quarta-feira, agosto 26, 2015

PCP, o partido fóssil

O PCP actual é o PCP de há 40 ou mesmo 50 anos. A actualização doutrinária é nula, os princípios são os mesmos de sempre, as crenças e métodos propagandísticos os mesmíssimos. Até a linguagem usada é a mesma, com uma pequena variação semântica. As palavras de ordem actuais são "por uma política patriótica e de esquerda" e ainda "derrotar a política de direita , construir a alternativa patriótica e de esquerda" e, claro, "reforçar o partido".

Prova?

Aqui estão várias páginas da revista O Militante de Julho-Agosto de 2015. Consultar estes textos e os do Avante de há quarenta anos só apresenta  diferenças na conjuntura histórica. De resto, as ideias são as mesmas porque a ideologia não mudou uma vírgula do velho marxismo-leninismo.
Em Maio deste ano o PCP participou numa conferência em Praga "no quadro das relações fraternais entre o PCP e o PCBM", o partido comunista da Boémia e da Morávia e lá mandou este discurso.  Há dez anos já lá tinham ido para ao mesmo efeito: defender o comunismo mundial na época actual.  


 Por cá, as nacionalizações de 1975 foram o culminar do processo revolucionário, no campo económico. Apesar da comprovada falência do sistema, exemplarmente demonstrada nos países de Leste que se tornaram visceralmente anti-comunistas, e por cá com os "elefantes brancos",  o PCP continua a apostar nesse cavalo de tróia e a lamentar que se desfaça o que então se fez. Qualquer vituperação a tais ideias fossilizadas é vista como uma defesa do "fascismo", coisa horrível que não rima com comunismo porque este pode muito bem ser pior, mas será heresia dizê-lo nos media.




No âmbito do historial do PCP continua a haver lugar ao martirológio interno e nesta revista dá-se conta de dois desses mártires, caídos por acção do "fascismo":



Neste martirológio nacional-comunista não entram as vítimas do comunismo nacional, aqueles que o PCP assassinou, por serem "traidores" , nem sequer a história do que vigorou até 1989, no Leste europeu.
Os militantes do PCP não conhecem essa História, não querem conhecer e têm raiva a quem conhece, apodando-os de "fascistas" ou pior ainda.
Em abono da verdade deve dizer-se que os restantes media nacionais também nunca se esforçaram muito por mostrar essa realidade histórica devido ao facto de muitos jornalistas terem sido do PCP ou de uma Esquerda comprometida com o comunismo. Não estou a ver uma Judite de Sousa que veste Prada a contar a história do comunismo quando a criatura ainda acreditava nisso.

Por isso é necessário rebuscar outras publicações como seja a revista francesa L´Histoire, nesde caso de Fevereiro de 2007. Aqui se conta uma pequena história da polícia política da Alemanha de Leste, a STASI, um modelo de polícia copiado do KGB russo ou de outras similares que eram a norma da repressão comunista nesses países e provocaram milhões de vítimas que O Militante desconhece.



Esta evidência que deveria ser mais que suficiente para extinguir o PCP do jogo democrático nacional, uma vez que é um partido profundamente anti-democrático, no modo como tal é entendido na Europa ocidental e ainda hoje defende regimes totalitários porque sustenta uma ideologia desse tipo, tem afinal o apoio dos media nacionais que o consideram um partido "como os outros" sem lembrar ás pessoas as perversidades do comunismo que o PCP defende, o verdadeiro fascismo que representa, porque adepto de um totalitarismo sectário e sem lugar na sociedade moderna.

Ainda nos dias de hoje há quem defenda o regime da antiga Alemanha comunista, com Honnecker, o torcionário totalitário e estalinista que nunca alterou uma vírgula do discurso, tal como o PCP. 

Jerónimo continua a defender Álvaro Cunhal como um modelo e exemplo da "luta contra a austeridade"...

É espantoso como estas verdades se escondem nos media nacionais, transformando-se um partido mil vezes pior que qualquer regime salazarista do tempo da repressão, da PIDE e da Censura dos anos 40 e 50, num partido de anjos democráticos e respeitáveis.

A esquizofrenia política que isto representa não tem qualquer explicação razoável a não ser a que dei: comprometimento de quem manda nos media com a ideologia antiga do PCP.