A conclusão? As nossas três bancarrotas têm nomes de responsáveis. Alguns deles estão aqui. Vasco Pulido Valente perguntava há meses por nomes de responsáveis pelas vicissitudes da nossa triste História recente. Estão aqui alguns.
O exemplo mais emblemático desta gente é um tal Manuel Pinho que até foi ministro e era empregado de Ricardo Salgado. É ler o que se escreve sobre a personagem e tem-se uma ideia do que foi o nosso país na última dúzia de anos.
No mesmo jornal aparece um reguila do sistema que dá pelo nome de João Pereira Coutinho que tirou um curso de História e outro de Ciência Política e Relações Internacionais, sendo doutor na matéria.
O que diz parece estar tudo certo, segundo os padrões do politicamente correcto de uma certa direita que não é esquerda mas convive bem com a mesma. Menos uma coisa: "os políticos são maus porque os portugueses não exigem melhor".
Seria verdade se não tivesse existido Salazar. Os portugueses da época eram menos e mais desligados da política, porventura. Mas havia elites que tinham outra noção do país. Portanto, são as elites, de que o reguila faz parte, que não exigem melhor...
A elite que surgiu nos últimos 40 anos é essencialmente corrupta, numa ampla acepção do conceito. Querem dinheiro e vidinha regalada, para si e para os seus ( vidè o que sucedeu com os dois filhos de Durão Barroso e a miríade de apaniguados do regime) o que sendo legítimo deixa de fora o essencial: querer o bem do país com recta intenção, escolhendo por isso os melhores para tal tarefa patriótica. E é esse o problema maior que temos em Portugal e que o povo ainda não resolveu. Mas tem de resolver.
13 comentários:
Sanearam-nos o escol; ficaram-nos as "elites".
Bem apanhada, essa.
ehehehe
a elite está com escoliose
não tem cor. só tem 'cartêra'
juntou-se um grupo, verdadeiro cartel.
aqui nunca há cessar fogo
Cara Zazie
Anticlericalismo no gol
Omar Icas foi recuperado por uma loja depois da paneleirada se ter desentendido a nível de activos e passivos. Conhecido advogado, infelizmente desaparecido, atribuiu-lhe o nome simbólico de ‘anus da prova’. O seu activo considerava-se o restaurador do anticlericalismo a nível do gol e da fac de que é prof por ‘engolir a palhinha’. O mencionado advogado disse que só um pateta dum paneleiro era anticlerical num mundo sem clericalismo. Um dia o activo aparece de avental todo bordado, exibe-o como se fosse um dente de ouro, e informa que ele próprio o fizera. O dito advogado exclamou espontaneamente:
« – o Irmão borda muito bem ‘a ponto de Cruz ’»
Hahahahaha....
Acho que já tinha lido essa história algures... não me lembro onde...
Plenamente de acordo.
O povo pode não ser grande coisa mas as elites de hoje são absolutamente miseráveis. Graças a Deus que muitas delas já entraram em processo de auto-destruição e outros tantos estão já com um pé na cova.
A nossa pouca riqueza (muita dela acumulada pelo passado) vai sendo agora absorvida pelo mundo global.
Aos parolos do dinheiro fácil mas decisivos na destruição do conceito nação resta-lhe o contentamento material para 3 ou mais gerações mas um enorme vazio espiritual.
O comentário mais votado à entrevista do douto ao Jornal de Negócios.
