempo antes. Isto passava-se após ter-se realizado, creio que um ou dois anos antes, a cimeira de Helsínquia sobre justamente os direitos humanos na qual Brejnev havia participado e sido um dos signatários (cito de memória, mas penso não estar errada nas pessoas e nas datas), de que ele se valeu para dela tirar proveito e denunciar as contínuas quebras do que havia sido acordado na cimeira pelos dirigentes soviéticos.
Finalmente livre das amarras soviéticas e fortemente empenhado na luta política pela libertação do seu povo do jugo soviético - depois 15 anos de prisão pelo 'grave' delito de denunciar a falta de liberdade política e de expressão daquele regime - estava no início de uma luta sem tréguas, perfeitamente legítima e aceite como tal nas democracias ocidentais, travando-a de um modo civilizado e frontal e sempre em defesa dos seus queridos compatriotas, não só da totalidade do seu povo, este sim, verdadeiramente subjugado por uma ditadura opressora e sanguinária, mas também a favor dos milhões de presos políticos inocentes por quem jurou lutar uma vez alcançada a sua liberdade. A forma cínica e bárbara como foi morto à traição (creio ter lido que foi por uma bala disparada de um chapéu de chuva adaptado para o efeito) e já se encontrando no Norte de Espanha (emboscada preparada com a criminosa colaboração da E.T.A.?), consequência óbvia e directa das entrevistas desassombradas criticando o regime, que entretanto fôra dando aos jornais do Ocidente, como, dentre várias outras, esta belíssima que o José reproduz.

Extraordinária entrevista que ele teve oportunidade de conceder cujas respostas inteligentes e frontais reflectem a grandeza deste Homem com H maiúsculo. A Rússia perdeu um valoroso e destemido cidadão e os povos, os que então viviam e os poucos que ainda vivem sob regimes comunistas tirânicos, perderam um defensor acérrimo da sua libertação através de um combate persistente da palavra pela palavra. Um combate infelizmente demasiadamente breve porque diabòlicamente interrompido de uma forma brutal e indigna. Como de resto e mais recentemente outro valente dissidente foi envenenado por criticar os crimes do sistema político e pouco tempo depois uma corajosa jornalista também foi assassinada por lutar pela verdade ao investigar e ir denunciando sem peias, nas páginas do jornal em que colaborava, os podres do regime.

Parabéns ao José pela sua tão actual quão oportuníssima publicação.

O Público activista e relapso