quarta-feira, junho 23, 2021

Os media somíticos e os ciganos que merecem maior respeito

Sapo, tem esta notícia de hoje em que se conta algo que a PJ divulgou em comunicado. 


Há algo nesta notícia que é estranho mas nenhum órgão de comunicação conhecido e consultei vários, online, mais de uma dúzia, através de palavras como "pj leiria rapto", procurou saber para além do teor do comunicado policial. 

Qualquer pessoa minimamente ilustrada em Portugal, sabe que o teor da notícia se refere a uma comunidade que tem costumes próprios, ancestrais e que carecem de atenção porque sendo minoria nem por isso deve ser discriminada negativamente.  Falo dos ciganos. 

Os costumes ciganos são assim há séculos. Em Portugal e noutros países chocam com as leis que existem e que proíbem o casamento ou o relacionamento sexual entre menores de 14 anos. As leis em Portugal criminalizam tal prática e por isso os ciganos, sendo portugueses como os demais devem respeitá-las. Mas...como podem respeitá-las para além do que os costumes ancestrais lhes autorizam a fazer e sempre fizeram, sem resquício de imoralidade ou subjectiva ilegalidade? 

É um problema que deveria ser equacionado abertamente na sociedade portuguesa porque enterrar a cabeça na areia das leis jacobinas que temos não é solução acabada para o resolver. 
Até agora, ou seja até há uns anos- e há imensos exemplos pesquisáveis online através das palavras "cigano casamento 13 anos menor"-  o problema resolvia-se por si, não se falando nele nem se dando importância ao mesmo, excepto quando havia escândalo, tiros, raptos e criminalidade associada e resultante de tais costumes dos ciganos. Mas o problema continuava e continua a existir. 

Agora, nenhum órgão de informação, repito, nenhum que consultei se atreve a acrescentar à notícia a palavra cigano. Têm medo da palavra e quem tem medo não merece ser considerado livre. Poupam na palavra maldita, nem sequer a mencionando quando a realidade é o que é e todos, repito, todos sabem o que é. 

Julgarão assim que tapam o sol com a peneira ou que é sinal de respeito para a comunidade cigana não mencionar os seus costumes, mas não é. É precisamente o contrário. Os ciganos merecem todo o respeito, como pessoas que são, portugueses que são e dignos como os demais que merecem sê-lo.  Ignorar que os factos se passam com ciganos é evidenciar que o são, porque todos sabem que foi assim. E é o que faz a PJ e todos, mas mesmo todos os órgãos de informação que omitem tal dado relevante na notícia por não ser politicamente correcto fazê-lo.

A propósito disto o actual presidente do Tribunal Constitucional, João Caupers, faz a mesmíssima figura, tal como se conta no Público do passado dia 21 de Junho.  Já aprendeu a ter medo e a ser politicamente correcto castigando moralmente um político qualquer por ter chamado "cigana" a uma correligionária, entendendo isso como "racismo".

Será por isso necessário questioná-lo se nunca se referiu aos ciganos como ciganos, se conhece o ditado popular ancestral "um olho no burro, outro no cigano" e se mencionar a palavra com a conotação negativa que para todos os efeitos ganhou, significa em si mesmo ser racista. 

E chamar a alguém "somítico", também significará tal coisa racista sabendo que a raiz da palavra é "semiticu", judeu?


E para afastar preconceitos contra qualquer discurso extremista que este entendimento possa suscitar junto dos censores habituais ficam aqui algumas páginas de um livro recente sobre Uma teoria da Democracia complexa, de Daniel Innerarity, um professor basco que escreve sobre o tema e alinha estas páginas sobre as "minorias" e a democracia. Vale a pena ler e aplicar ao caso...






ADITAMENTO em 24.6.2021:

O CM de hoje, sempre guloso deste tipo de notícias que envolve objectivamente pedofilia- e é disso que se trata quando está em causa um casamento de uma menina de 13 anos- relata assim o assunto, reproduzindo o palavrado politicamente correcto da PJ, num a página interior e sem qualquer chamada de capa, dedicada inteiramente aos problemas de saúde de Tony Carreira e ao brilharete de Ronaldo no jogo de ontem:


O conformismo informativo atingiu este patamar e por isso não se espera que venha a alterar este "livro de estilo". O Público, aliás nem uma linha consagra ao assunto. Um fait-divers. Se o Ventura se pronunciar será título de primeira página...


Sem comentários:

O Público activista e relapso