"Só falta aqui um pequeno, mas importantíssimo detalhe, é que muitos dos políticos que conhecemos (responsáveis pela ruína do país) já devem muitos anos à cadeia e essa responsabilidade não pode ser assacada aos portugueses em geral ,mas a uma classe especifica (quase deuses). Em Itália foram presos 16 juízes por colaboração com os criminosos, em França as cúpulas das policias de Grenoble e Lyon foram presas após 6 meses de investigação (trafico com Itália) e em Espanha Há mais de 300 autarcas presos (até o Ex governador do Banco de Espanha foi dentro) e até na Grécia o ex ministro da defesa foi dentro por causa de submarinos à Ferrostal. ENTÃO ONDE ESTÁ O PROBLEMA?
http://www.jornaldenegocios.pt/especiais/weekend/detalhe/joao_pereira_coutinho_os_politicos_sao_maus_porque_os_portugueses_nao_exigem_melhor.html
À pergunta colocada no comentário do Vivendi às 19:21 "Onde está o problema?" tenha a minha humilde opinião. O problema reside em duas fundamentais características:
a)a formação "ética" da actual elite. Antigamente a elite tinha uma sólida formação "humanista", fundada na herança clássica, ou seja, baseada nos valores judaico-cristãos e no temperamento greco-romano, que em Portugal estava enraizado no catolicismo tradicional. Actualmente - e como muito bem disse o José - as elites estão preocupadas em cuidar do seu pecúlio e na fama, negligenciando o bem público. As elites actuais são egocêntricas, vaidosas, traduzindo-se numa cultura “materialista” - no sentido de usufruto exclusivo de bens materiais e na inexistência de valores éticos ou espirituais elevados – e maioritariamente influenciadas pelas ideias políticas/sociais herdadas do jacobinismo francês. A falta de valores éticos herdados do Antiguidade Clássica é consequência directa do ateísmo jacobinista.
b)A formação académica das actuais elites. Anteriormente as tradicionais elites nacionais eram formadas por letrados e juristas, actualmente as elites, e consequentemente os políticos, são formados por economistas e gestores. Uma enorme diferença a nível de raciocínio e na visão da Natureza Humana, da Sociedade, do Estado e naturalmente da Nação. O “materialismo” actual deriva não só da recusa de valores transcendentes, mas também da mentalidade contabilística que exclusivamente analisa a gestão diária e de curto prazo do erário público. Contabilistas e Gestores devem ser pessoal técnico auxiliar na Governação de um País, e não ocupar o lugar de estadistas. O problema actual do País é a inexistência de Estadistas e a vulgarização de políticos e politiquentos.
Miguel Dias:
Sabe quem é o expoente máximo desse tipo de político?
Cavaco. Por isso mesmo estamos como estamos. E não é dos piores.
Os homens de mão de "o mundo é um só" porque governar Portugal era demasiado pequenino...
As universidades tem um papel decisivo para o enfraquecimento moral pois introduziram o positivismo. Já existem estudos a assegurar que o QI está a diminuir em relação ao passado.
Universidades Seculares como é o caso de Coimbra foram totalmente incapazes de assegurar a tradição e manter um padrão alto na formação do saber.
Os revoltosos universitários dos anos 60 passaram a dominar no pós 74.
Há tempos o parolito do João Pereira Coutinho meteu-se contra Salazar. Ainda vai a tempo de uma resposta à altura para a sua pequenez intelectual.
O nosso grande problema é o da formação das elites que eduquem e dirijam a Nação. A sua fraqueza ou deficiência é a mais grave crise nacional. Só as gerações em marcha, se devidamente aproveitadas, nos fornecerão os dirigentes – governantes, técnicos, professores, sacerdotes, chefes do trabalho, operários especializados – indispensáveis à nossa completa renovação. Considero até mais urgente a constituição de vastas elites do que ensinar toda a gente a ler. É que os grandes problemas nacionais têm de ser resolvidos, não pelo povo, mas pelas elites enquadrando as massas.
António de Oliveira Salazar in «Homens e Multidões» de António Ferro.
E esta é para a plateia do Porta da Loja que percebe da vida e do ser português.
"Se a democracia consiste no nivelamento pela base e na recusa de admitir as desigualdades naturais; se a democracia consiste em acreditar que o Poder encontra a sua origem na massa e que o Governo deve ser obra da massa e não do escol, então, efectivamente, eu considero a democracia uma ficção."
António de Oliveira Salazar in «Citações de Salazar
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