sábado, julho 09, 2016

O Tempo acabado de Nuno Rocha

Pela leitura do semanário Sol de hoje dei conta da morte do jornalista Nuno Rocha, na passada terça-feira, aos 83 anos.

A notícia passou despercebida e não dei conta até hoje, o que é significativo pelo que representa em termos de omissão jornalística.

Nuno Rocha é um dos primeiros jornalistas resistentes ao comunismo esquerdista que se instalou em Portugal logo após o 25 de Abril. Um exemplo muito raro e assinalar, porque todos eram de esquerda, nessa altura e não admitiam convívio fácil com quem pensasse ao contrário.

Nuno Rocha, em 29 Maio de 1975 fundou o semanário Tempo, logo após ter sido fundado O Jornal, por jornalistas de esquerda e que saiu nos primeiros dias do mês, para glorificar o regime e o então MFA.
O Tempo era um jornal contra-revolucionário e por tal motivo perseguido politicamente, como se demonstra por esta notícia no O Jornal de 12 de Setembro de 1975, em pleno PREC. Se este processo tivesse saído vencedor em 25 de Novembro de 1975, Nuno Rocha seria certamente uma das pessoas presas, por motivos políticos, tal como o fora já em 13 de Abril de 1975, pelo COPCON de Otelo Saraiva de Carvalho.

A notícia que segue é a demonstração da poltranice do jornalismo nacional que temos, ainda temos. E a prova está na omissão noticiosa dos jornalistas que há, formados numa escola que não sabe ensinar porque dirigida por herdeiros do PREC e esquerdistas de sempre, alguns deles envergonhados.


Em 1985 o semanário comemorou dez anos. Assim:


Questuber! Mais um escândalo!