Sobre o 25 de Abril era claro: uma" hora de reencontro da liberdade política, das condições de acesso à democracia pluralista, o abrir dos caminhos da democracia social e económica. (...) O ruir da ditadura não valeu apenas pela destruição de um regime opressor, mas pela possibilidade que nos foi oferecida de construir uma sociedade nova, livre e justa."
Neste contexto não é honesto afirmar que Sá Carneiro era "da direita" porque simplesmente não era. Só o seria num contexto em que a esquerda comunista dominasse ideologicamente e passasse a definir o que eram as fronteiras ideológicas entre a esquerda e a direita. Foi o que sucedeu em Portugal nos últimos 40 anos o que é um logro, uma mentira pegada e uma tragédia nacional.
Em 1979 quando se formou a AD, conjugando o CDS de Freitas do Amaral ( já vimos aí em baixo ue não se considerava de direita e até se dizia socialista...) e o PPM, uma força marginal dos monárquicos utópicos, sem rei nem roque.
Era isto a direita? Era, segundo os comunistas de então, como Vital Moreira o confiava ao O Jornal de 31 de Outubro de 1979, antes das eleições. O perigo da "direita" era esse, o de ter Sá Carneiro e Freitas do Amaral a governar o país...
Passados 40 anos não andamos um milímetro para fora destes conceitos atávicos e fossilizados pelo nacional-comunismo.
Foi assim que o jornalismo caseiro se acomodou e aprendeu dos professores que nessa altura eram os tarimbeiros das "cachas" e das opiniões travestidas de notícias. Não admira que o jornalismo nacional, das lourenças e judites seja a mediocridade que é.
A "direita" para essas luminárias sem chama é o que se estende partidariamente para além do PS. Para esse lado é tudo direita mesmo que professe a social-democracia.