quinta-feira, dezembro 29, 2011

Semiótica jornalística

O Diário de Notícias de hoje comemora 147 anos a escrever para os poderes situados. Melhor exemplo disso? O director da publicação não achou melhor maneira de celebrar a efeméride do que conceder três páginas em “broadsheet” ( uma gracinha para relembrar o jornal antigo) a Mário Soares, o bonzo do regime, cuja única coisa que sabe fazer é politiquice partidária.

O diário vende actualmente cerca de uma dúzia e meia de milhar de exemplares, segundo os números de ontem da Associação Portuguesa do controlo de tiragens. Em comparação com o Correio da Manhã que vende 124 mil exemplares e o Jornal de Notícias (do mesmo dono, o amigo Joaquim) que vende um pouco menos, cerca de 78 mil exemplares, o que é muito pouco para quem pretendia ainda há alguns meses passar a ser o maior diário nacional, aqueles números são uma vergonha que não incomodam o jornalista desportivo que o dirige.

O Público anda pelas ruas da amargura, perdendo de trimestre em trimestre cada vez mais leitores. Anda pelos 26 mil exemplares vendidos e continuando a senda jacobina e trotskista não tarda nada chega à dúzia e meia como o DN. Sempre a insistir no esquerdismo bacoco e sempre a continuar a luta pela causa. Culturalmente é o costume: hoje há duas páginas de Merce Cunningham. Porque sim e por isso a dança é para continuar.

O Público por esta senda está obviamente condenado, mas recusam-se a ver o óbvio. Quando uma equipa de futebol perde sempre, o que fazem os sócios? Mudam de treinador. No caso do Público, insistem na aposta perdida e continuam a perder.

Para disfarçar, um dos directores do diário, Miguel Gaspar, escreve na crónica de hoje sobre um ministro fracassado, Álvaro Pereira, a quem vitupera a “inabilidade comunicacional”. Obviamente um caso exemplar de um roto a rir-se de um esfarrapado.

Questuber! Mais um escândalo!