Em 25 de Abril de 1974 estava entre a meia dúzia de pessoas mais ricas da Europa. Logo a seguir perdeu tudo o que tinha em Portugal e foi para o Brasil, onde recomeçou a actividade e quando morreu, legou centenas de milhões de euros para a Fundação que tem o seu nome.
Já houve quem lhe fizesse uma biografia que vale a pena ler, mas está esgotada, segundo penso.
Não há em Portugal, nos últimos cem anos, nesse campo, ninguém que se lhe compare.
Ainda assim estranhei a capa do DN de hoje:
Demasiada celebração para esta efeméride que mais nenhum outro jornal notou assim. Pensando bem não admira:Champalimaud foi o patrono de Proença de Carvalho que domina o jornal. Logo...ou mandou fazer a capa ou apreciará o frete .
O artigo, aliás, é farto em citações deste personagem, o que mostra logo de onde veio a ideia:
Ainda assim é justa e merecida a homenagem, não fosse a circunstância de o porem logo a nascer em 19 de Março quando terá sido a 18...
Melhor seria porém, escreverem sobre a circunstância de o terem enxotado daqui para fora, em 1975 e principalmente sobre quem foram os mentores da estupidez: o PS e o PCP que ajudaram a nacionalizar as empresas que lhe pertenciam e dali a um ano, se tanto puseram Portugal neste estado:
A questão é muito simples de enunciar e estes recortes elucidam quem tem dúvidas:
O Expresso de 20 de Dezembro de 1975 pretendia mistificar o que se tornou claro nos anos a seguir: os comunistas e principalmente os socialistas, os verdadeiros gestores das nacionalizações eram uns nabos, assim sem mais ademanes. Estragaram em poucos meses o que Champalimaud teria melhorado no mesmo espaço de tempo. Parece isto tão claro que até dói pensar nestes miseráveis que têm nome posto. Em primeiro lugar, Mário Soares e depois, claro, Álvaro Cunhal.
Como pensavam estes miseráveis? Simples de mostrar: com inveja enraizada nos genes políticos. Como isso é característica humana alastrou a milhões de portugueses, até hoje:
E como é que esses miseráveis queriam fazer para mostrarem que eram competentes? Assim:
Quem é que sabe disto melhor que ninguém e sabe que é mesmo assim? O actual presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O que fez o indivíduo enquanto jornalista do Expresso no tempo do PREC? Alinhou com os miseráveis. Sempre.
Nesse tempo os miseráveis aludidos ( Mário Soares, Álvaro Cunhal e as forças políticas que suportavam ) tinham um discurso de ruptura com o capitalismo ao modo que Champalimaud o entendia e a História mostrou que estava certo.
Em finais de 1974 prepararam o plano para destruir a indústria portuguesa, até hoje:
Havia um finório que foi empregado de um deles, desses capitalistas e se tornou o guru do actual Bloco de Esquerda, João Martins Pereira, e que armado em intelectual da Economia pretendia dar lições a Champalimaud.
O que escreveu então na Vida Mundial de Dezembro de 1974 é muito elucidativo do pensamento destes miseráveis, entre os quais se inclui um certo Eugénio Rosa que ainda anda por aí:
Chamo miseráveis a estes indivíduos porque sempre viveram com a miséria alheia como mote para se tornarem "ricos", um ou outro literalmente e os demais, politicamente. Assim sucedeu e a "geringonça" que temos é o resultado desta miséria e destes miseráveis.
Enquanto estes miseráveis conseguiram arruinar o país em dois tempos de dois anos de má gestão, Champalimaud, em 1968 e enquanto banqueiro, actividade que nem era a da sua eleição fazia isto, em cujo postal incluí uma publicidade ao BP&SM, alusiva ao dia do pai, de 18.5. 1974:
O primeiro "multibanco", segundo uma publicidade de 4 de Outubro de 1968, na Vida Mundial:
E uma publicidade de 1967, tirada daqui, ao "autobanco" do BPSM de Champalimaud:
Que respondem a isto os miseráveis que ainda andam por aí, aos milhões? Nada, nem vergonha têm do que fizeram...
127 comentários:
São dos tais que, como diria D. Filipe I de Portugal e 2º de Espanha em carta a sua filha Clara Eugénia:- "Não consigo entender este povo:- Sofre mais com as venturas alheias do que com as misérias próprias"
uma das raras Pessoas que admirei
outra é Filipe II
as cartas têm muito interesse
tal como as de D.Fernando II
as novas gerações andam perdidas como menciona o Prof Balbino
«O canadiano Jordan Peterson, psicólogo e professor universitário, perseguido na academia, e que banido dos media controlados pela esquerda, ganhou projeção com o seu canal no Youtube (tal com o professor brasileiro Olavo de Carvalho) com mais de oitocentos mil subscritores, especialmente jovens, (nomeadamente da nova geração Z, das florzinhas de estufa) pelo seu combate cultural ao relativismo pós-modernista, à ideologia do género (e da identidade) e à ditadura do politicamente correto. Baseia-se na psicologia da evolução, na etologia, na ciência do comportamento e nos dados científicos, para contrariar os mitos da esquerda radical totalitária que hoje impera na sociedade, nos média e na política, ocidentais. Inspira-se em Jung, Kierkegaard, Solzhenitsyn e Dostoyevsky. A sua prédica moral tem o maior relevo ideológico, apesar do seu agnosticismo (ainda...).»
"Não consigo entender este povo:- Sofre mais com as venturas alheias do que com as misérias próprias"
Inveja, meu caro. Inveja, apenas como disse Luís de Camões.
sapo
«“Quando eu nasci, as frases que hão de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa — salvar a humanidade”, disse Almada Negreiros. A frase do artista português chegou pela mão do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, esta segunda-feira, 19 de março, em Cascais. Portugal pode mudar drasticamente em meio século, com as alterações climáticas a tornarem o país mais desértico, a afetarem as praias, a agricultura, a pesca e até o vinho.»
comprei couves de Bruxelas importadas da Holanda
os kiwis são da Nova Zelândia
a maior parte da fruta é de Espanha
a esquerda portuguesa devia tratar a cegueira no Centro Champalimaud
não podem ver um pobre com camisa lavada
somos todos candidatos a sem-abrigo
José e esta noticia, com o alto patrocinio de todos os que pagam a taxa do audiovisual !!
http://observador.pt/2018/03/19/jose-socrates-volta-a-universidade-para-falar-sobre-a-crise-pre-troika/
A grandeza de champalimou revelou-se quando programou a divisão da fortuna com o prenúncio da morte.
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Um grande empresário expulso pelo lado negro da revolução. Ainda assim, ele foi avisado com a antecedência qb que abril iria acontecer. Ele sabia, nos sabíamos, o pessoal com dinheiro sabia mas o regime abriu tarde demais.
E o que abriu não conseguiu suster os impulsos pela liberdade sequestrados durante 40 anos.
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Marcelo não fez a primavera a tempo. Mas teria vontade. O problema é que a maquina tinha tantos tachos e interesses em manter, militares e outros, que não foi fácil a Marcelo desconstruir o salazarismo enraizado.
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Creio mesmo que terá desistido de o fazer com tantas vozes interessadas em manter os oligopólios instalados.
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Foi pena porqur Marcelo era um tipo com capacidades ímpares. Com aquele bom senso e equilíbrio que faltava a Salazar.
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Fez se muito dinheiro no mercado protegido salazarista. E isto não retira mérito a alguns empresários que souberam aproveitar o que o regime lhes proporcionava.
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Agora também há bons empresários. Depois duns 30 anos pós abril onde proliferaram empresários sem instrução , hoje, fruto da educação que o país conseguiu fornecer ao pessoal, há bons empresários que lutam taco a taco com marcas multinacionais. Num mercado aberto sem proteção. A educação mais avançada e proporcionada a todos de já na forma geral teve efeitos muito impactantes que começaram a dar frutos nos últimos 20 anos.
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A educação deixou de ser só para alguns. Hoje, a filha da minha empregada doméstica esta á acabar medicina. O filho do meu mecânico já é engenheiro de sistemas de computação.
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No tempo de champalimou , antes do 25 abril, a melhor opção para as filhas das empregadas domésticas era fazer o estagio com a mãe na casa da patroa. Se não tivessem sorte da patroa simpatizar com ela emigravam.
