terça-feira, outubro 26, 2021

A escola deve ser conservadora

 Em França a questão do ensino escolar é um problema grave, tal como por cá. A revista de direita conservadora Valeurs Actuelles publicou agora um número especial dedicado ao assunto em que se  relatam as tentativas progressistas de revolucionar o ensino segundo as ideias que vieram a formar o fenómeno "woke" e emigraram para os EUA depois de terem sido publicadas por filósofos franceses como Gilles Delueze, Michel Foucault ou Pierre Bourdieu, os papas negros do relativismo cultural e da infantilização social acelerada. Por cá temos como exemplo destas teorias nocivas, o actual ministro da Educação, cujos pais foram educados no ambiente rural de Paredes de Coura e o filho já nem sabe de que terra há-de ser, por causa da ideologia que adoptou. 

A ideia central da revista francesa é a de que a escola como sistema de ensino deve ser conservadora, na medida em que deve ser depositária do passado e em dois pilares fundamentais: a História e a Língua inseparável da Literatura. Não para formar nostálgicos mas para formar herdeiros, continuadores da civilização. O passado tem o lado picante dos fantasmas e ensina-nos outras modalidades de pensamento e existência. "É uma alavanca para elevar e inquietar as evidências do presente". 

A língua deveria ser um elemento central da educação, para estimular a paixão das palavras que designam coisas e enriquecem o vocabulário de tal modo que Merleau.Ponty dizia, segundo a revista,  que a riqueza da nossa experiência é proporcional à abundância ("luxuriance" ) do nosso vocabulário. Daí a importância do ensino correcto e exigente da língua e a Literatura. Desde o ensino básico.

Ora é exactamente nestes pilares que funciona a "desconstrução" e o activismo das joacines e outros ignorantes que adoptam o presente como medida para neutralizar o passado e a linguagem restrita e castradora para definir o que lhes interessa, militando sempre nesse charco infecto de ignorância e mentira de um relativismo interesseiro e propositadamente alheado da realidade. 


Outro dos grandes mitos da escola contemporânea e que se pratica por cá desde 1974 é o do "igualitarismo" à outrance, contra tudo e contra todos, acabando por prejudicar ainda mais aqueles que se destinavam a defender com tais ideias. 
Tal como cá, em France é assim, com a "escola inclusiva" e o "ensino unificado", mitos fundadores de um atraso atávico que dura há mais de 40 anos, protagonizado pelos mesmo de sempre: a esquerda que manda culturalmente, actualmente através dos isctes e antes dos grácios e quejandos intelecualóides da estupidez. 

A leitura comparada dos sistemas de ensino nada nos ensinou nas últimas décadas porque o imobilismo de esquerda manteve-se inalterável com os sindicatos do nogueira e companhia. Na França o problema é idêntico...





Em França o que vai ainda aguentando o ensino é a alternativa dos "particulares" e "explicadores". Tal como por cá...mas não resolve o problema do básico e secundário em geral e muito menos o ambiente que deveria ser o do ensino.



Em Portugal desconfio que o PSD não tem gente nesta altura capaz de pensar estes problemas de modo a ultrapassar estes atrasos, para além de um Nuno Crato que efectivamente tinha consciência das questões, embora seja pessoa das ciências práticas ou teóricas. Rui Rio?! É para rir. Paulo Rangel? Às tantas vai fazer o que fez o Macron em França: deixar-se ir na corrente progressista...

Sem comentários: