domingo, outubro 31, 2021

O projecto global da selecção de magistrados.

 Sol de ontem: um FP do ISCTE integrou um júri de selecção de magistrados para os tribunais administrativos e fiscais:


Em resumo: um indivíduo que fez parte das FP25 e foi condenado por actividade terrorista contra o Estado de Direito é actualmente professor de sociologia no ISCTE e foi escolhido por alguém do CEJ para integrar um dos vários júris que seleccionou magistrados, entre 2017 e 2019, para os tribunais administrativos e fiscais e também para seleccionar candidatos à magistratura tout court nos concursos do CEJ.  

O perfil do indivíduo revolucionário dos anos de brasa dos oitenta era escasso, nesta reportagem do O Jornal de Julho de 1985 que mostrava os acusados em tal processo e do projecto global terrorista associado:


É preciso dizer uma coisa desde já: a selecção de magistrados em causa, em 2018 e 2019,  era para frequência de um curso de preparação para integrarem tribunais administrativos e fiscais, de há muito carente de "quadros". E tal selecção incidia já, para além do mais,  sobre magistrados de carreira que tendo optado por integrar os tribunais administrativos e fiscais careciam também de preparação teórica para tal e daí a organização de cursos apropriados. A selecção operada em 2017, segundo o jornal era mesmo para o ingresso na magistratura de opositores aos concursos para tal. 

A questão que se coloca é simples: deverá um ex-condenado em pena de prisão maior, como se dizia dantes, por crimes de natureza política e não só, integradores de atentados ao Estado de Direito, ter idoneidade e perfil suficientes para avaliar magistrados? 

Para além disso, o indivíduo em causa é actualmente professor de Sociologia, no ISCTE, estabelecimento aqui identificado várias vezes como uma "madrassa" da esquerda ultra que temos por cá e viveiro de estudos nocivos a um certo entendimento social do nosso modo de viver habitual, por ser importador de ideias esquerdistas radicais e também sustentáculo ideológico do que se chama politicamente correcto. 

A resposta também parece simples: não sendo o actual ou antigo estatuto do indivíduo em causa impeditivo da sua escolha como membro de tais júris, deverá ter-se por assente e assumido que o CEJ é o que é, actualmente. E mais não é preciso dizer porque está tudo dito.  

sábado, outubro 30, 2021

Caso Cabrita: uma investigação de merda?

Observador: 


 

Segundo a notícia, a GNR, com poderes delegados do titular do inquérito, o MºPº, anda a proceder a averiguações que passam pela análise biológica de "fragmentos" relativos a algo que se percebe imediatamente: dejectos humanos, no sentido de determinar se pertencem à vítima do acidente. A ideia, mágica na mente dos investigadores fantásticos da GNR é a de que alguém que se encontrava a fazer as necessidades não se encontraria a trabalhar e portanto estaria ausente do local de trabalho e portanto tal circunstância diminuiria a culpa de quem atropelou. 
A estupidez é tanta que até dói, se for verdadeira. Bastaria aos ignorantes lerem o que é o conceito legal de acidente de trabalho para perceberem a inutilidade da investigação de...merda. E perceberem que há circunstâncias bem mais estranhas que ainda assim não afastam a caracterização de acidente de trabalho. 



Por outro lado, a responsabilidade deste inquérito sensível cabe por inteiro ao MºPº, no caso da localidade onde ocorreu. No caso, Évora onde está o Procurador Regional Osvaldo Pina
Esta notícia tem interesse público e o caso é manifestamente de relevância social elevada. O que faz a PGR?

sexta-feira, outubro 29, 2021

Declarações arrojadas num país amordaçado

 Ver estes 50 minutos de video custa pouco porque o discurso é fluido e as verdades surgem como punhos.





O SNS na urgência do S. João

 Entrevista no Inevitável de hoje ao "responsável pela unidade de gestão da Urgência e Medicina Intensiva do Hospital de São João, no Porto". 

Não conheço o indivíduo que é médico há duas dúzias de anos e continua a "fazer" 500 horas de trabalho suplementar para complementar o ordenado, em exclusividade. Com tanta hora extra e serviço  médico de duas dúzias de anos, tem o dever de saber o que se passa no SNS e particularmente no serviço de urgência que dirige. Mal, muito mal, a meu ver e explicarei porquê a seguir.

