terça-feira, outubro 13, 2015

As origens do Bloco de Esquerda

O BE é o partido coqueluche actual. Porém, quem votou nesse partido nas últimas eleições provavelmente nem sabe de onde vem nem o que verdadeiramente quer porque também nem saberá a ideologia que o anima desde sempre.

Em 1975 ainda não havia Bloco de Esquerda que apareceu apenas no dealbar dos 2000.

Mas existiam os grupos políticos que lhe deram origem como o PSR, a LCI e outro grupelhos esquerdistas que se anunciavam assim no respectivo programa:

Em 19 de Dezembro de 1974, na Vida Mundial,  Louçã já aparece de punho erguido e nem sequer teria 20 anos...




Em 3 de Abril de 1975, na mesma revista,  em vésperas de eleições os programas da Frente Socialista Popular ( FSP) e da Liga Comunista Internacionalista (LCI, trotskista) eram assim apresentados:



E em 10 de Abril ainda na mesma revista, era assim: "unidade no voto com o PCP":



O Bloco de Esquerda nasceu neste cadinho ideológico e nem a Política XXI do falecido irmão do Portas o salvava do esquerdismo comunista mais fossilizado, embora de tendência trotskista que lhe dava o sabor caviar.
Alguém tem dúvidas do carácter profundamente anti-democrático desta gente com estes programas políticos?
Dirão: já não são assim porque mudaram. Mudaram em quê? Na dissimulação, talvez, mas não nas crenças e propósitos.

Vou copiar novamente o que Francisco Louçã disse em entrevista há cerca de dez anos:
 
Diz assim Louçã, sobre a essência ideológica do BE, depois da pergunta "Em que é que o BE acredita?":
"Numa esquerda socialista. (...) Para nós o socialismo é a rejeição de um modelo assente na desigualdade social e na exploração, e é ao mesmo tempo uma rejeição do que foi o modelo da União Soviética ou é o modelo da China. Não podemos aceitar que um projecto socialista seja menos democrático que a "democracia burguesa" ou rejeite o sistema pluripartidário. Não pode haver socialismo com um partido político único, não pode haver socialismo com uma polícia política, não pode haver socialismo com censura. O que se passa na China, desse ponto de vista, é assustador para a esquerda. (...) Agora, a "esquerda socialista" refere-se mais à história da confrontação, ou de alternativa ao capitalismo existente. Por isso o socialismo é, para nós, uma contra-afirmação de um projecto distinto. Mas, nesse sentido, só pode ser uma estrutura democrática."


O que dizia Louçã em 2005 a este propósito? Isto:
"O BE é um movimento socialista ( diferenciado da noção social-democrata, entenda-se-nota minha) e desse ponto de vista pretende uma revolução profunda na sociedade portuguesa. O socialismo é uma crítica profunda que pretende substituir o capitalismo por uma forma de democracia social. A diferença é que o socialismo foi visto, por causa da experiência soviética, como a estatização de todas as relações sociais. E isso é inaceitável. Uma é que os meios de produção fundamentais e de regulação da vida económica sejam democratizados ( atenção que o termo não tem equivalente semântico no ocidente e significa colectivização-nota minha) em igualdade de oportunidade pelas pessoas. Outra é que a arte, a cultura e as escolhas de vida possam ser impostas por um Estado ( é esta a denúncia mais grave contra as posições ideológicas do PCP). (...) É preciso partir muita pedra e em Portugal é difícil. Custa mas temos de o fazer com convicção."

Se o presidente da República der cobertura política a isto que se prepara- um governo frentista de esquerda comunista aliada ao socialista Costa, será uma tragédia.Quem votou no Bloco nem sabe o que é esse partido...

Questuber! Mais um escândalo!