sábado, julho 02, 2016

Um texto de Pacheco Pereira que é uma imagem




Hoje, no Público, Pacheco Pereira continua a sua cruzada inquisitorial contra o PSD da actualidade, desvirtuado, segundo o mesmo, das características que o levaram a aderir ao partido, nos anos das maiorias absolutas de Cavaco Silva.
Quem o via na AR nos anos noventa, a perorar sempre em favor das ideias de um partido que foi o de Sá Carneiro mas também o de Balsemão ou de Cavaco Silva  nem acredita na figura hirsuta de hoje, a desbastar o suposto liberalismo de um partido que nunca deixou de se chamar social-democrata e cujo ideário político nunca se afastou do que sempre foi, apesar dos protestos dos pachecos.

Pegando na imagem de um opúsculo do grupo parlamentar do PSD da actualidade encontra-lhe tantos significados que tudo o reconduz a uma ideia simples: o PSD actual é composto de "homens da Regisconta", ou seja de homens com pasta de executivo na mão e ideias curtas sobre gestão "de baixa qualidade". A ideia extrapola-se ainda para o "jovem executivo", o "profissional de marketing" reconduzido ao "diligente jota".
O resumo da brilhante ideia de Pacheco encontra-se no achado vituperador: "Quem deve estar a rabiar naquele título e por baixo do "homem da Regisconta" é a palavra "social-democrata".

No outro dia, Pacheco explicava ao leitor o que era a sua ideia particular de social-democracia muito chegada à doutrina social da igreja e à falta de melhor referência para contrastar com  o famigerado Regisconta tecnocrático que aborrece o historiador Pacheco.

A medida do anacronismo pachecal encontra-se logo na referência à Regisconta, uma empresa portuguesa que inventou o slogan em 1972 com a "prata da casa", como aqui se explica.

A ideia básica é estranha a Pacheco Pereira porque em 1972 era um dos doentes infantis do comunismo que via na Regisconta o inimigo de classe a abater, com panfletos maoistas distribuídos nas soleiras de portas esconsas da cidade do Porto.

A Regisconta era "aquela máquina", um slogan publicitário que calou fundo no imaginário obscuro dos pachecos que pululavam então como pulgas esquerdistas no lombo do capitalismo que isto representava em estado puro.
Este e outros slogans publicitários, fabulosos de inventividade,  ndos anos sententa, só encontram eco mediático nos pachecos et al quando são atribuídos aos O´Neill ou génios assim porque se forem de anónimos da escrita são apenas do tempo do fassismo e nada mais...




Tudo isto são conceitos estranhos às figuras pachecais que só entranharam algumas ideias do capitalismo nacional quando tal lhes fazia jeito no exercício do poder de mando. De resto sempre social-democrata, tipo doutrina social de uma igreja qualquer, mesmo da esquerda que nunca esqueceram. As contradições nunca incomodaram as pachecais figuras porque são o seu caldo de cultura.

No início dos anos setenta do século que passou, em Portugal, havia muitas "regiscontas" com o conceito certo que agora os pachecos repristinam para fustigar ideias adversas.

 Por exemplo, no Século Ilustrado de 27.5.1970:


 Ou no Século Ilustrado de19.8.1972, a mesma ideia expressa em modo mais confuso e didáctico:


Os Pachecos prefeririam sempre que este ou outro PSD se representasse assim, como na publicidade à Imprensa Nacional de 26.12.1970:



Ou então assim, supra-sumo das ideias publicitárias destes cabotinos dos estribilhos do ideário esquerdista que nunca entenderam a essência do capitalismo:


A Flama de 6.4.1973, neste anúncio publicitário a livros de bolso exaltava a ideia da Cultura, muito cara aos pachecos que detestam a ideia de tecnocracia sumária e da "gestão de baixa qualidade".

 O que é triste nestas pachecais figuras é a sua "gestão de baixa qualidade" dos conceitos que continuam a esportular como se fossem actuais ou tivessem ainda significado relevante.
Estas anacrónicas figuras são tidas como intelectuais de referência por outros que se lhes assemelham no estilo, ideologia e métodos. Todos esquerdistas...e são eles, essa gente que nos tem desgraçado ao longo de décadas. Em nome da Cultura...

Questuber! Mais um escândalo!