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Rb
“Em finais de 1974 prepararam o plano para destruir a indústria portuguesa, até hoje:”
Este foi o acto mais criminoso dos demo-brincalhões. O segundo foi o assalto às cátedras universitárias, hoje ocupadas (na quase totalidade) por analfabetos com taras gramscianas.
O BPA banco do Champas??? Não me parece. Ele bem tentou, mas Marcello não deixou.
Já cá andava a parolice do inglês...
Porque não "autobanco", por exemplo?
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2018/02/telebanco-bpa-e-auto-banco-bpsm.html
Agora batalhas de produção depois de terem entregue tudo o que tinha preto e não era nosso e com limpeza étnica dos brancos só mesmo com pretinhos senão o PIB não cresce...
optima análise.
O BPA não era do Champas. O BPSM, sim e a publicidade era alusiva ao dia do pai, com o cartão de crédito.
A confusão adveio da circunstância de o Proença de Carvalho ter dito ontem na TV, enquanto digitava o postal, que o Champas tinha sido um inovador no cartão em causa. Confundi com o tal Multibanco.
Julgo estar desfeita a confusão com a correcção efectuada.
Só deixei o ano de 1968 porque também faz 50 anos, carago!
E evidentemente, o Champas também teve o seu "multibanco", que chamou de autobanco, com condições mais confortáveis que as do concorrente BPA. E foi inaugurado em 1966...
Portanto, em 1968, de facto, o Champas fazia aquilo se tivesse perdurado-que não perdurou.
E já agora, de quem era o BPA? De Cupertino de Miranda, industrial do Porto.
Outro que também tem uma Fundação. Mas não como a do Mário Soares...que essa é de todos porque todos a pagam.
O Expresso tinha ontem este artigo sobre o António Champaliamaud
http://expresso.sapo.pt/arquivos-expresso/2018-03-19-Caminhos-de-um-vencedor
Sobre Salazar diz:
«Das cinco vezes que recorri a ele fez-me sempre justiça, e a única coisa que não entendo é porque não indicou o nome do seu sucessor.
Quando Salazar desapareceu da cena política, Portugal só tinha o problema do Ultramar. O Franco Nogueira era o único homem que dispunha das chaves para a resolução desse conflito, e teria sido capaz de levar o Ultramar à independência no tempo e forma oportunos.»
"O Franco Nogueira era o único homem que dispunha das chaves para a resolução desse conflito, e teria sido capaz de levar o Ultramar à independência no tempo e forma oportunos.»"
Se for assim não se compreende que o Franco Nogueira tenha sido tão casmurro ao ponto de ter declarado que Portugal sem o Ultramar acabaria...ou coisa que o valha.
Champalimaud, esse, já tinha percebido que seria necessário mudar algo para que tudo ficasse na mesma, ou seja para que nós continuássemos no Ultramar como se fôssemos parceiros dos autóctones.
Como fez a Commonwealth. A "riqueza comum"...
Ainda estamos para ver se era casmurro ou não...
Em todo o caso, lê-se aqui neste sítio, por vezes, explícita e implicitamente, que - quando não Portugal - ao menos, um certo Portugal, acabou nessa altura.
E a questão também já eu a pus aqui algumas vezes: que papel é o nosso, enquanto país, povo ou nação?
E teremos condições para esse papel? Teremos condições geo-estratégicas para subsistir como, por exemplo, a Bélgica ou a Suíça?
Pessoalmente, duvido. A única grande potência a quem interessa - ou interessava - a nossa existência independente é a Grã-Bretanha.
Na resposta a Champalimaud, João Martins Pereira refere que este "gabava a clarividência do Estado salazarista", o que é um elogio de monta e desmonta a reescrita da História dos que andam agora a dizer que Champalimaud não se dava com Salazar.
Quanto ao Franco Nogueira é a lógica das coisas: se para Champas era o homem indicado para levar a bom porto a independência do Ultramar isso significava que tal seria uma inevitabilidade, o que de facto me parece que era.
Portanto, Franco Nogueira, das duas uma: ou continuava na casmurrice ou mudava de atitude. Parece que não mudou...
Porque, a bem ver, não se enfrentou, desde então, nenhuma crise internacional comparável aos conflitos que assolaram esse século. Têm sido tempos excepcionalmente pacíficos.
Quando ela vier - e é inevitável que venha - veremos.
E a independência do Ultramar significava independência do dito em relação a Portugal?
Não é líquido, a não ser que a resposta venha antes da pergunta. Que é, ao fim e ao cabo, o que inquina todo este debate.
Daí se vê a eficácia com que os revolucionários operavam: conseguiram enformar estritamente as consciências e circunscrever o debate aos seus próprios termos e significados que eles, revolucionários, lhes atribuem.
Por independência havemos de entender, segundo eles, especificamente, independência em relação a Portugal - ainda que, na prática, tal signifique dependência objectiva em relação a outros.
Pergunta simples: um país que não escolheu o seu próprio nome ou as suas próprias fronteiras, é independente de quê?
Muja, substitua "independência" por "autodeterminação" e tem o problema resolvido.
Quanto ao papel dos estados ou das nações, a natureza e o horror ao vácuo resolvem tudo, pode demorar um pouco mas é inescapável.
E um país que deixa de ser útil aos seus habitantes ou a outros países está em contagem decrescente.
Quanto ao Franco Nogueira, teria dado um bom Presidente do Conselho? Teria resolvido os problemas do Ultramar? Não faço ideia. Mas duvido que ele entregasse o regime em 1974.
Que respondem a isto os miseráveis que ainda andam por aí, aos milhões? Nada, nem vergonha têm do que fizeram... (José)
Boa e oportuníssima pergunta. Eles, os miseráveis, como o José bem lhes chama, são uns desavergonhados e como seres humanos uns malditos. Foram traidores à Pátria sem carácter nem alma, uns vendidos ao sionismo mundial para o qual trabalham/ram 24 horas por dia e pelos seus mandantes davam e dão a vida se tal lhes fosse pedido.
O que Soares e Cunhal fizeram a Champalimaud (e a outros patriotas como ele) não tem perdão algum e tudo produto de uma inveja mórbida daqueles que produziam riqueza e desenvolvimento para o País e que acreditavam no Regime e eram fiéis a Salazar. E estes factos concretos, a somar a uma inveja desmedida que os consumia até mais não poderem, eis porque tudo fizeram com a ajuda dos comunistas-sionistas do outro lado do Atlântico, sem a qual jamais teriam levado a bom porto os seus diabólicos intentos, até que finalmente conseguiram.
Os nomes destes miseráveis e de outros da mesma igualha com eles conluiados, têm que ser riscados da História de Portugal. Os seus nomes não podem conspurcá-la. A História deste País é grandiosa demais - com o interregno dos últimos 43 anos de um imprestável regime cujos miseráveis autores nos fizeram perder a Soberania e a Independência e só por isto teriam merecido a prisão perpétua - para poder incluir os nomes dos dois maiores traidores e criminosos a que esta Nação já assistiu nos seus quase mil anos de uma existência Gloriosa.
"Pessoalmente, duvido. A única grande potência a quem interessa - ou interessava - a nossa existência independente é a Grã-Bretanha."
Muja, veja o Mapa 4 deste link: https://www.mauldineconomics.com/this-week-in-geopolitics/five-maps-and-charts-that-tell-the-story-of-2018
Engraçado como desta perspectiva fica ainda mais claro o interesse dos bifes numa costa atlântica da Península Ibérica amigável: é evitar o cerco.
"Pergunta simples: um país que não escolheu o seu próprio nome ou as suas próprias fronteiras, é independente de quê?"
Também não escolheram a independência. Tal foi induzido pelos grandes intérpretes da vontade dos povos.
Os angolanos não queriam a independência,os moçambicanos não queriam a independência, os são-tomenses não queriam a independência, os cabo-verdianos não queriam a independênia, os timorenses não queriam a indpendência. Talvez e só os guineenses.
