Em finais de 1979 era primeira-ministra Maria de Lurdes Pintassilgo e anunciavam-se eleições legislativas para 2 de Dezembro desse ano. Formara-se uma Aliança Democrática que incluía Monárquicos, Centristas e alguns ditos independentes ( Sousa Tavares, ex-PS concorria por Évora pelo PSD). Os "Renovadores", Medeiros Ferreira e António Barreto tinham feito um acordo com o PSD para " a evolução do regime".
O Jornal de 28 de Setembro de 1979 mostrava que algo estava a mudar em Portugal, na imprensa. Anunciavam-se dois jornais. Um, do PS ( Portugal Hoje) e outro da área da AD ( A Tarde dirigido por Victor Cunha Rego, futuramente, em 1983, director do Semanário). Os números de vendas, esses eram como sempre e a crise igual à de sempre.
Nesse mesmo número, o editorial definia o que tinha sido o regime anterior: fascista, pois claro. Não obstante a ameaça para as conquistas de Abril que a AD representava, o ambiente na esquerda mediática era sereno.
Ainda assim, em 31 de Outubro desse ano, o ainda comunista Vital Moreira avisava para o eventual apocalipse que viria se a AD ganhasse...
E a AD ganhou como nunca esperaria, com uma maioria absoluta de deputados. E a vitória deveu-se ao ...Sul, segundo os analistas.
No ano seguinte em 5 de Outubro, novas eleições e o perigo desta vez era maior. Era "Abril" que estava em causa e valia tudo para preservar tal tesouro. A palavra ainda soa nos dias de hoje.
E a derrota ainda foi maior e a desolação sem remédio...com um mau perder evidente.