Miguel Esteves Cardoso no Público tentou descobrir a pólvora para o problema da crise na Golbal Media: os jornalistas saem e formam uma espécie de sociedade em comandita ou cooperativa, embora as despesas fiquem todas a cargo do Estado.
Para MEC os jornalistas formariam "uma sociedade" e o Estado contrataria a mesma para produzir informação, seria o proprietário mas " partir de um certo número de vendas as receitas seriam distribuídas pelos trabalhadores, ou seja pelos sócios. Sol na eira e chuva no nabal...
Devo lembrar que estas ideias peregrinas sem sequência possível porque utópicas e dependentes de variáveis incontroláveis, já foram tentadas antes, com o aparecimento de um "jornal de jornalistas", embora sem respaldo do Estado.
Em Maio de 1975, a crise dos jornais e imprensa portuguesa em geral, na sequência de nacionalizações dos bancos que detinham os jornais, ocasionaram o aparecimento deste semanário:
As ideias fantásticas produzidas pelos jornalistas assentavam todas numa premissa: Portugal rumo ao socialismo e sob o manto diáfano do MFA. Em Novembro desse ano viu-se como seria e o que poderia ter acontecido ao O Jornal se o socialismo a sério tivesse ganho a partida.
Quatro anos depois, em Maio de 1979, faziam um balanço:
Ao longo dessas duas décadas O Jornal sempre deu uma visão da sociedade portuguesa em geral pautada pela ideologia prevalecente e comum a todos os "sócios", o esquerdismo em geral seja democrático ou cripto-democrático.
A propaganda permanente contra o regime anterior assumia laivos de obsessão, tal como hoje. Em 2 de Fevereiro de 1979 a situação económica do país, governado em socialismo era de miséria permanente:
Nessa altura um líder de "direita", o democrata-cristão, "rigorosamente ao centro", Adelino Amaro da Costa afiançava que nunca faria alianças com o PSD.
Obviamente meses depois acabou por fazer, porque os portugueses acreditaram num verdadeiro projecto (AD) de mudança para Portugal, ainda sob as amarras de uma Constituição pró-comunista, gizada principalmente por uma luminária social-democrata, o prof. Jorge Miranda que tinha mais de socialista do que social-democrata ( et pour cause foi escolhido para redigir o manual que punha explicitamente Portugal a caminho da "sociedade sem classes". Nunca se incomodou com isso porque contava que ninguém ligasse tal enormidade e estupidez. Mas continuaram as nacionalizações de mais de 60% da Economia, que permitiu a maior corrupção política nas nomeações de conselhos de gestão para as empresas nacionalizadas, todas falidas pouco tempo depois.
Durante esses anos o jornal nunca inflectiu a posição esquerdista e nas eleições de finais de 1979, o Vital que já conhecemos por ter dado a pirueta, em 1989, na 25ª hora da queda do Muro, aconchegando-se a um PS e terminando nos abraços a um inenarrável José Sócrates que encomiou e putativamente ajudou ou escreveu mesmo um livro publicado com o nome daquele. Para este visionário dos Grilos, o país, se a AD ganhasse teria graves conflitos sociais.
Muito fruto das ideias fulgurantes desta inteligência estonteante que sabe sempre onde se aninhar, foi o descalabro...embora O Jornal tudo fizesse para que a AD fosse derrotada.
Um ano depois, ressabiado, o semanário publicou esta capa:
Portanto só com este pequeno exemplo está-se mesmo a ver onde os jornalistas em "sociedade" subsidiada pelo Estado, iria descobrir uma independência ideológica que nunca tiveram nem permitem que outras correntes ideológicas que contestem este socialismo tenham direito de cidadania na expressão pública.
Nunca souberam ser isentos nem independentes; nunca souberam sindicar o Estado socialista, antes pelo contrário e iriam agora descobrir tal efeito...
Não é uma ideia maluca: é apenas ridícula.
Entretanto apareceram novas ideias malucas. Uma é de um empresário de Ponte de Lima, disposto a "investir", ou seja torrar um maquia importante num jornal de referência que se desvirtuou no hábito de cuspir na sopa dos donos. Ou seja, na defesa de um socialismo que ataca o capitalismo sempre que a ocasião se proporciona e defende o dono verdadeiro que julga ter: esse socialismo wokista e degenerado.
Força, Diogo! Torra o que é teu...mas deves presumir que vais perder à grande e à francesa.
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