Quem quis a independência destes povos por intereses globalistas foram os dois imperialismos. O produto da imensa riqueza destes territórios, eis tudo o que os mundialistas invejavam e tudo fizeram para satisfazer a sua ambição e cobiça desmedidas. Tiveram a ajuda devota e inexcedível dos dois maiores traidores de Portugal: Soares e Cunhal.
nunca consegui adquirir bola de cristal
nem sequer é fácil falar do passado
assisti ao que nunca pensei: a implosão da urss
sou levado a concluir que tudo é possível
espero mais dificuldades futuras
num mundo que já não será o meu
nem na quase totalidade de nós
deixo uma lápide ao apodrecido rectângulo
AQUI JAZ
Qualquer pessoa digna de o ser quer a independência.
Parece-me simples e um valor absoluto.
Um preto em relação a um branco quer sempre a independência, quando sabe que o branco foi negreiro.
Parece-me uma verdade simples.
Um escravo em relação a um senhor quer sempre a independência.
Parece-me outra verdade simples.
Portanto, para quê contrariar o que é simples e do senso comum?
Salazar tornou Portugal mais independente do que jamais o fora e será, mesmo pobre e subdesenvolvido.
Mas não o seria para sempre, pobre e desenvolvido, como Marcello Caetano queria e iria conseguir, porque chegara o tempo do desenvolvimento mais acelerado.
Isso passava necessariamente pelo fim da guerra no Ultramar.
Polinesia, Mayotte, Guiana. 2018 e optam por manter os laços políticos com a Metrópole. Só a Guiana é do tamanho da Áustria.
https://www.stabroeknews.com/2012/opinion/letters/04/02/french-dependent-territories-are-not-interested-in-independence/
http://mobile.lemonde.fr/politique/article/2009/03/29/mayotte-vote-en-faveur-de-la-departementalisation_1174015_823448.html
A opção da independência pressupõe uma melhor condição. Por isso mesmo houve durante a escravatura quem não quisesse ser livre porque estava melhor como estava.
É essa a explicação.
Porém, pergunte-se aos autóctones da Guiana se tivessem condições se não prefeririam ser independentes...
José
no seu post de 28 de 2012 afirma "(...) um tal António Costa que um dia destes chega a secretário-geral do PS, à falta de melhor."
Profético, embora analisando as circunstâncias político-partidárias nacionais, e do PS, tal vaticínio fosse provável de se realizar.
Este não é o tema do post, com o qual concordo e até acho notável pela clarividência.
Mas, permita que discorde de algumas considerações que faz aí atrás.
"O branco foi negreiro".
Há nações brancas que nunca praticaram comércio de negros. Há negros que foram negreiros.
A meu ver não faz sentido falar de escravos e senhores em 1974. O José, há algum tempo, respondendo a um Troll, afirmou que Salazar defendia a igualdade de pretos e brancos perante a lei e que nesta nada os diferenciava. Se estou errado, corrija-me, por favor.
Eu não me atrevo a proclamar que todos os pretos querem isto ou aquilo.
A independência das províncias devia passar por uma consulta às populações, se acreditarmos que as pessoas têm todas direito de escolher o seu destino e que este não pode ser viciado por pastores que não têm legitimidade de os representar e agem guiados por uma fé, uma ideologia ou outras conveniências.
Não me parece aceitável que os Estados possam ser formados na base de racismo ou racialismo. E se fosse o caso, como é que os descolonizadores de há 40 anos defendem hoje a miscigenação da Europa e a discriminação positiva dos africanos e árabes, mas só no nosso continente?
José, os povos dos Territórios africanos, que se consideravam portugueses, NÃO queriam desligar-se do Portugal europeu. Eles tinham orgulho em serem PORTUGUESES. Se lhes tivessem perguntado em referendo se queriam tornar-se indepndentes de Portugal tenho a certeza absoluta que diriam que não.
O José afirmou aí atrás que os escravos não se importavam de o ser porque viviam melhor. O mesmo acontecia com os povos africanos, que certamente se sentiam melhor sob a soberania portuguesa por todas as razões e mais uma. Tinham as doenças mortais erradicadas, tinham alimento e casa e as necessidades básicas satisfeitas. Tinham escolaridade obrigatória, tal como em Portugal. Eram tratados com o respeito que mereciam (não falo nas excepções à regra que as há em tudo, até em Portugal). Tinham os seus negócios de pequena e média dimensão, alguns deles de responsabilidade e equiparados a muitos d'alguns empresários portugueses (houve um ilustre comentador desta casa, que já falou justamente nestes casos e deu exemplos).
Que havia pobres e alguns muito pobres nesses Territórios? Pois havia. E em Portugal e nos países europeus não existem milhares, senão milhões, de pobres a viver debaixo de pontes e a dormir sobre cartões, de pobres a viver em barracas feitas de plásticos e de trapos, de drogados a morrer pelas esquinas e de vagabundos a dormir pelas ruas e muitos deles a alimentarem-se na sopa dos pobres? Então se isto acontece em Portugal (e na Europa dos países ricos) qual a novidade de o mesmo ter acontecido no Ultramar, com a diferença de que lá era em muito menor número e nunca pelos mesmos motivos?
Era crime haver lá pobres (e nunca esfomeados nem vagabundos nem drogados)? Não, não era. Crime sem perdão foi o que aconteceu depois a milhões de portugueses assassinados por gente malvada, portugueses inocentes e fiéis àquela que julgavam ser a sua Pátria e que só suplicavam aos facínoras que os deixassem continuar portugueses, como eles sempre se haviam considerado.
Há muitos exemplos para o confirmar, mas cito apenas dois que já aqui descrevi vai para muito tempo. Uma rapariga de Cabinda, que trabalhava numa papelaria onde eu comprava o jornal, pouco tempo depois do 25/A em conversa e depois de lhe perguntar se estava satisfeita por estar cá, respondeu pronta "não, não estou..., quando é que os portugueses voltam para Angola?"
Outra rapariga angolana que perdeu toda a família, assassinada pelos terroristas-comunistas e que ficou sem uma perna durante a guerra e que conseguiu vir para Portugal, quando lhe perguntei se odiava os portugueses, respondeu "como posso odiá-los se foi um deles que me salvou e me trouxe para Portugal?, eu devo-lhe a vida"
recordo
Camilo José Cela
Vísperas, festividad y octava de San Camilo del año 1936 en Madrid
estamos a viver época semelhante à dos dias anteriores à guerra civil
com a diferença que no rectângulo só gritam
'agarrem ou cometo uma desgraça'
também não há casas de putas
cada uma tem a sua
'meninos à sala!'
Miguel, a auto-determinação não altera nada fundamentalmente. É apenas mais uma capa para obscurecer os significados.
Auto-determinação pressupõe a possibilidade de determinação na plenitude. Mas não era isso que se verificava.
Nunca ninguém garantiu a Portugal que respeitaria os resultados de uma eventual consulta com vista à auto-determinação das províncias. Aliás, garantiram justamente o contrário: que não respeitariam senão determinado resultado.
Este procedimento não devia espantar ninguém porque é tal e qual procede a escardalha quanto a eleições: quando ganham, são a vontade do povo; quando perdem, é populismo a resistir por meio de qualquer desacato.
Portanto, a verdade é que o único quadro em que poderiam determinar-se as províncias era dentro da soberania portuguesa, único garante das respectivas independências.
No mais, a questão também está inquinada pelo racismo. Quando se fala em independência quer-se dizer independência dos pretos.
Ao fim e ao cabo, a inevitabilidade de que Portugal alienasse pedaços de si com séculos de idade, se deveria à inevitabilidade da "independência" dos pretos - assim classificados, sem mais, e todos iguais do Mali ao Cabo.
Um erro que só encontra paralelo na ideia peregrina e delirante da igualdade dos europeus.
Atenção: o Auto Banco, do Banco Pinto & Sotto Mayor, inaugurado em 1967, não era um terminal bancário, como agora conhecemos; o Auto Banco era um simples guiché, onde o clientes podiam ser atendidos dentro da viatura, à semelhança dos guichés das actuais lojas de hambúrgueres. Outros Bancos portugueses também tentaram o sistema que, não sendo um fiasco, foi prontamente abandonado.
Os verdadeiros ATM, do tipo que agora estão em uso por toda a parte, só surgiram em Portugal por volta de 1982, tendo aderido a esses sistema todos os Bancos, à excepção do Montepio e as Caixas Agrícolas.
Isto só quer dizer que estou a ficar velho.
José,
não creio que essas supostas verdades o sejam.
