domingo, maio 09, 2021

Os bodes expiatórios da falência bancária

 Esta notícia do CM de hoje tem toda a aura de sensacionalismo própria de quem pretende vender jornais. 


Este Vieira, do futebol e que empresaria no imobiliário depois de ter sido perito em compra e venda de pneus, é bem um exemplo dum certo capitalismo nacional financiado por uma banca nacional que lhe assenta como uma luva. 

Para além desse exemplo, o caso dos maiores devedores do antigo BES é também paradigmático. É preciso notar que em terceiro lugar surge o improvável grupo Lena, do senhor Barroca de Leiria ou arredores e cujo administrador principal foi um dos melhores amigos de José Sócrates. Tanto que segundo o juiz Rosa até o corrompeu, logo a partir de 2006 e continuadamente até 2011, pelo menos. 

O calote do grupo ao antigo BES está cifrado em 118 milhões de euros. Onde estará esse dinheiro? Não há insolvências para estes caloteiros crónicos? 

Ao pé destes, o inenarrável Berardo faz figura de bem comportado e um famigerado José Guilherme idem aspas. 


O caso da Promovalor do tal Vieira merecia ser estudado, para se poder ver como lhe foi emprestado o dinheiro, com que garantias e que justificação económica relativa ao financiamento foi apresentada e por quem. 

Para saber tudo isto que se afigura complexo e que neste caso tem tudo origem na acção prestamista do BES de Ricardo Salgado, o CM de hoje tem mais uma crónica algo simplista mas nem por isso despicienda sobre o tal Salgado que afundou o banco da família e ainda se mantém à tona da justiça que tarda. 


Confesso que me assusta um pouco este simplismo porque o que se passou no banco e noutros bancos merece também ser analisado de um outro ponto de vista mais complexo. 

Para tal valeria a pena ler este livro de cerca de 700 páginas e tentar perceber como é que certos banqueiros e empresários se afundaram em bancarrotas e desgraças várias, com relevo para o erário público que já foi chamado a "injectar" mais de duas dezenas de milhar de milhões de euros. É quase meia bazuca...

Para tanto ponho aqui só meia dúzia de páginas: 



O bancos nacionais estavam fragilizados, não havia regulação suficiente nem supervisão eficaz e depois foi o que se viu quando apareceu a crise financeira.



A solução? Melhorar a vigilância do Regulador e da Supervisão...








Perante este panorama e o que se viu nas declarações parlamentares de alguns "grandes devedores" como um tal Moniz da Maia, o maior deles todos, em exposição de indecência caloteira, talvez seja difícil atribuir responsabilidades únicas a quem pediu dinheiro e lho emprestaram, com as garantias que lhes permitem fugir para o Brasil ou esconder pecúlios em offshores salvíficas e secretas.

A responsabilidade real e verdadeira é da incompetência, amadorismo, negligência dos actores políticos em geral que tinham tal responsabilidade e declinaram assumi-la em devido tempo. 

Tem nomes e são indivíduos do CDS, do PSD e do PS. Ministros e legisladores avulsos, incluindo certos escritórios de advogados das habituais parcerias da parecerística e da legislação por encomenda. 

Não basta apontar o dedo ao tal DDT e ficar assim, como bode expiatório de toda essa canalha que nos arruína económica e moralmente.  
A responsabilidade pode nem ser criminal, se bem que noutro país decente os nomes eram expostos na praça pública para todos verem quem são e poderem ser arredados do mando. 

Assim, temos apenas notícias do Correio da Manhã com o habitual sensacionalismo redutor. 
Talvez fosse mais útil começar por aqui, pela leitura deste artigo de um indivíduo falecido há pouco e que era um fassista...mas dizia as verdades inconvenientes para quem assim o chamava. Et pour cause...


E se mesmo assim querem um bode expiatório à altura das responsabilidades, um verdadeiro artista destas coisas, aqui têm um, a suar as estopinhas...mas que ainda assim se safou porque esta gente arranja sempre modo de se safar. 
O pobre Vieira dos pneus ao pé deste artista  e das responsabilidades políticas e profissionais que lhe deveriam ter sido assacadas, é menino de coro. 


E para não ficar sozinho a limpar o suor de um trabalho que não fez, aqui vai outro, ainda mais artista porque amador e almocreve de corruptos ( ajudou José Sócrates a fazer o que não fez a este propósito).
É professor universitário e ensina...economia. Talvez fosse melhor ensinar a jogar à cabra cega:




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Megaprocessos...quem os quer?