sábado, agosto 08, 2009

Notícias da semana

Lê-se nos jornais da semana que Isaltino de Morais foi condenado em pena de prisão efectiva de sete anos e com perda de mandato autárquico. Relativamente à pena de prisão, Isaltino mostrou-se como um inimputável, incapaz de perceber o sentido da condenação. Está inocente, é tudo o que consegue articular como argumento. E assume a condição de bode expiatório, tal como outros políticos condenados, antes dele. Por exemplo, Abílio Curto, há uns anos atrás e por motivos bem menos graves.

Lê-se ainda que o PSD não considera oportuna a discussão de um projecto de lei pensada por Marques Mendes, tendente a proibir a candidatura eleitoral de quem foi acusado em processo crime, pela prática de delitos relacionados com a actividade política. Elementar? Nem por isso. O PSD não acha maduro o tempo para discutir o assunto e o líder do BE, Francisco Louçã, considera a proposta do PSD "inconstitucional". Exactamente. Porque acha que "não se pode condenar antecipadamente ninguém."
Valente argumento. "Condenar" aqui e para Louçã releva de uma associação entre o direito criminal e a política. Maior hipocrisia é dificil encontrar: condenar em processo crime não equivale nem pode equivaler em condenar politicamente numa inibição eleitorial derivada do senso comum e da regra política de fazer coincidir o ser com o parecer. A velha questão da mulher de César.

Sobre corrupção política, os jornais da semana falaram do alemão Karlheinz Schreiber, cuja extradição do Canadá foi autorizada para o mesmo ser julgado na Alemanha, por crimes de suborno, fraude fiscal e corrupção. Relativamente a uma entrega de 50 mil euros, em Janeiro de 2000, por conta da CDU de Helmutt Kohl.
Recorde-se que este caso motivou declarações inflamadas de apoio ao então líder alemão, responsável pela reunificação alemã e que só por isso mereceria todas as amnistias, na opinião avalizada de Mário S.
Vejamos: 50 mil euros, entregues ao partido CDU, por Schreiber, intermediário no lobby dos armamentos, corruptor activo, por causa do tal donativo...e que podem valer ao presumido corruptor uma pena de prisão de 15 anos, em caso de culpa. Culpa que na Alemanha costuma ser mais fácil de provar do que por cá, seja em Felgueiras, seja até em Oeiras ou Marco de Canavezes.

Ler isto e a importância que isto tem na Alemanha, comparando com o que se passa por aqui e que por exemplo Isaltino declarou livremente em tribunal ( todos fogem ao fisco, os partidos recebem contribuições ilegais e as sobras são para quem as apanhar, etc. etc.) faz sorrir. Em modo amarelo.

Questuber! Mais um escândalo!