De acordo com uma experiência particular de que tive conhecimento, nesse serviço de urgência, há uns meses, poderão extrair-se ilações a propósito da competência profissional deste médico dirigente de um serviço, a contrastar com este tipo de afirmações que sacodem água do capote habitual, para cima de um "sistema" que pelos vistos o indivíduo não domina e apenas entrevê.  Procurarei fundamentar as razões para que se não diga que as críticas são gratuitas e infundadas.






Este médico "responsável pela unidade de urgência" entende que os sistemas de urgência funcionam mal porque se permite que as pessoas lá vão, por dá cá aquela palha de queixas anódinas. E também porque a maioria esmagadora dos médicos que prestam serviço de urgência são "tarefeiros" e sem especialidade que o mesmo julga ser necessária e até encontra uma explicação: interesses corporativos de médicos "internistas". Na primeira página da entrevista, são estas as razões essenciais que topa para o mau funcionamento das urgências, mormente no hospital central em que trabalha. Só estas razões deveriam ser mais que suficientes para se demitir ou nem sequer ter aceite o cargo, pois denotam uma má vontade contra o sistema que não controla e que não aceita como funcional. E tal com reflexos na mentalidade de gestão, obviamente, pois quem não gosta do sítio onde está e não consegue fazer melhor, não está lá a fazer nada de jeito. Antes pelo contrário.  

Na segunda página lá vem a comparação parola com a "Europa" e a insistência que o serviço de urgência deveria ser apenas para urgências verdadeiras, como acontece "lá fora", no "Norte da Europa". Até dá um exemplo da sua particular noção de urgência: na Suécia um braço partido não é situação de urgência! 

 Só esta menção é uma confissão de incompetência atroz, porque denota uma ridícula ausência de posicionamento geográfico e cultural.  Os portugueses não são do norte da Europa, são do Sul, mediterrânico, sempre o foram e nunca irão mudar! E isso é condição sine qua non para alguém entender um problema e o poder resolver. Querer à viva força que os portugueses tenham a cultura, rotinas, ambiente e hábitos dos povos estrangeiros é parolice pura. A comparação entre o Sheraton e o Ibis denota algo que não compreende e a médica citada identificou muito bem: as pessoas vão às urgências dos hospitais, em vez de ir a outros sítios porque podem e noutros sítios não são atendidos nem sequer o podem ser devidamente. O problema, para o "responsável" é dos "governos", das "autoridades". E portanto fora do seu âmbito de responsabilidade. O que está a fazer no cargo?!

Na terceira página continua a catilinária contra os "utentes" que o vão incomodar nas urgências e o problema do "covid" que afinal serviu de desculpa a muita coisa. Na página seguinte continua a sacudir a água do capote acusando a ausência de planificação central dos "governos" do sector. E até considera que "isto não é um problema de número de profissionais, mas de organização", como se soubesse resolver o problema! E é alguém que já foi "responsável pelo apoio de emergência médica ao Euro", em 2004, altura em que tomou conhecimento acerca do sistema de urgências da Suécia, pelos vistos. 

 Na última página faz profissão de fé no SNS apesar de o ter denegado nas páginas anteriores, batendo palmas a si próprio pela performance na "pandemia". Enfim. Conclui que "não tem nenhuma visão messiânica sobre como alterar o sistema, mas qualquer mudança teria de ser muito sustentada e reflectida". Claro, como se mostra nas páginas anteriores...

Agora um caso concreto em que este médico responsável pela urgência concreta do São João deveria ter reflectido em vez de alvitrar putativas visões não messiânicas sobre o sistema. 

Há uns meses atrás um casal do Norte, vindo do Algarve, necessitou de ir ao serviço de urgência da responsabilidade directa deste médico. O caso que afligia a mulher era aparentemente grave na medida em que a prostrou durante os dias anteriores e durante toda a viagem, com dores lancinantes, não lhe permitindo andar e obrigando-a a fazer a viagem deitada, no banco de trás do carro particular. 