Uma pessoa digna quer sempre a independência? Se assim fosse, como se explicam milhares de anos de monarquia, em que homens serviram a homens - não eram, porventura, dignos senão os reis ou soberanos? Como se explica aqueles que, de vontade própria e com fervor, servem a Deus? São, portanto, indignos? E as mulheres que servem aos maridos? Indignas?
Essa noção poderá ser de senso comum - de tal forma está espalhada hoje em dia; mas não é de senso bom e não pode ser verdade sob pena de nenhuma ordem ser desejável porque impossível sem opressão. O que leva directamente à anarquia, que é caos e a materialização da lei do mais forte: que é, ao fim e ao cabo, a definição de opressão.
Os escravos quererem sempre a independência também não é verdade, e muito menos absoluta.
Já a Bíblia fala de homens que, sendo escravos e confrontados com a liberdade, preferem abdicar dela e deixar que lhes preguem simbolicamente a orelha à porta de seus amos.
No mais, a noção de suposto desejo de independência de pretos quanto a brancos acho-a tosca e de pouco golpe de vista.
Como se todo o preto fosse igual a todo o preto, e não encontrasse em si os meios pelos quais os outros homens alcançaram aquilo que se supõe querer tanto o preto: liberdade e outras coisas assim fumosas.
Considero tal coisa efectivamente insultuosa. Como considero insultuosa toda a farsa ao redor da existência de pseudo-países que, na sua dita independência, não escolheram nem fronteiras, nem nome, nem bandeiras, nem língua.
Não deixa de ser curioso que o desejo de independência - assim e sem mais - seja elevado a foros de verdade absoluta e que o desejo de, por exemplo, paz; ou ordem; ou justiça; ou prosperidade; que nenhum destes obtenha igual promoção.
E, da mesma maneira, que os pretos necessitassem dos brancos para lhes outorgarem o primeiro, e fossem plena e absolutamente capazes de obterem os últimos por si próprios.
Mas cada um entretem na consciência as contradições que pode. A realidade é que as não admite na acção.
E voltando ao fim de Portugal sem o Ultramar, é legítimo que nos perguntemos que rumo levamos desde então.
Porque o rumo é de definhamento. E não é preciso sequer procurar no abstracto a definição do conceito: basta contar quantos somos. Somos poucos e cada vez menos.
Portugal talvez não acabe, mas pelo andar da carruagem quem acaba são os portugueses.
Poderá dizer-se que isso não tem que ver com ausência do Ultramar. Mas também se pode dizer que tem.
Quem nunca viu uma pessoa definhar rapidamente após a reforma? Poderão examiná-la de todas as maneiras, recorrer aos melhores médicos, a psiquiatras, a psicólogos, a terapias, a tudo.
Sem ocupação, sem propósito, definham e morrem rapidamente.
Os que não queriam pretos portugueses em África, têm-nos agora estrangeiros em Portugal.
Os que não queriam combater o terrorismo lá longe, hão-de agora sofrer-lhe os efeitos à porta de casa.
Os que propalam os sofismas da liberdade, hão-de conhecer a verdade da opressão.
Estou a ver que é necessário definir com maior rigor o sentido de "independência".
Estamos a falar de independência de alguém relativamente a outrém que em princípio domina.
Deus, Pátria e Família são valores absolutos, para quem os tem.
Não é possível ser independente de um Criador, por força da própria natureza das coisas. Não é possível ser independente de uma Pátria quando a consideramos como identitária do que somos, tal como não é possível ser independente da noção de Família, procurando aniquilar tal noção com o desmantelamento da mesma, enquanto conceito e valor.
Porém é possível, necessário e bom ser independente da família quando nos tornamos adultos e pretendemos criar o nosso próprio núcleo familiar que prolonga o dos nossos antepassados.
Portanto, a independência nem sempre é desejada por quem é dependente, como no caso dos escravos e já expliquei uma razão: síndroma de Helsínquia, ou se quisermos ir mais longe, incapacidade de arriscar e de nos responsabilizarmos por nós mesmos. Há muita gente que prefere ser dependente, nesse aspecto.
Porém quando disse que em termos de senso comum toda a gente prefere ser independente a ser dependente, se tiver condições para isso, parece-me evidente.
E um preto relativamente a um branco, sabendo, por lhe terem dito milhentas vezes que a África não é terra de brancos autóctones e originários, vindo dos antepassados como os pretos são, é mais que natural que entendam que o continente é dos negros e não dos brancos.
Parece-me apodíctico e que explica muitas lutas de "libertação".
É natural e dizer o contrário parece-me artificial.
Por outro lado, não se fez qualquer referendo aos pretos das nossas províncias ultramarinas para dizerem se queriam que continuássemos lá a mandar neles e a extrair a riqueza que lhes diziam ser deles...
Mas a resposta a tal referendo, se fosse feito, parece-me simples de adivinhar, perante o panorama e a tendência natural para a independência, em modo idiossincrático.
A mulher deve ser independente do homem - no casamento?
Eu acho que artificial é dizer que os pretos não são iguais aos brancos e implicitamente assumir que pensam como estes.
A tendência natural para a independência carece de demonstração.
Os Estados Unidos da América são constituídos por Estados à partida soberanos, de cuja soberania abdicaram em grande parte.
A União Europeia obedece a princípios semelhantes.
Outros exemplos se poderiam dar: norte-irlandeses, catalães, etc.
A tendência natural para a independência não passa, nas mais das vezes - eu diria em todas as vezes com consequência - do reconhecimento formal de uma situação de facto.
Portanto, primeiro é-se independente, e depois reivindica-se a independência.
A mulher deve ser independente do homem no casamento naquilo que é possível ser. Não deve ser o homem a autorizar actos e negócios jurídicos da mulher, por exemplo, o que era costume há 50 anos, por força do tempo e das tradições.
Nesse aspecto a sociedade mudou.
Sou adepto do ditado "entre homem e mulher não metas a colher" e segundo a doutrina católica um casal torna-se uno, no sentido de se identificarem um com o outro nos desideratos.
O problema é quando a tal unidade não existe ab initio. E mesmo quando existe, desaparece por força das circunstâncias...
Portanto, essa noção parece-me falaciosa embora envolvida em roupagem simples. Um estribilho liberal que encerra, como todos, uma contradição encoberta por jogo de palavras.
Ou se é independente, ou não.
Quem se emancipa da família não requer autorização para o fazer - porquanto se assim fosse, não estava de facto emancipado.
Uma vez emancipado pode, ou não, procurar um reconhecimento expresso dessa situação que concretamente existe.
Não sei o que deve ou não deve o homem autorizar, mas julgo que o casamento está nos antípodas da "independência" a não ser que se atribua esta ao conjunto: ao casal.
Se a mulher deve ser independente do homem naquilo que é possível ser (e vice-versa, presumivelmente) então devemos por a questão: o que é possível, ou impossível, ser?
Em última análise, hoje em dia, tudo. Portanto, uma mulher poderá ser tão independente do homem quanto desejar, eventualmente desfazendo o casamento.
Mas, então, se esse é o limite das possibilidades, e equivale à anulação daquilo mesmo que está em causa, não chegamos à conclusão de que a tendência natural é para que as pessoas se não casem?
Enfim, de todo o estribilho liberal se pode extrair tudo e um par de botas porque é para isso mesmo que foram inventados: para justificar tudo e o seu contrário através das contradições que encerram.
Depois, no concreto, nada é assim. O postulado desejo natural para a independência é, afinal, tão condicionado pelas circunstâncias concretas que acaba por ser sempre irrelevante.
O desejo da liberdade de expressão é, afinal, condicionado por todos os limites da moralidade ou pseudo-moralidade e dogmas vigentes, e ainda pelas preferências idiossincráticas de cada intérprete da noção. E assim se fala em liberdade de expressão quando se discute, de facto, os limites concretos da expressão.
O mesmo para as outros liberdades, ou apenas liberdade, geralmente falando. Tal como dizia Salazar, aliás.
E assim, quando falamos de indepedência, falamos, de facto, das circunstâncias concretas de uma dependência.
Ou, como diziam os casmurros, não se falava da independência do Ultramar português, mas apenas da transferência da dita - ou seja, da alteração das circunstâncias concretas da sua dependência.
