segunda-feira, janeiro 29, 2018

Antes da PGR está a PGD...

 Observador:


Primeiro-ministro diz que caso investigado pelo Ministério Público é "da dimensão do ridículo" e não vê motivo para Centeno sair, mesmo que seja arguido. Admite "repercussão internacional" do caso.

Observador:

O deputado socialista Porfírio Silva partilhou no Facebook o “ponto de vista de um jurista” em quem confia, e que afirma que caso o Ministério Público esteja a investigar o ministro das Finanças pelo “crime” de ter aceite ou pedido bilhetes para o Benfica-Porto da época passada, a procuradora-geral da República deve demitir-se.
O post original é do jurista Francisco Clamote e refere que se houver investigação isso é “um insulto à democracia portuguesa e uma vergonha para o Ministério Público”.

A confirmar-se a história de que o Ministério Público está mesmo a investigar o ministro Mário Centeno pelo “crime” de ter aceitado, quiçá, pedido 2 bilhetes para assistir na tribuna do estádio da Luz a um jogo do Benfica, acho que a procuradora-geral da República faria um grande favor a si própria se tomasse a iniciativa de pedir de imediato a sua demissão. Uma tal investigação é um insulto à democracia portuguesa e uma vergonha para o Ministério Público”, lê-se no post.

 Estou de acordo com a dimensão ridícula do caso que afinal assume relevância porque o MºPº desconfia que poderá ter existido um recebimento indevido de vantagem ou até mesmo corrupção pelo facto de familiares do presidente do Benfica terem sido beneficiados num imposto ( IMI) relativamente ao qual os media levantaram a lebre sobre o Governo ter eventualmente favorecido.

Não se conhece ao certo a "suficiência de indícios" para a instauração do Inquérito da praxe, mas sabe-se que ultimamente o MºPº da comarca de Lisboa abre inquéritos por qualquer peido indevido que se suspeite poder comportar indícios de um qualquer crime, passando por cima de responsabilidades éticas, disciplinares, contra-ordenacionais ou apenas de natureza política, como me parece ser o caso concreto.

Sendo assim, não me parece que este Porfírio deva exigir  a cabeça da PGR no prato de um PS já com o gato, desta feita nada constipado, todo à mostra, depois de só se ter entrevisto o rabo com as declarações da Ministra da Justiça, há umas semanas atrás.

Antes da PGR é necessário saber, na cadeia hierárquica do MºPº, quem deu instruções ou ordens de serviço ou apenas indicações orais para que se proceda deste modo jacobino, no MºPº de Lisboa ( e no Porto é quase a mesma coisa).
Abaixo da PGR está a PGD. 

Ou seja, Maria José Morgado, uma passionaria da luta contra a corrupção e que arquivou em tempos ( quando estava no DIAP de Lisboa) um processo por violação de segredo de justiça em que o principal suspeito era Pinto Monteiro, por factos ocorridos em 24 de Junho de 2009 e de caminho se impedindo uma investigação criminal, essa sim, séria e ainda em tempo útil, mas que não se faz.

 Mais abaixo de MJM está o "Coordenador/a".

Talvez os media tenham interesse em saber como isto funciona, como é que se orienta hierarquicamente o MºPº e se chegou a este estado de coisas que afinal parece uma coisa que não é.


Questuber! Mais um escândalo!