A discussão problemática encetada no postal anterior suscitou pelo menos uma vantagem, para mim: a descoberta de uma antiga recordação arquivada numa revista antiga e uma incursão num tema que não domino de todo, a filosofia, a propósito da alegoria da caverna de Platão e em colação, Nietzsche.
Devo dizer que estes temas e postais se destinam a recreio individual, em primeiro lugar; depois, se tal se proporcionar, a proveito alheio se assim for.
Este blog não tem nenhuma intenção particular para além disso e por isso escrevo para me divertir, o que é irónico quando surge o efeito contrário. Espero ter ficada resolvida a questão pessoal no postal anterior e a nova que agora se coloca não é para afrontar seja quem for mas para dar conta de uma iluminação que aliás agradeço a quem a proporcionou, ou seja a discussão.
A circunstância de ter colocado no postal anterior uma citação de um livro- A história da Filosofia de Will Durant, edição da Cultura Editora, de 2021 com tradução de Francisco Silva Pereira, do original de 1926 reeditado em 1961- teve a ver com a filosofia em geral, começando com a dos gregos que segundo o autor já teriam estudado, filosofando e dissecando, tudo.
Este:
O livro tem uma estrutura que começa assim:
Quando escrevi o nome Durant uma luzinha começou a alumiar na minha memória até se tornar visível que tinha por aqui uma revista Seleções do Reader´s Digest, a edição brasileira, de Outubro de 1969, uma das primeiras que comprei e que trazia algo sobre Will Durant, cujo
perfil na wikipedia é interessante, a meu ver, para dar o contexto do livro em causa. E era assim a revistinha que reporta quase à minha adolescência mais remota ( e por isso é que coloco aqui estas coisas, com este ensejo de reportar o tempo que passou, para mim):
As figuras no perfil da wiki fizeram-me lembrar disto:
Apesar de o artigo se referir a uma obra de divulgação de História, aliás muito celebrada mediaticamente, contém passagens cujo interesse actual ainda se torna relevante:
Will Durant foi um divulgador que assentou muito na perspectiva de um certo povo escolhido mas vale a pena ler o que escreveu nestas páginas que a revista Seleções "condensava" e me davam gosto ler porque era um modo de ler livros em poucas páginas, descobrindo coisas novas, como agora. Sempre em modo diletante e passando de uns assuntos para outros.
Tem interesse ler a passagem sobre o diálogo entre um general e um filósofo a propósito de acontecimentos antigos e de agora, aliás de sempre e muito actuais.
Will Durant faz mais uma vez apelo aos filósofos, particularmente os gregos, porque foi também divulgador de filosofia, mormente da obra de Nietzsche.
Encontrei no Youtube uma l
ição sobre o filósofo alemão em que durante mais de hora e meia fala do filósofo e repete as ideias já expressas no postal anterior: Nietzsche, além do mais, também chegou a ser adepto de um sistema aristocrático de governo ou poder ou influência, pelo que entendi. Ou seja, não acredita nas virtualidades de um sistema democrático porque tal exclui o aparecimento no mando de alguém com capacidades superiores ao vulgo.
A partir da hora e meia do video é possível ouvir tal explicação. E em seguida
há outro video sobre a vida de Nietzsche, menos emblemático do que a idiossincrasia de Will Durant e por isso menos polémico, mas não menos assertivo e com imagens do ambiente local onde o filósofo nasceu e viveu.
Foi o que valeu a discussão anterior: permitir que ficasse um pouco mais esclarecido sobre este filósofo...e que numa leitura apressada do livro Assim falou Zaratustra se encontra esta passagem em modo de alegoria...de alguém que desce de uma montanha e se põe a pregar.
E um postal sobre carros fica assim adiado...
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