É este o resultado de séculos de liberalismo. Nem sequer conseguimos já pensar sem constantemente nos enredarmos nas contradições subjacentes a essa ideologia tarada.
Aliás, esta questão da independência é perfeitamente ilustrada pelo que acontece nas famílias: por mais que queira, nenhum pai consegue fazer dos filhos independentes por mero decreto ou declaração.
Está limitado a criar as condições que eventualmente favoreçam tal desiderato e a reconhecê-lo se e quando eventualmente se verificar.
"Porque o rumo é de definhamento. E não é preciso sequer procurar no abstracto a definição do conceito: basta contar quantos somos. Somos poucos e cada vez menos."
Muja, é exactamente o que se passa. Tal como descreveu nestas três linhas.
Porém é possível, necessário e bom ser independente da família quando nos tornamos adultos e pretendemos criar o nosso próprio núcleo familiar que prolonga o dos nossos antepassados. (José)
José, todos os seres humanos quando se ytornam adultos normalmente independentizam-se da família..., mas ficam para sempre indissolùvelmente a ela ligados e na sua grande maioria sempre em contacto permanente com a dita.
Vêem-se em documentários relatos, tanto de cidadãos norte-americanos (o povo que pela sua natureza quer ser inddependente de tudo e de todos incluindo a família quando a tem), em que eles citam a sua relação muito próxima com os seus pais e avós. Os que os perderam frisam as saudades imensas que deles têm.
Há semanas vi um documentário explica muito do que temos vindo a debater. Creio que era passado no Novo México, lugar onde vivem muitos norte-americanos e bastantes dos quais d'origem índia. Um deles - fisionòmicamente igual a qualquer norte-americano, mas podendo ser descendente de índios, como existem milhões em todos os E.U. - a propósito da lei de expulsão dos emigrantes mexicanos, garantiu que daquela terra onde vivia e que considerava sua, assim como já havia sido dos seus pais e avós, nunca a abandonaria nem que fosse à força das armas. Era uma promessa que tinha feito aos seus antepassados próximos, com quem sempre havia vivido, promessa que nunca quebraria pelo respeito devido à sua memória.
E o que escrevi sobre a independência familiar contraria em alguma coisa a noção de independência que dei? Não me parece.
Por outro lado, o muja elabora sofisma atrás de sofisma.
O que escrevi sobre a independência dos povos do Ultramar é muito simples e ficou escrito: um preto, se lhe for dada a oportunidade de ser independente de um branco que se lhe apresenta socialmente superior ( chefe, patrão, dono, mentor, capataz, dirigente político, presidente, etc) opta pelas pessoas que lhe são mais semelhantes e em África são os outros pretos.
Isso de discutir aqui as dependências relativas é um sofisma, neste contexto porque afinal todos somos dependentes de algo. Até do ar que respiramos...
Pode dizer-se que isto é uma teoria com base na raça. E é. Porque é assim que acho que se apresenta a realidade.
Não tenho nada contra os pretos, apesar disso e portanto não me acusem de racismo primário...ahahaha.
Nas nossas províncias ultramarinas nunca se atingiu o grau de miscigenação que se atingiu no Brasil, por exemplo. Não houve tempo suficiente para tal, apesar de parecer paradoxal: afinal no Brasil havia os índios e os pretos chegaram muito depois de termos chegado a África. Por causa do tráfico de escravos...
Mas foi rápida a mistura de raças. Por outro lado, houve outras raças que se misturaram, no Brasil e rapidamente.
Seia possível algo assim em África? Não creio porque os autóctones eram pretos, não eram índios. E tinham já uma cultura tribal mais extensa e difusa, com maior número de indígenas.
A nossa emigração para África começou muito tarde, comparativamente com o Brasil. E começou em moldes diversos, típicos do colonialismo europeu.
Porém, o que é que aconteceu ao Brasil quando pusemos lá um príncipe que era de cá? Tornou-se independente!
Ora talvez seja bom tirar a lição disso.
José, faz bem em citar o Brasil. O Píncipe é que declarou a independência, não o povo.
Sabe-se que com o decorrer dos séculos e ainda hoje, os brasileiros ou a sua grande maioria, tem um apreço enorme do que foi o seu período régio. Tem imenso carinho pelo que foi o seu período monárquico e sente orgulho por possuir em estado impecável de conservação Instituições e Palácios erguidos durante a monarquia, assim como inúmeros edifícios públicos, Igrejas e diversos monumentos majestosos mandados construir durante esse período, muitos a ela ligados, que os governantes brasileiros têm conservado ao longo dos tempos de um modo digno de realce.
Há imensos brasileiros que quando interrogados dizem ter pena de já não viverem em monarquia, que tudo o que lhes faz lembrar esses tempos, o requinte e as tradições a ela inerentes, causa-lhes saudade. O mesmo irá acontecer com os povos africanos com o decorrer dos séculos. Os presentes já não, mas os vindouros atestá-lo-ão.
"os brasileiros ou a sua grande maioria, tem um apreço enorme do que foi o seu período régio"
Um povo que elegeu Lula e Dilma?!
"Um povo que elegeu Lula e Dilma?!"
José, isto não quer dizer absolutamente nada. Foi o que aconteceu cá após o 25/A, o povo acorreu à rua a apoiar os traidores sem imaginar que género de gente era aquela, na verdade eram uns completos desconhecidos para todos os portugueses e estes sem desconfiarem mìnimamente a maldição que aqueles preparavam para lançar sobre a Nação e sobre eles próprios.
O mesmo povo que, às centenas de milhares, havia apoiado incondicionalmene e ovacionado em peso Marcello Caetano uns dias antes. O mesmo acontecia sempre com Salazar quando este aparecia à janela no Terreiro do Paço a saudar o povo e eram aos milhões os portugueses que o ovacionavam. Porque os povos são assim mesmo, vão para onde os levam sem saberem (nem se importando no momento) o que querem e muito menos o que é melhor para eles e para o seu próprio destino.
Tivessem os brasileiros a monarquia de regresso e apoiá-la-íam sem reserva. As excepções confirmariam a regra. Igual reacção sucederia com os povos africanos relativamente à soberania portuguesa.
Perdi esta… :) Tenho muito que fazer no jardim e no quintal. Este mês é terrível de trabalho, mas o futuro que se vê e come daqui a uns poucos meses, deixa-me satisfeito!
um preto, se lhe for dada a oportunidade de ser independente de um branco que se lhe apresenta socialmente superior ( chefe, patrão, dono, mentor, capataz, dirigente político, presidente, etc) opta pelas pessoas que lhe são mais semelhantes e em África são os outros pretos
Isto carece de demonstração.
Mais, como se explica então que os mesmos pretos venham, voluntariamente - como homens livres - e aos milhões, meter-se debaixo do jugo do branco?
Pois vêm para serem mandados por brancos, ganhando menos que brancos.
Dir-me-á que não é a mesma coisa e que são os benefícios que os motivam.
Mas, então, o económico sobrepõe-se e esmaga essa putativa tendência para a independência tornando-a irrelevante. Tal como eu escrevi.
Dizer que os pretos, num dia, não toleram o branco a mandar neles e, no outro, atravessam meio mundo apenas para se virem submeter a ele, é que me parece contraditório.
O príncipe não tornou o Brasil independente. Reconheceu apenas uma independência que já era de facto.
Aliás, a prova de que a descolonização não teve absolutamente nada que ver com a vontade de quem lá estava, e muito menos partiu de um desejo inato de libertação dos povos está em que os mesmos povos emigram de lá aos milhões e milhões para se virem submeter ao branco e começaram a fazê-lo praticamente desde então, aumentando sempre em quantidade.
Quer dizer: para estes milhões, conta mais ter paz, justiça, prosperidade, do que independência ou chefes pretos.
E esta?
Ena, ena, já conseguiram atingir o estádio politicamente correcto do desaparecimento das cores- pintaram os pretos de branco.
":OP
O que o José diz é tão básico que não há um preto que não entenda. A eles não lhes fizeram lavagem ao cérebro como aos filhos de Abril.
Por acaso estava mesmo para perguntar por si, que tem andado desaparecida. Ahahaha!
Só assim por acaso, Vs. falam assim com muitos pretos, normalmente?
Pretos que venham de África, note-se.
Até entre eles, por variação de tons, são extremamente racistas.
