terça-feira, dezembro 26, 2023

Sócrates e Boaventura: a aventura do embuste

 Maria Filomena Mónica escreveu um panfleto de um pouco mais de cem páginas acerca de dois personagens da cena político-académica do país. 

Dois flibusteiros do embuste, da falsidade e da mentira. Um, José Sócrates é retratado com recurso a memórias de recortes noticiosos, com particular destaque para o que se apurou na investigação processual no chamado processo Marquês. 


Como é mais conhecido o percurso de enganos de José Sócrates ficam aqui excertos acerca da aventura dos "livros escritos com o seu nome", A Confiança no Mundo e  O Dom Profano, ambos com grande participação de académicos do Direito. Um deles, intelectual-jurista da academia de Coimbra agora completamente enfeudado ao PS e que se assina Vital Moreira, que aqui se espelha numa vergonha que aparente e inacreditavelmente o não atingiu, ao contrário do que sucederia noutras paragens. O mesmíssimo Vital Moreira continua o seu empenho aferroado à defesa de um partido que só tem comparação com o modo como defendia a ortodoxia comunista e estalinista, até se desencantar com as perspectivas de carreira, aí pelos anos noventa. Um indivíduo exemplar desta fauna.

O outro é um tal Farinho, professor de Direito, confessadamente "colaborador" e cripto-autor do livro assinado por aquele Sócrates. Um típico colaborador de personagens deste jaez. 




Sobre o professor Buonaventura, a aventura é mais pitoresca, lunática e flibusteira, feita de habilidades expostas e que terminam em beleza, com o aventureiro a provar do seu próprio veneno...













As questões que surgem após a leitura disto são simples: como foi possível que em Portugal estas pessoas atingissem o grau de relevância que atingiram e influenciassem de modo determinante políticas e posições académicas acerca de assuntos que nunca deveriam ter-lhes sido confiados? 

Quem permitiu tal aberração? Foi o sistema político? O ambiente académico? A sociedade em geral? A mediática? 
Seja como for o pequeno apontamento de Maria Filomena Mónica sobre tais personagens vai muito para além do mero fait-divers e mostra um retrato de um país em que foi possível isto que se pode ler, com a agravante de ter sido à vista de toda a gente e com colaboração de muitos indivíduos pretensamente da elite do país e que afinal se revelam uma miséria moral. 

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