Ao chegar ao serviço de urgência da responsabilidade deste médico,  a meio de uma tarde, deparou-se que não estava quase ninguém, nem sequer o habitual corropio de ambulâncias, típico de um serviço que segundo aquele médico atende "100, 150, 200" doentes por dia". Deveria por isso mesmo ser um dia atípico, no bom sentido e susceptível de permitir um melhor atendimento aos doentes. 

Ao chegar à porta da urgência, um qualquer doente ou acompanhante do mesmo, depara imediatamente com os "seguranças", ou seja, os elementos de uma empresa privada, aos pares que fazem de facto a "triagem" inicial. Como é sabido, estas pessoas de empresas de segurança privadas são geralmente carentes do mais básico dos sentidos de simpatia, afabilidade, cuidado e atenção e empatia, porque são recrutadas por empresas específicas para quem tais qualidades são absolutamente dispensáveis e porventura indesejáveis. Por esse motivo é vulgar encontrar nas suas fileiras ex-cadastrados já com ficha limpa como dizem os brasileiros. Conheço casos singulares e que deveriam fazer reflectir estes responsáveis pelos serviços de urgência e outros lugares. 

Pois bem! São estas pessoas e este género de gente que o responsável pelo serviço de urgência no hospital de São João tem a cargo para atender em primeira mão os "utentes" e pelos vistos tal não lhe provoca o mínimo reparo ou cuidado. Se lhe perguntarem qual a razão, dirá certamente que não são escolhas da sua responsabilidade, mas da administração. 

Porém é da sua inteira responsabilidade saber ou procurar informar-se como é que estas pessoas actuam em concreto e quantos casos de mau atendimento ou de queixas não apresentadas pelos utentes que farão parte dos tais  "100, 150, 200" doentes por dia". Muitos, certamente. E muitos mais que partem sem deixar registo de queixas porque "não vale a pena". E parece mesmo não valer. 

No caso particular do casal, cujo relato fidedigno me merece confiança, foi pedido a um desses "seguranças", infelizmente o que aparentava o ar de burgesso mais aperfeiçoado,  perante a prostração da mulher, no banco de trás do carro, aliás estacionado junto à porta de urgência, porque havia espaço e ocasião para tal, que "por favor" disponibilizasse uma maca para transportar a doente que não podia deslocar-se a pé por sentir muitas dores e lhe ser muito difícil tal deslocação. Resposta do "segurança": arranja-se uma cadeira de rodas! "Obrigado, mas a cadeira de rodas não serve para o caso, porque a dificuldade é em estar de pé ou sentada. Era mesmo precisa a maca". Na ausência de resposta, para além do evasivo "vou ver", passaram alguns minutos até que surgiu o mesmo dito cujo à porta, tendo-lhe sido então perguntado pela maca. "Ah! A maca! Estou a tratar disso, mas arranja-se uma cadeira de rodas...". "Não é a cadeira de rodas, mas a maca".  E depois de mais de cinco longos minutos de espera: " tem que ir fazer a inscrição primeiro e depois é que se pode ver se precisa da maca...". Pois, perante a indiferença do indivíduo, alheado totalmente do problema do "utente" a não ser para informar que era preciso fazer a "inscrição", lá foi o homem fazer a "inscrição". Como não estava ninguém na bicha dirigiu-se directamente ao guichet onde um funcionário com ar e cara de reforma lhe disse imediatamente: "já tirou a senha?" E perante a circunspecção do interessado, já aflito com as dores da mulher, deitada no carro e com a inoperância dos "responsáveis" pela "segurança", perguntou onde se tirava a senha, tendo obtido o gesto vago indicador de um sítio para ali, por trás de qualquer esquina visível. Lá tirou a senha e só depois é que recebido o papelinho o funcionário enfastiado e com ar de reformado, designou um número, não sem antes ter desatendido novo pedido de uma maca, porque tal incumbência não era dele, reformado com ar de funcionário, mas da "triagem". Nisto passou um bom quarto de hora. 