Pergunte a um caboverdiano com mistura de sangue branco, como é.
É que contam que foram discriminados desde crianças e toda a família pelos outros negros mais negros.
Mas depois, em adultos, não aceitam sequer na família enteados negros retintos.
Em termos de mando, ainda cá dizem que trabalham para branco e branco é assim- explora e manda trabalhar muitas horas.
Claro que sabem que na terra deles é pior. Mas a terra deles é a terra deles, a dos outros é a dos outros.
Tal e qual como para qualquer pessoa normal sem pancas de internaacionalismos.
Desses que supostamente preferem ter chefes pretos e serem muito independentes, mas têm vindo para a Europa aos milhões nas últimas quatro décadas.
eehehhe
Bisou.
Desaparecida em combate.
Andei na guerra e vai haver mais combates.
":OP
Eu falo diariamente com pretas.
E há muito que falava e gostava de ter estas conversas precisamente por curiosidade natural.
Está-se sempre a aprender.
V.s tem a noção como eles ainda hoje, mesmo cá, fazem para reconhecerem uma criança que nasce?
Se não sabe, vai ficar admirado porque eu soube muito recentemente.
Tem de ser a família da mãe do rapaz a reconhecer a criança.
Não admitem que o filho- tenha a idade que tiver (a preta até me disse- podia ter 100 anos) reconehça a criança e a registe sem ser verificada pela mãe avós, caso existiam.
Vão à maternidade e observam os nódulos dos dedos dos pés e mãos e cutículas. Se a mãe for branca tem de ter escuro nessas partes. Se não tiver, não aceitam como filho do rapaz preto.
Eu perguntei então como era se fosse de outro preto que não o filho dela.
E ela explicou que observam em detalhe a fisionomia. Porque ninguém nasce sem semelhanças genéticas. E essas semelhanças contou-me ela que são ensinadas há séculos e passadas de mães e pais para filhos.
Se acharem que não há traço familiar, não deixam que seja registada.
Também me contou do racismo em Cabo Verde. Racismo natural por tons de pele e cor dos olhos.
E quem mais sofre são os cruzados com brancos porque os outros negros detestam-nos.
Tal como nós que dizemos mal dos alemães e ingleses mas emigramos para essas terras por necessidades económicas.
É assim. E quem não é assim é que é contranatura.
Claro que vai havendo integração. Mas isso não altera a noção histórica que têm de que antepassados foram escravos de brancos.
Nãp há preto que não lhe diga isso na cara. E não é por lavagem cerebral ideológica.
Até pode dar-se às mil maravilhas com brancos. Mas é uma noção que está lá. Tal como es´ta a terra que é deles e a que é dos outros.
O mesmo com asiáticos.
Agora até tenho acampamento mongol e ucraniano cá em casa e aproveito para estas conversas porque gosto sempre de aprender.
As mongois odeiam pretos.
Mas depois dizem que os ruços são racistas e até discriminam por tom de pele.
Estoua falar das mulheres do Uzbequistão. São lindas, dizem-se descendentes de mongois e muito mais inteligentes que o resto do maralhal que para cá vem.
E gostam muito dos portugueses.
Uma das ucranianas até vive cá há 20 anos e outra uzbeque há 15.
Mas a velhice vai ser na terra deles porque aí não despejam velhos em lares. Ainda têm a família alargada e há sempre alguém que fica a tomar conta.
Isto dito por quem sabe a sério a experiência de terror que é a dos lares de velhos.
russos.
ehehehe
Engraçado é como eles se referem à diferença.
Não dizem: "nós os negros, eles os brancos".
Dziem- os da nossa raça.
A caboverdiana diz sempre assim. E em diálogo com uma guineense que vive cá há muito mais tempo e até é filha de antigo combatente comuna, insistiu que os costumes não mudam.
A outra dizia que os que vão para Londres e assim perdem muitos desses hábitos. E eu sei que se estava a referir ao filho que teve filha de outra preta e que nunca deixaram sequer que ela conheça a criança. Por tricas de nora com sogra e assim.
Mas isso é raro. E é por efeito de subida de status social e mudança para país menos "preto" que o nosso.
":OP
Não será bem assim, porque o que aqui está em causa é a diferença entre preto e branco. Portanto o exemplo dos portugueses que vão para a Alemanha, não colhe.
O que eu disse anteriormente é que as necessidades económicas - entre outras e que considero básicas: paz, justiça, prosperidade sobrepõem-se de tal forma às tais tendências para as independências que estas últimas são irrelevantes no concreto.
Se assim não fosse eles não vinham para cá. E vêm.
Ora, sendo assim, e sendo certo que o Estado levava a cabo vastos programas de promoção social das populações, tanto as autoridades civis como as militares - construindo aldeamentos novos, esgotos, escolas, cuidados de saúde, etc; então é forçoso concluir que eles reconheciam essa promoção e, pesadas as alternativas aderiam à que mais lhes interessava.
E foi mesmo assim. Daí que, com os nossos parcos recursos, pudéssemos sustentar a luta durante mais de uma década num território conjunto do tamanho da Europa, agravado por não ser contíguo.
É isso que eu digo. Nunca houve sublevação popular generalizada contra os portugueses ou contra os brancos, sem prejuízo dos racismos que pudesse haver de parte a parte e intra-partes.
Precisamente porque há certas necessidades que se impõem no concreto. E é assim que é e o contrário é que é contra-natura, ahahah!
Portanto, o argumento que as independências seriam inevitáveis por questão de real-politik internacional, é uma coisa. É válido, embora haja outros que o equilibram.
O argumento sociológico é que não tem validade nenhuma porque não tem fundamento real, concreto no que se passou.
A questão nunca foi de brancos contra pretos lá, "no terreno".
Poderia sê-lo cá, na Europa, e nos EUA, e na ONU. Aliás, era essa a estratégia. Mas lá a questão punha-se noutros termos.
Aliás, ainda hoje é assim.
Quase nunca são os pretos que colocam as problemas em termos raciais. São sempre outros defensores de causa alheia que o fazem.
Quem ouvir as notícias sem saber mais, há-de crer que todo o mundo ocidental é uma espécie de África do Sul em apartheid.
Mas no mundo real, não é nada assim.
"Quase nunca são os pretos que colocam as problemas em termos raciais."
Pois pode ser que não, mas duvido. O que acho porém, é que os pretos têm uma noção de raça mais "racista" do que a dos brancos em geral.
Colhe e é menor.
Colhe porque se trata da noção identitária que diferencia os nossos dos outros.
No caso deles essa identidade ainda é mais acentuada por cor de pele (e complexo a ela associado) e por efeito de terem sido escravizados.
Portanto, preto aceitar de boa vontade branco a mandar e governar terra deles, é mentira.
É treta politicamente correcta.
E nada tem a ver com a política de Salazar.
Eles sabiam lá quem era Salazar. Sabiam é de quem tinham sido escravos.
É como o José diz- há sempre palermas que tomam a causa dos outros.
Mas esses palermas nem sequer querem entender muito as características dos que defendem porque aí deparavam-se com o racismo de pele e idiossincrático como nós até desconhecemos.
Eu percebi outra coisa nestas conversas.
Percebi que em faltando diferenças de hierarquias sociais, elas inventam-se da forma mais simples e "animalista"- iventam-se por cor de pele.
E a cor mais escura incomoda todos. A começar oelos pretos mais claros.
Ou pela inveja dos mais escuros que segregam e perseguem em Cabo Verde os pretos alourados e de olhos claros.
E estes, por sua vez, depois segregam na família os pretos escuros adoptados por casamento de algum que os traga.
O que até é interessante e mostra que a base é uma noção universal e estética.
Tal como se segregam as pessoas mais feias e se prefere as mais bonitas. Ou mais novas. Tudo o que é mais agrdável tem preferência.
Eles sabem isto por lhes faltar outra forma de hierarquia.
Os indianos têm as castas.
Eles têm tribo mas também têm este racismo do branco/escuro.
E é por isso que preto casa com loura, em podendo.
Pronto, é mentira. Era tudo mentira e o Salazar e o Nogueira é que eram casmurros. Quem diz casmurro diz burro, porque não percebiam estas coisas básicas que até pretos percebem. Certo?
