sexta-feira, novembro 19, 2021

Qual é a profissão da ministra da justiça?

 Público de hoje: 


O currículo desta senhora licenciada em Direito em 1977, de acordo com a Wiki e o sítio do governo é sucinto: 


O Público da altura em que a dita foi nomeada para o governo, por ser da confiança política dos socialistas, desde sempre segundo se supõe, o que diz algo sobre o que é ou deve ser um magistrado, fez um retrato mais elaborado, mas pouco, embora completamente apologético e sem qualquer nuance crítica ou sequer interrogativa sobre um percurso tão singular numa carreira tão meteórica: 




O que se depreende deste currículo tão enternecedor para alguns e deveras surpreendente ou misterioso para outros, é simples: a dita ministra da Justiça, com este percurso profissional, foi entretanto alcandorada ao STJ, tornando-se Conselheira,  com efeitos reportados ao ano de 2016,  o que ainda não consta do currículo, embora tenha sido amplamente publicitado assim: 



 Temos por isso uma Conselheira do STJ como ministra da Justiça e com o currículo que acima se expõe. Se calhar entende que a sua profissão é...é...qual?! Magistrada? Sem dúvida. Conselheira do STJ? Evidente que sim. Mas...como é que vai exercer tal profissão, enquanto Conselheira, decidindo e relatando em processos de última instância, depois de passar décadas em cargos de chefia e com alta voltagem burocrática e de representação? Como é que vai dirimir conflitos jurídicos, em direito penal ou civil quem provavelmente só lidou directamente com tais questões no exercício efectivo de uma profissão como a de magistrado, durante meia dúzia de anos, se tanto? E nem sequer lidou na prática com as sucessivas leis em aplicação corrente nos tribunais, instruindo processos, participando em julgamentos, desde a primeira instância, passando pelas relações, etc. etc. no que é efectivamente a profissão de qualquer magistrado de pleno direito e função? 
Não sei responder. Apenas me parece mais um caso de promoção honoris causa. Seja ela qual for, mesmo política e da preferência do actual poder onde toda a gente se conhece, como chegou a dizer publicamente um dia, numa entrevista. Um reflexo de Sombras passadas...num país de ética podre. 

A prova disso, também no Público de hoje:


Por vontade da SEDES, esta senhora iria exercer outra profissão, se quisesse, mas não a de magistrada. 

Sem comentários:

Megaprocessos...quem os quer?