
Imagem do Expresso de hoje ( que comprei), com alguns dos elementos do Jornal Nacional de Sexta, da TVI.
O caso TVI-Jornal de Sexta, continua a dar que falar e escrever. Uma das questões mais interessantes que se desenvolve nos media é a discussão sobre a qualidade intrínseca do jornalismo do Jornal de Sexta.
Para alguns, com destaque para o isentíssimo Emídio Rangel, é um jornalismo vergonhoso. Marinho e Pinto, enquanto jornalista e autor da peça no jornal Diário do Centro sobre Mário S. , não disse mais- nem precisava, porque já sabemos que lado político pretende ocupar no espaço mediático e provavelmente não só. Isenção maior não haverá, por isso mesmo...
Assim, restam várias opiniões negativas como a do director do Expresso, Henrique Monteiro, outro exemplo e modelo de um jornalismo de uma qualidade que ultrapassa fronteiras e já é citado nos corredores do New York Times, para não falar no Guardian ou na BBC.
Henrique Monteiro nem se dá ao trabalho de justificar e fundamentar a sua opinião. Não, é-lhe suficiente debitar que tal jornalismo "é um mau produto" ( sic, et pour cause).
No entanto, outros, como José Manuel Fernandes e Miguel Pinheiro, não topam o tal mau jornalismo e até mencionam exemplos estrangeiros como é o caso de Lou Dobbs da CNN, um jornalista de tv alvo de controvérsia precisamente por causa da opinião misturada com informnação ou Jeremy Paxman da BBC, também alvo de críticas ...que não de censura de corte.
A questão essencial no debate entre jornalistas portugueses, em relação ao caso TVI, assume um outro aspecto que esconde o óbvio: os críticos do jornal de Sexta de Manuela Moura Guedes, são geralmente comprometidos politicamente com o poder que está. Emídio Rangel, quem é e o que pretende? Uma oportunidade de regressar à tv e fazer o que fez na SIC. Embora a água de um rio não passe duas veses sob a mesma ponte, Rangel quer construir um barragem mediática que o leve a provar do mesmo poder que já teve e que uma vez o levou a considerar capaz de eleger um presidente, como quem vende um sabonete ou dentífrico. Vergonha jornalística, isto? Não. Apenas pragmatismo de quem nunca deveria ter sido jornalista na vida mas apenas delegado de propaganda.
E os demais críticos que fundamentos apresentam para classificar o jornalismo da TVI à Sexta, como " execrável", "abaixo de cão", " mau jornalismo", que argumentos substanciais apresentam e, principalmente, que exemplo pessoal têm para mostrar de que são não só arautos de um jornalismo de qualidade mas também o praticam?
Alguns, têm do jornalismo a mesma visão que Mário S. e são geralmente indivíduos que apontam este como exemplo de político. O jornalismo instrumental que praticaram, de moço de recado e com interesses escondidos na pretensão de mostrar agrado, por vezes de sabujo, deveria envergonhá-los. Mas isso seria pedir demais a quem prefere sempre um jornalismo acomodado ao poder que lhes agrada do que um jornalismo que o questiona para bem de todos.
Abaixo fica a imagem do jornal 24 Horas, de outro jornalista cuja qualidade de produto tem sido comprovada ao longo dos anos. Pedro Tadeu é um jornalista correcto? Não é. Acolheu e acolhe nas suas páginas notícias de pendor enviesado a favor de interesses que nem sempre são claros ( no caso da Casa Pia, por exemplo) e mesmo assim, de vez em quando compro-lhe o jornal que até tem algum interesse objectivo. Por isso mesmo, nunca o censuraria por corte. Apenas com o uso das mesmas armas que o tipo usa: as palavras. Para lhe denunciar os compromissos.
No caso de Manuela Moura Guedes, o seu jornalismo detestado por quem detém o poder do momento, deveria ser criticado no estrito campo da sua prática: o uso das palavras e imagens para narrar e descrever factos. Isso, porém, não vejo fazer aos seus críticos. O que vejo é um arreigado desejo de a correr da informação por lhe estragar os arranjos pessoais e politico-partidários. Se Manuela Moura Guedes fosse a favor deles e contra os adversários políticos, seriam os primeiros a inverter a tónica do discurso instrumental e a atacar quem a atacaria.
Um argumento patético é o do director-adjunto do 24 Horas, Martins Pereira, hoje no jornal: " Um jornal que tem sete, oito ou dez notícias seguidas a criticar o Governo ou o primeiro-ministro não é um jornal isento e sério." Isto é de rir e só a pouca idade do escriba pode explicar. Então se fosse uma ou duas, já mudava o critério? E se as restantes não fossem de crítica, então ainda acrescentaria maior isenção e seriedade, pobre Pereira?!
Se colocassem a alguns dinossauros do jornalismo português de salamaleque ao poder, a pergunta sobre se consideram bom jornalismo o que o El Pais, La Repubblica e a Economist andam a fazer sobre Berlusconi, com ataques cerrados, contínuos e virulentos, visando a sua vida pessoal ( o La Repubblica anda há semanas a perguntar todos os dias o que Berlusconi tem a dizer sobre o caso que manteve com uma menor, denunciado pela ex-mulher...) o que diriam esses bonzos do jornalismo pátrio, tipo Bettencourt Resendes e outros?
Pois sim, já sabemos a resposta: um olhar vago e contrafeito para dizer o que não podem: que o jornalismo é sempre contra-poder e que a associação ao poder prostitiu o profissional. Mas isso, eles não podem dizê-lo. E muito menos assumi-lo.
Isto é tão claro como a prática política a que estamos habituados. Por isso, que se amolem.
No caso de Manuela Moura Guedes, o seu jornalismo detestado por quem detém o poder do momento, deveria ser criticado no estrito campo da sua prática: o uso das palavras e imagens para narrar e descrever factos. Isso, porém, não vejo fazer aos seus críticos. O que vejo é um arreigado desejo de a correr da informação por lhe estragar os arranjos pessoais e politico-partidários. Se Manuela Moura Guedes fosse a favor deles e contra os adversários políticos, seriam os primeiros a inverter a tónica do discurso instrumental e a atacar quem a atacaria.
Um argumento patético é o do director-adjunto do 24 Horas, Martins Pereira, hoje no jornal: " Um jornal que tem sete, oito ou dez notícias seguidas a criticar o Governo ou o primeiro-ministro não é um jornal isento e sério." Isto é de rir e só a pouca idade do escriba pode explicar. Então se fosse uma ou duas, já mudava o critério? E se as restantes não fossem de crítica, então ainda acrescentaria maior isenção e seriedade, pobre Pereira?!
Se colocassem a alguns dinossauros do jornalismo português de salamaleque ao poder, a pergunta sobre se consideram bom jornalismo o que o El Pais, La Repubblica e a Economist andam a fazer sobre Berlusconi, com ataques cerrados, contínuos e virulentos, visando a sua vida pessoal ( o La Repubblica anda há semanas a perguntar todos os dias o que Berlusconi tem a dizer sobre o caso que manteve com uma menor, denunciado pela ex-mulher...) o que diriam esses bonzos do jornalismo pátrio, tipo Bettencourt Resendes e outros?
Pois sim, já sabemos a resposta: um olhar vago e contrafeito para dizer o que não podem: que o jornalismo é sempre contra-poder e que a associação ao poder prostitiu o profissional. Mas isso, eles não podem dizê-lo. E muito menos assumi-lo.
Isto é tão claro como a prática política a que estamos habituados. Por isso, que se amolem.
