Editorial do Público de hoje sobre os "rankings" (parece que não há palavra portuguesa para designar as tabelas classificativas) das escolas nacionais do ensino secundário. O resultado é eloquente: as escolas privadas ficaram melhor classificadas que as públicas (só três entre as cinquenta melhores) e o director do Público alinha pela ideologia esquerdista do costume para explicar o fenómeno: as desigualdades que aumentaram derivam da pobreza ou da riqueza de cada um. Monetária, entenda-se. Típico. A inveja funciona sempre como leit-motiv desta gente.
Nem sequer o facto de a melhor escola nacional, a Efanor, ser propriedade da fundação do patrão deste esquerdista inveterado o faz repensar os termos de análise:
Nas páginas do suplemento organizado em companhia da "Católica Porto Business School" (uma delícia, de parolismo linguístico e de confirmação prática da superioridade do ensino privado) há uma entrevista de um responsável directo por este estado de coisas no ensino público: João Costa.
Numa pequena expressão diz tudo e nada mais era necessário dizer: " Se há alguns que têm estímulos familiares e a capacidade de aceder a serviços educativos de outra forma, há aqueles que dependem exclusivamente da escola" !
E diz isto com toda a naturalidade de quem já percebeu que a escola pública é manifestamente insuficiente para atingir níveis de excelência. E por isso o resultado expresso nas tabelas publicadas. É mais completa confissão de incompetência e impotência, claramente expostas.
De resto, uma parte importante e desconhecida porque nunca valorizada do relativo sucesso escolar actual nas escolas privadas deve-se à actividade dos explicadores que complementam e em muitos casos preenchem completamente o que os professores das escolas (incluindo as privadas) deveriam fazer e não fazem porque o grau de competância actual dos professores, na generalidade é muito baixo.
E tal deve-se a quem os forma: o Estado. As escolas ESE e outras aldrabices que se acoitam no seio do Estado esquerdista e socialista são o viveiro desta miséria intelectual. O ISCTE é a madrassa de todo este sistema...por isso aguentem-no e sofram porque o destino da juventude está nas mãos desta canalha.
Provavelmente este será o maior crime do esquerdismo em Portugal: abastardar o ensino de modo irremediável a curto prazo.
Quando vêem os resultados em vez de arrepiar caminho ainda reincidem nas asneiras e apostam na sua repetição. Basta ler a entrevista para perceber.
ADITAMENTO: esta pequena crónica do CM de hoje, 22.5.2021, dá o tom à essência do assunto que é o fracasso rotundo das políticas de educação na medida em que diz o óbvio ululante que esta gente que é responsável pelo descalabro se recusa a entender. O cronista diz que só frequentou escolas públicas. E por isso- subentende-se- tal foi suficiente para chegar ao estatuto de cronista prestigiado.
O óbvio que grita no escrito é que estas políticas públicas enxertadas no ensino básico e secundário em geral, particularmente a partir dos anos oitenta do século que passou, conduziram fatalmente a estes resultados.
Esses efeitos, como também é óbvio, produzem-se à la longue e por isso os vemos agora, de há uns anos a esta parte, inequívocos, fatais e tristes.
Os professores, os programas e toda a formação académica docente, apesar das medidas políticas e do dinheiro investido, são agora piores do que eram antes de tais mudanças, no tempo em que o cronista foi educado e deve ter-se em atenção que o foi já em tal período uma vez que nasceu em meados dos anos setenta.
Seria interessante perceber como se interligaram as medidas legislativas e as mudanças qualitativas operadas, no ensino básico e secundário.
Não sou especialista e por isso a minha opinião vale o que vale, muito pouco, mas ainda vou tendo o direito a dizer o que penso, sem que a famigerada ERC venha censurar.
O que se passou nesse nível de ensino foi o maior crime político que foi praticado em Portugal. Autores e co-autores? A esquerda em geral, do género da que o Público promove.
Começou nas facilidades crescentes nas escolas, nas concessões a programas ligeiros e paradoxalmente mais complexos, porque as matérias académicas são naturalmente complexas e por isso inútil será aligeirar o que não pode sê-lo.
Alicerçou-se no parolismo político, patrocinado por uma certa esquerda, em seguir padrões de elevação artificial de graus académicos, facilitando a obtenção de graus superiores de mestrado e doutoramento, a eito e com o propósito alarve de enganarmos o mundo e a Europa em particular, para ombrearmos com os mais diplomados.
Reforçou-se ainda na deficiente e medíocre formação de professores nas ESE´s com exigências ridículas de formação académica em "trabalhos" estupidificantes para obtenção de tais graus.
O efeito? Um ensino com professores medíocres, mal formados, programas complexos e exigências práticas sobre os alunos que estes e as famílias procuram colmatar com o modo habitual do desenrascanço pátrio: explicadores particulares a suprirem as deficiências do ensino, público e privado é bom que se diga.
Sem tais explicadores, aos milhares por esse país fora, o ensino em Portugal, incluindo o universitário, na área das Ciências, particularmente, seria uma catástrofe.
Os explicadores salvaram tal ensino.
Quem quiser saber como foi só tem que fazer um trabalho: encarregar os iscte´s e faculdades de psicologia de fazerem sondagens e estudos entre os estudantes que de há vinte anos a esta parte frequentaram as faculdades de ciências, particularmente de medicina.
Quanto aos estudantes de humanidades, em que o Português, a História e outras matérias são importantes, podemos ver o seu nível: no jornalismo que temos e nas madrassas que os formaram.
Sem comentários:
Enviar um comentário