No mesmo CM de hoje uma crónica interessante, com uma velha anedota que todos conhecem:
E esta notícia no mesmo CM de hoje, na última página ainda é mais deliciosa pelo que revela de hipocrisia e palermice ideológica inerente ao seu director Octávio Ribeiro.
Só falta o título mas a referência explícita a raça, está lá: indianos...e sabe-se agora que poderão ter sido cerca de 40 estrangeiros, em grupos rivais, por causa do processo de eleição de um líder religioso do Bangladesh.
Para o CM são "indianos"...
Um título de jornal de 1985, do Comércio do Porto de 14.7.1985 na secção dos casos do dia:
Qual a interpretação semiótica a fazer disto?
Na notícia do CM omissão completa à questão da autoria da agressão envolver ciganos. Mesmo sabendo que tal pode explicar de algum modo o acontecimento, sem redundância racista, omite-se o facto por medo de fugir a um politicamente correcto que não existia em 1985.
Nessa altura de há 35 anos as notícias diziam o que o povo leitor, comum, sentia ser a verdade factual mas até poderia nem ser. As "ciganas" do caso eram vendedoras ambulantes, tal como muitos outros de tal etnia. Nas feiras e romarias isso era claro e notório. Ainda é, hoje em dia? É muito simples de verificar: basta ir às feiras...
Por outro lado não havia qualquer medo de escrever a palavra maldita nos títulos de jornal porque tal não implicava automaticamente a expulsão da área democrática para um limbo de extrema-direita...como hoje acontece.
Na notícia concreta ainda por cima escreve-se que havia dúvidas sobre a autoria do roubo porque poderia muito bem ter sido a "empregada" a verdadeira autora...
No caso dos "indianos" ainda é mais revelador: afinal há distinções étnicas a fazer quando a realidade as impõe...
Como é que se chegou a tal situação de facto, em duas ou três décadas, na qual uma palavra é riscada do léxico admissível para se imprimir ou publicar?
O fenómeno tem explicação mas não se espere que sejam os "sociólogos" do ISCTE, doutorados com teses sobre o pulguedo ideológico que irão esclarecer seja o que for, apesar de serem os "peritos" sempre consultados por jornalistas para estas matérias.
Roger Scruton, que falta fazes!
Curiosamente, o mesmo jornal que omite a palvra maldita deixa que se publique a anedota do burro do cigano, cuja lógica deveria respeitar o mesmo princípio de obliteração. Afinal é uma sinalização discriminatória com uma anedota envolvendo raça...
Tudo isto ressuma a loucura colectiva instilada pela ideologia esquerdóide que nos consome, no meu modesto entender.
Há trinta anos, se tanto, ainda não se fazia sentir tal veneno colectivo e pensando nas razões só encontro uma, tão válida como a dos sociólogos dos isctes encartados no estudo da sexualidade das pulgas e pulgões.
A ideia marxista básica tem sido sempre a mesma: a luta de classes, dos oprimidos contra os opressores, mesmo fantasmáticos. A dicotomia hegeliana resolve-se numa síntese que esperam um dia ver numa qualquer manhã a cantar.
Portanto, os pretos e ciganos são povo oprimido, minoria, a proteger dos burgueses detentores dos meios e instrumentos de produção. A luta de classes transforma-se e revela-se nesta luta de raças que deixam de ser raças explicitamente consideradas para passarem a ser racismo branco, explicitamente denunciado, nunca ao contrário...
Quem é que denunciou racismo no caso do jovem cabo verdeano? Foi o inenarrável SOS Racismo do anti-racista Mamadou, que só vê racismo nos brancos.
Logo que se aventou a hipótese de nem sequer ter existido motivação racista e afinal ter sido uma rixa entre jovens, alguns ciganos à mistura, mudou-se o discurso e omitiu-se a verdade.
Todos os media alinharam nesta construção, nesta loucura colectiva. E ai de quem sair deste politicamente correcto! Será de extrema-direita e fascista, pois claro. Sem remissão.
A loucura é completa mas nem se dão conta.
Então para se ver como é que o racismo não deixa de ser uma estupidez só ultrapassada pelo anti-racismo militante dos mamadus todos dos media, aqui vai uma letra de um poema nem sequer muito antigo e publicado num disco de 1972, da autoria de um colectivo de músicos antifassistas da época.
O disco é Fala do Homem Nascido, musicando poemas de António Gedeão, um professor do ensino secundário, sem doutoramento em pulguedo, mas humanista que também foi autor da Pedra Filosofal.
O poema é evidentemente "lágrima de preta", sem qualquer rebuço no uso da palavra que todos entendem e se distingue de "branco". E não de "claro"...
"nem sinais de negro nem vestígios de ódio. Água quase tudo e cloreto de sódio", a lágrima da preta. Tal como a de uma qualquer branca.
E nem é preciso dizer que para quem acredita "todos somos filhos de Deus".
Isso,parece-me a mim, é o outro grande problema, a acrescer àquele da "luta de classes": a ausência de Deus nos media nacionais.
Também é vergonha falar em Deus...e isso merecia outro postal.
ADITAMENTO:
O Polígrafo escreve aqui que não se tratou de "um grupo de rapazes ciganos". Cita a Polícia Judiciária:
"A Polícia Judiciária esclarece que, ao contrário do que circula nalguns meios, os suspeitos não pertencem a uma minoria étnica. 'Não é um grupo de ciganos contra um grupo de cabo-verdianos', enfatiza. 'São pessoas normais, vulgares'. Têm entre 22 e 34 anos. São trabalhadores indiferenciados. Alguns estão desempregados. São amigos ou, pelo menos, conhecidos uns dos outros. Foram tomar um copo ou dançar naquele bar naquela sexta-feira à noite. Terão agido, em grupo, por motivo torpe ou fútil", acrescenta-se no mesmo artigo.
Veremos se foi mesmo assim ou não e quem anda a ludibriar as pessoas. Porque isto não é um fact-checking correcto e parece-me uma aldrabice, um jogo de palavras típico de aldrabões.
Porém, se for tudo falso, ou seja se nada tiver a ver com ciganos, e portanto tendo tal etnia sido vilipendiada injustamente, só por se falar nela, com esta história, ponho aqui o desmentido e faço mea culpa...em ter acreditado em versões de factos sem confirmar.
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