domingo, março 11, 2018

Um par de jarras...

Na entrevista que o super-naif  ( não se admitindo a alternativa, de ser um farsante) Pinto Monteiro, antigo PGR, deu no outro dia ao Público/RR, há um pormenor que não escapou ao Correio da Manhã que dele faz uma página na edição de hoje.

Trata-se da elevação à categoria de elementos decorativos, ou seja de jarras, de duas magistradas do MºPº que tinham cargos do mais alto relevo no tempo de Pinto Monteiro. Uma era directora do DCIAP; a outra procuradora-geral distrital de Lisboa. As pessoas certas em lugares incertos, sendo certo que Pinto Monteiro nada tem a ver com isso. Já lá estavam antes dele e assim ficaram, até mais ver, dali a algum tempo.

Neste caso é inevitável o juízo decorativo sobre a presença de ambas em Angola, nos idos de 2010. Foi um tempo profícuo para o então primeiro-ministro José Sócrates, de quem Pinto Monteiro continua a apreciar o estilo, amealhar uma fortuna nas mãos cuidadosas de um amigo chegado, depois de um primo ter de ser afastado. Por causa do Fripó. Nada disto Pinto Monteiro viu, ouviu ou cheirou. Nem aquelas duas...

É este o segredo da renovação que o PS pretende para o MºPº, com a ajuda eventual de Rui Rio: transformá-lo tendencialmente e se possível em objecto decorativo nos assuntos sérios a tratar. Como era nesse tempo de Fripó em que a investigação esteve "paradinha" por o sr. inginheiro ter ganho a disputa eleitoral.



Nesse Ultramar então visitado, do outro lado de África, muitos anos antes decorreu uma guerra de guerrilha em que familiares daqueles dois retratados acima participaram, contra nós, portugueses que lá estávamos a defender o que tínhamos descoberto no final do séc. XV.

Ah! E já esquecia, tendo sido um comentador a lembrar: o candeeiro ao centro chama-se José Eduardo van Dunem dos Santos.  Portugal não precisava de ter uma van Dunem demasiado tempo onde esteve e agora, onde está. Não precisava, ponto. A inteligência não é justificação e o politicamente correcto ainda menos. Há outras explicações, não dadas, evidentemente.E para isto não se tornar demasiado críptico, a questão é esta: o PS mandou demasiado tempo na Justiça, em Portugal. Fez o sistema, orientou as principais figuras, no início, ou seja no final dos anos setenta do século que passou e depois colocou quem quis, onde quis e como quis. Estamos como estamos, muito por causa disso.
O PSD, quando esteve no poder, ajudou a mudar o quê, essencialmente? Nada. O PSD tem medo do sistema de Justiça que não criou e apenas achegou em matéria legislativa. Afinal, Figueiredo Dias e Costa Andrade são do PSD...mas da ala esquerda que convive muito bem com os van dunems que apareçam indicados pelo Sombra desaparecido, Almeida Santos.
É este o problema, há 40 anos. Tal como no futebol em que os actores da corrupção não se movem todos por milhões, mas alguns apenas por uns bilhetes para jogos do seu clube de sempre, assim na política há quem aceite jogar no sistema por conta do próprio sistema, para o continuar a dominar. Isso não é menos corrupção, se o for desse modo, porque desvirtua completamente o jogo democrático e a corrupção é isso mesmo: pôr em jogo a integridade do Estado que é de todos.

No CM de hoje há o depoimento de um desses heróis que não faziam figura de jarra nem jarreta, como o naif. Por falar nisso, safou-se da tropa?


Questuber! Mais um escândalo!