Só gostava que me explicassem como é que o preto lá, era burro e não percebia que ter os brancos a mandar dava benefícios; e agora, lá, é esperto, percebe e vem a correr para cá para os ter.
E quem diz Salazar e Nogueira, diz Marcello Caetano, porque não alterou fundamentalmente o rumo traçado por aqueles.
Eu disse que eles - povão- desconheciam o que o Franco Nogueira ou Salazar queriam ou deixavam de querr.
Não disse que o Salazar não era politicamente correcto- era- tinha uma ideia parecida à do D. Manuel- tornar tudo cristão e pronto- acabavam-se as diferenças.
Numa destas conversas com a caboverdiana houve detalhes curiosos e contradições dela que explicam aquilo que os livros não contam nem se aprende na escola.
Dizia ela que a família tinha "sofrido muito" por serem claros. E eu perguntei como. Ela adiantava que eram vizinhos, era toda a gente a colocar de parte. Desde as crianças.
Depois contou como sucedeu com um irmão dela que casou com uma preta que já tinha filhos pretos retintos- lá em Cabo Verde.
E disse que ele não os aceitou. Não permitiu que ficassem na família por serem muito pretos (sendo que ele também é preto- ams de tom mais claro).
E eu perguntei porquê.
E ela responde- "por racismo de branco que tem de família"
eheehe
Conseguia atribuir o fenómeno "racismo" a um problema que branco tem mas não percebia que isso contradizia o facto de eles terem sido vítimas de racismo de pretos mais pretos que eles.
Vs. têm problemas em encarar a realidade.
No caso da Maria é efeito de querer que a fábula fale mais alto.
No seu caso e de outros é geracional.
Sem querer, vs. são politicamente correctos.
Não se dão conta mas isso também já entrou "no sangue"
AHAHAHHAAHAH
è como a treta dos brasileiros até gostarem de ter monarquia sob o nosso mando.
Só alguém que apenas conhece brasucas de novela pode dizer este mega disparate.
Os brasileiros detestam-nos. São hiper-racistas e com tara idêntica de "vítimas de colonialismo".
Conheço quem não tenha aguentado esta treta e se tenha vindo embora.
Pois é. Mas não explica o que eu pedi atrás.
Como é o preto não percebia aquilo que é básico e qualquer animal irracional percebe: aquilo que lhe faz mal e aquilo que lhe faz bem.
E, misteriosamente, passa a perceber e a emigrar em massa para os países dos brancos que tanto odeiam.
Tiveram epifania e aperceberam-se dos motivos económicos que antes não apercebiam?
Ou o branco não lhes fazia bem e validamos, assim, todo o arrazoado comuna? Não andamos longe, eles também são adeptos das inevitabilidades.
Uns faziam bem; outros mal. Houve de tudo.
E depois houve lavagem ao cérebro ideológica.
Uma coisa não invalida a outra.
Para terminar:
A caboverdiana conta outra história muito engraçada. Tem 4 filhos e dentre eles uma filha que tem carácter bem marcado e é toda desenrascada (foi agora, aos 17 anos, sozinha para Londres para estudar e fazer mais pela vida)
Pois bem, essa filha, diz ela que desde miúda tinha a mania que ia ficar branca
eheehhe
E dizia- "quando eu ficar branca"- acreditando que o tom de pele ia mudar e aclarar com o tempo.
Os irmãos e a mãe fartavam-se de rir e gozar, dizendo que podia esperar sentada.
Mas ela acreditava que era mais branca que eles e que a pela ia mesmo aclarar naturalmente
":O)))))
Agora digam lá o que é ou deixa de ser o tal de "racismo" que inventam como dogma e tabu criado pelos brancos exploradores.
Sim, mas tiveram uma epifania?
Não viam os benefícios que tinham lá, mas passaram logo a ver os que poderiam ter cá?
Tal como toda a gente que se desenrasca na vida.
V. fala com estas uzbeques e percebe a diferença.
Raparigas com 20 e poucos anos que saíram lá da Àsia Central e vieram por aí fora.
Uma delas contou que apenas sabia dizer "Leiria". E veio do Uzbequistão- sozinha, passou pela Turquia, pela Grécia e chegou ao aeroporto da Portela sabendo apenas dizer uma palavra em português: "Leiria". Que era onde tinha uma amiga a trabalhar num lar.
O resto era por mímica. Foi lá ter. E agora fala português e lê porque ainda aprendeu com os russos a escrita latina.
Esta gente é geneticamente superior. Eu acredito nisso. E até acredito que sejam mesmo descendentes do Genghis Kahn como ela diz.
Uma prima com 70 anos veio cá também trabalhar e é linda de morrer e ninguém dá essa idade. Desenrascada. A outra até dizia, para me tranquilizar, que é mais inteligente que ela.
Não podem com pretos e também desconhecem a cena de queixar e lamuriar contra o Estado.
Ganham bem. Porque profissionalmente são excelentes. E são excelentes porque geneticamente são superiores. E por isso emigram, sem medo e arriscam na vida.
Qualquer pessoa desenrascada tira proveito do que se oferece.
Se há oferta imbecil, o problema é político- não é de quem a aproveita.
E aproveitar não implica mudar de cor ou perder a noção identitária mais profunda.
Quanto mais primitivos mais identidade têm e precisam para manterem os laços familiares e sociais entre eles próprios.
Não. A hipótese é que os pretos se revoltaram contra os brancos em geral, e os portugueses em particular, porque não toleram senão pretos a mandar neles.
A minha pergunta é como se explica, uma vez desembaraçados dos brancos, tenham começado imediatamente a emigrar de lá em massa para os países dos brancos.
É isso que carece de explicação.
Se qualquer pessoa desenrascada tira proveito do que se oferece, porque não tiraram - segundo a vossa hipótese - proveito do que faziam lá os brancos, e agora vêm tirar proveito do mesmo, cá?
Tiraram. Tanto que tiraram proveito que ficaram com tudo o que os brancos lá fizeram
":OP
O resto é inferioridade genética que vem sempre à tona, mesmo ficando com o que os outros fizeram e deixaram.
Mas os pretos não emigram como estas asiáticas. Fazem tudo em bando. Não é assim, por superioridade genética.
È por irem atrás e para onde cheiram que pode ser melhor e por falar tudo a mesma língua.
Os geneticamente superiores nem por cá ficam ou nem por cá precisam de passar, excepto para a papelada.
Ninguém escreveu em parte alguma que os pretos se revoltaram contra os brancos.
Se v. prefere extremar por fábula vai ficar a conversar com a Maria porque eu para fábulas prefiro outras mais antigas e interessantes.
As coisas genéticas são outras e etendem-se sem bengala ideológica.
Vs. é que têm de meter política e ideologia em tudo e depois não entendem nada.
Por exemplo- a fábula de brasuca chorar por domínio de monarquia tuga é anedota.
E é anedota que nem explica a "safadeza" e indolência de "zé carioca".
O que a explica é outra coisa- zé carioca é fruto de cruzamento de canibal com judeu.
Sempre mal-habituados a paparem, de uma forma ou de outra, os outros.
Eu converso com a Maria sem problema algum. Aliás, quem se meteu na conversa foi V.
Por isso se quiser deixar de conversar, esteja à vontadinha.
Não escreveram palavra por palavra, agora, mas a hipótese é essa. Ou dir-me-á, passadas tantas conversas, que não é?
Se a vossa hipótese não é revolta de pretos contra brancos, então qual é? Porque motivo se batiam então os terroristas?
Eu entro nas conversas e debates que me apetece, tal como v. faz a demagogia que entende.
Só que há limites a partir dos quais a conversa, naturalmente, acaba.
Já acabou com invenção de que "se não escreveu, podia ter escrito".
Maniqueísmo não serve para nada. Não serve para se perceber o que os outros dizem. Serve apenas para se sentir bem com os aprioris de que se parte.
Eu já lhe respondi ao que v- queria que se dissesse- que foram instrumentalizados.
Pois foram. Mas não foram com fábulas rebuscadas como as que a Maria inventa.
Foram-no com ideias básicas que vivencialmente conheciam.
E essas baseiam-se numa oposição de raça que é praticamente instransponível, a menso que haja extermínio ou gigantesca miscigeneção.
Politicamente as coisas podiam ter tido transição diferente.
Isso sim. Mas isso não impede a noção de diferença rácica.
Em parte alguma do mundo.
Bem, eu só quero é que Vs. reconheçam as contradições em que caem, para não admitirem aquilo é claro e evidente.
E não percebo ainda bem porque o fazem, mas hei-de perceber. Talvez seja geracional como diz, talvez seja só negação.
Eu sei perfeitamente que eles foram manipulados. E sei porque o Exército também sabia. Até tenho mapa que mostra o grau de penetração da manipulação nas populações.
Portanto, no Governo também sabiam. E sabiam a facilidade com que se subvertia uma população, aldeamento ou região inteira.
E também sabiam desfazer e contra-subverter. E acredite que nos anos 70 já faziam isso com uma eficácia que nem sonha.
É por isso que eu sei que o que Vs. dizem é treta. Parece grande coisa, mas não é porque a realidade desmente essas considerações.
Toda a manipulação pode ser desfeita. Toda a subversão pode ser contra-subvertida. Em particular uma tão básica quanto essa.
Os pretos-alguns pretos, note-se, os mais desenrascados e evoluídos- vêm para cá para serem mais independentes. Para terem uma vida melhor.
E vêm para cá os da Guiné ou Cabo-Verde que é mais perto e os outros porque a língua ajuda. Vão para o Brasil? Não me parece porque lá as perspectivas não são melhores.
Vêm para aqui porque ainda há esperança de alcançarem uma vida melhor para eles e para a família dos que prezam esse valor.
Os das antigas colónias inglesas vão para os países onde se fala inglês e há condições para tal. Básico, isto.
Por outro lado, os pretos gostam de coisas simples: música, artefactos como telemóveis, até carros quando os podem comprar. Tudo coisas que em África não se fabrica a eito, a não ser música que sempre tiveram. Mas é a de batuque.
Portanto, a vinda dos mesmos para a Europa dos brancos é uma questão de independência, ainda.
Além disso ainda não percebi a sua ideia básica, muja.
Será capaz de a explicar em poucas frases que não passem por desconsiderar os argumentos que coloco?
Quais são as contradições, que não entendo essa acusação?
Ninguém nega as diferenças de raça.
O que eu nego é que isso sirva de justificação para postular uma inevitabilidade, sobre tudo aquilo que é ainda mais básico e que se resume em distinguir o que nos faz bem do que nos faz mal.
O que eu nego é que uma população se deixe subverter por quem usava de violência sobre eles, porque naturalmente desejaria a independência daqueles que lhes traziam benefícios tangíveis.
A minha ideia básica é esta: a diferença entre pretos e brancos não justifica nenhuma inevitabilidade no que tocava ao Ultramar.
Uma contradição gritante, por exemplo, é, por um lado, considerar Salazar um génio da diplomacia - no que toca à guerra civil espanhola e à 2ª GG - e, por outro, considerá-lo um casmurro no que toca ao Ultramar.
Eu não desconsidero os seus argumentos. Antes pelo contrário: considero-os, e julgo-os fracos e improcedentes. Ehehehehe!
"o que nos faz bem do que nos faz mal"
Isso é uma questão que depende do "sujeito da acção".
Por outro lado, o sentido de independência tem algo que mexe com as entranhas e, por isso, não calcula racionalmente os riscos e consequências.
Agora que tem de ter uma base real e simples que todos entendem, por vivência- ainda que indirecta ou aproximada, tem.
E essa é que não é de fábula.
É universal.
Pela sua lógica não justificaria em parte alguma do mundo onde houve "descolonizações".
Ou então, tem de admitir que queria uma excepção rácica, exclusiva para os portugueses, já que a política não chega.
O que nós dizemos é que a política estaria sempre condicionada por essa questão primária e universal.
Podia era ter tido outros timings e outras formas e não a vergonha do que sucedeu.
Que foi bera para todos.
Mas o condicionalismo estava lá. Mais cedo ou mais tarde ia falar mais alto.
Como sucedeu e sucede em toda a parte do planeta.
Por ter uma base idiossincrática humana. Que não depende de "doutrinas" ou de "educações". Isso são palavras.
Hoje em dia há quem prefira viver de palavras. É um facto. É o dogma do preconceito da moda contra a realidade e experiência.
timming
Pois não justificaria. Não justificaria nem justificou.
Esse condicionalismo é tão irrelevante por si só que é desprezável. Não seria assim se fosse o único.
Mas não é. Sobre esse há os condicionalismos económicos, geográficos, religiosos e culturais. E são esses os que determinam mais porque são os que, efectivamente, podem criar conflito grave.
Evidentemente, a dificuldade está em separá-los. Ou em insistir na separação.
A não me custa admitir que os portugueses tivessem vantagem sobre outros europeus na conciliação dos diferentes condicionalismos. Não acho isso estapafúrdio nem inexplicável.
Embora tudo isso pese pouco em relação a algo mais simples e que era a vontade de permanecer.
Pois- questões de "vontade". Que não são unívocas.
Não são necessariamente unívocas. Mas eram. Pelo menos no que respeita a África.
A questão rácica para mim é a mais importante.
Não acredito que os portugueses fossem capazes de anular tal questão básica e inerente à natureza humana contemporânea.
Mesmo que lá continuássemos por uns bons anos, nunca seriam por muitos mais sem que essa questão se colocasse. Fosse como partido, como grupo ou como aquilo que fez surgir a guerra na Bósnia: diferenças religiosas e culturais.
Isso para mim é básico e julgo que não pode ser ultrapassado por "boa vontade" ou voluntarismos.
Na África do Sul o que sucedeu quando o poder dos brancos cedeu perante Nelson Mandela?
Algum branco terá jamais oportunidade em ter o poder que antes tinha?
Afinal isto continuou! Perdi o comboio outra vez!
Deixe lá. Isto é como no metro, vem outro a seguir.
"vem outro a seguir". Pois vem:)
José, a política social sul-africana e as leis de divisão das raças, repugnante aliás, nada tinham que ver com as nossas leis políticas, sociais e morais nos Territórios Ultramarinos. Na verdade as nossas eram o seu antítese.
Zazie, já foi ao Brasil? E se foi, teve contacto directo com os brasileiros? Não me refiro aos emigrantes portugueses recentes ou mesmo aos que lá estão há dezenas de anos, mas com os brasileiros descendentes daqueles que partiram daqui há séculos? Eu estive lá por diversas vezes e sei muito bem o que eles pensam dos portugueses actuais e como recordam os tempos em que a Família Real governou aquele país até ser decretada a Independência. E milhares, senão milhões, têm pena de já não não serem governados pela monarquia. Pode crer.
Aliás membros da nossa Família Real ainda vivem no Brasil e são extremamente acarinhados e bem tratados. Marcello Caetano foi de tal modo bem recebido e tratado com tanta deferência pelos brasileiros, desde o povo nas ruas até aos políticos e académicos, que, como agradecimento a tantas mostras de carinho e contràriamente ao que lhe havia sucedido em Portugal, quis ficar lá sepultado. Isto significa que os brasileiros nos apreciam como povo ou não?
A Zazie já esteve alguma vez nas nossas Províncias Ultramarinas? E se esteve, chegou a contactar em profundidade com aquelas gentes de todas as classes sociais? Eu tive em duas delas e convivi o tempo suficiente com aqueles povos para saber bem o que eles pensam de nós.
A Zazie leu o que escrevi sobre aquela rapariga preta de Cabinda, que tinha vindo para Portugal quando a guerra em Angola estava no seu auge? Quando lhe perguntei se gostava de estar cá, respondeu "não, não gosto, afinal quando é que os portugueses voltam para Angola?"
E leu sobre a outra preta angolana cuja família tinha sido assassinada pelos terroristas, ela própria não tendo morrido por pouco mas ficado sem uma perna? Uma rapariga inteligente, que tinha estudos e sabia o que dizia. Quando lhe perguntei se odiava os portugueses por estes terem-nos abandonado à mercê dos grupos terroristas (numa longa conversa trocada entre ambas, frisou que os angolanos tinham vivido sempre em paz e em liberdade enquanto tiveram a protecção dos protugueses - dos militares em Angola e dos governantes no Portugal europeu)? Respondeu "não os odeio nem podia, forem eles que me salvaram a vida e foi um deles que me trouxe para Portugal".
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