domingo, agosto 30, 2009

A direita do poder económico do prof. Boaventura

O professor Boaventura, figura cuja imagem mistura um improvável proletário Lampedusa com um esclarecido Tournesol, escreveu um artigo na Visão desta semana em que fala da "Esquerda". O "gattopardo" da esquerda portuguesa, adepto fervoroso do BE, tem aí uma frase lapidar que merece comentário:

"Quando está no poder, a direita tem dois poderes: o poder político e o económico; quando está na oposição, a direita cede o poder político à esquerda mas continua a ter o poder económico".

Extraordinária visão deste tournesol que acha este PS de esquerda embora com "cedências à direita".

Então o poder económico está na direita, não é assim?

O que é o poder económico, afinal, em termos marxistas como o professor Boaventura tanto aprecia? O que detém o capital e os meios de produção, pois claro.
Em Portugal que sentido faz falar em "poder económico" pressupondo um sistema capitalista , sempre de direita, tão do desagrado do professor Boaventura, quando sabemos que o capital se concentra em dois ou três bancos, com destaque para a CGD, reconhecidamente gerida por capitalistas sem pátria, ( alguns nomeados por amigos políticos do professor Boaventura) e outro, o BES, cujo patrão já disse que apoia esta esquerda notória que dá pelo nome de PS, se este continuar a mandar?
Para além desse poderio de capital, quais são as maiores empresas portuguesas, do temível e terrível "poder económico" que é o principal adversário da esquerda do prof. Boaventura?

São a EDP e a PT, cujos administradores são nomeados por esta esquerda quando está no governo e por isso regulam o poder económico do sector, como entendem melhor e segundo critérios de direita, segundo parece. É a Sonae SGPS, a Brisa e a Cimpor. A que acresce a GALP. Tudo empresas do lote dos capitalistas sem rei nem roque que estão sempre prontos para se aliarem à direita para reconquistarem o "poder político" que a esquerda lhes rouba quando ascende ao poder.

O Professor Boaventura com este tipo de artigos cai no ridículo, mas não se enxerga bem, porque no fundo, o que pretende, tal como outros, é apenas mistificar os portugueses que o lêem e não pensam duas vezes.

O Professor Boaventura ainda pensa segundo os cânones de Barcouço e nem se dá conta que afinal o dito escrito de Lampedusa continua a valer para a mistificação ambente:

É preciso que tudo mude para que tude fique na mesma.

Questuber! Mais um escândalo!