Em França a questão do ensino escolar é um problema grave, tal como por cá. A revista de direita conservadora Valeurs Actuelles publicou agora um número especial dedicado ao assunto em que se relatam as tentativas progressistas de revolucionar o ensino segundo as ideias que vieram a formar o fenómeno "woke" e emigraram para os EUA depois de terem sido publicadas por filósofos franceses como Gilles Delueze, Michel Foucault ou Pierre Bourdieu, os papas negros do relativismo cultural e da infantilização social acelerada. Por cá temos como exemplo destas teorias nocivas, o actual ministro da Educação, cujos pais foram educados no ambiente rural de Paredes de Coura e o filho já nem sabe de que terra há-de ser, por causa da ideologia que adoptou.
A ideia central da revista francesa é a de que a escola como sistema de ensino deve ser conservadora, na medida em que deve ser depositária do passado e em dois pilares fundamentais: a História e a Língua inseparável da Literatura. Não para formar nostálgicos mas para formar herdeiros, continuadores da civilização. O passado tem o lado picante dos fantasmas e ensina-nos outras modalidades de pensamento e existência. "É uma alavanca para elevar e inquietar as evidências do presente".
A língua deveria ser um elemento central da educação, para estimular a paixão das palavras que designam coisas e enriquecem o vocabulário de tal modo que Merleau.Ponty dizia, segundo a revista, que a riqueza da nossa experiência é proporcional à abundância ("luxuriance" ) do nosso vocabulário. Daí a importância do ensino correcto e exigente da língua e a Literatura. Desde o ensino básico.
Ora é exactamente nestes pilares que funciona a "desconstrução" e o activismo das joacines e outros ignorantes que adoptam o presente como medida para neutralizar o passado e a linguagem restrita e castradora para definir o que lhes interessa, militando sempre nesse charco infecto de ignorância e mentira de um relativismo interesseiro e propositadamente alheado da realidade.
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