Perante a impossibilidade de se conseguir uma maca dos serviços da responsabilidade directa daquele médico dirigente da urgência, e o desespero de quem sofre, a mulher lá teve que sair ajudada pelo homem, com sofrimento visível e desesperado numa caminhada de algumas dezenas de metros, com a passividade e indiferença dos "seguranças" a ver o espectáculo, enquanto a mulher se contorcia de dores e sentava numa cadeira à espera da chamada, pelo sistema sonoro.

Felizmente e uma vez que não havia mais ninguém "à frente" ( devia ser um dia simpático para a urgência, talvez um daqueles com 100 doentes em vez dos 150 ou 200) lá foi chamada a mulher para a "triagem" quase a seguir, sempre com dores irreprimíveis,  insuportáveis e visíveis na expressão.  Dirigiu-se então para um sítio, distante alguns metros,  onde se encontravam alguns indivíduos não identificados, atrás de um écran de computador e o que atendeu, estava literalmente refastelado, mais propriamente esparramado ( segundo se apurou)  na cadeira, perguntando logo o que tinha a "utente". O homem acompanhante, perante a dificuldade da mulher em falar sequer,  lá tentou explicar que vinham do Algarve e nos dias anteriores já tinham ido às urgências de Albufeira e Faro e tinha diagnosticado uma inflamação no ombro, possivelmente uma luxação ( sério!, na urgência de Albufeira foi esse o diagnóstico) e talvez uma  "possível tendinite" e até tinha os registos dessas urgências, mostrando-os.  Como entretanto a mulher pedia para se deitar numa maca e tal ainda não lhe fora disponibilizado, o homem insistiu com o funcionário não identificado, com toda a evidência o responsável pela "triagem", para arranjar uma maca, antes de proceder a registos, devido às dores evidentes. Debalde! O mesmo funcionário, desinteressou-se e recusou depois que lhe fossem mostrados os registos dos "episódios de urgência" recolhidos naqueles hospitais, apesar de conterem toda a informação necessária para a aludida "triagem". 

Perante a impaciência do homem e a indignação por tamanha insensibilidade e incompetência, vinda logo da porta de entrada no serviço de urgência de que aquele médico é responsável, continuada na triagem, o mesmo disse que o serviço era de terceiro-mundo e que afinal se a mulher se tivesse deitado no chão teria sido bem melhor. O que o homem foi dizer! " Senhor Segurança! Ponha este senhor daqui para fora que está a perturbar o serviço!",  foi o resultado a impertinência. E o homem lá foi escoltado pelos dois seguranças da porta de entrada, enquanto lá ao fundo se mostrava atento um dos polícias da PSP de serviço. 

Uma vez que tal procedimento se mostrava abusivo, o homem entendeu fazer queixa ao polícia de serviço. É bom que se diga que o serviço de urgência do hospital de São João albergue nas mesmíssimas instalações de tal urgência, a escassos metros dos "guichets" de atendimento dos "utentes" um mini posto da PSP, com elementos vindos da esquadra do Bompastor. 

A administração do hospital achou por bem colocar nesse local um posto de PSP, a somar aos referidos elementos das empresas privadas de segurança para reassegurar a segurança do local. E o responsável pela urgência também deve estar de acordo porque não consta que seja o contrário. E os elementos que o compõem são de gabarito idêntico aos "seguranças", em formação humana, sensibilidade e empatia para com os "utentes", tal como só os agentes de polícia sabem ser. E daí a inutilidade de qualquer queixa contra os serviços e responsáveis, com quem os mesmos lidam ali mesmo, diariamente. Escrever no livro amarelo? Para quê?! E com que estado de espírito, em tais circunstâncias?

Então imagine-se: um serviço que atende todas as pessoas que lá vão em busca de socorro para doenças, desastres, acidentes, maleitas etc.  etc., desesperados alguns deles, com dores e padecimentos que obrigariam a um atendimento humano e humanitário, o mais possível próximo da afabilidade, tem logo na recepção, se calhar, um burgesso qualquer formado em "segurança" e com formação nula noutros aspectos e para reforço de tal aparato ainda pode dispor dos serviços da polícia! Será disto que têm nos países do Norte?! Será isto que o responsável pela urgência do São João, acima entrevistado, pretende mesmo?

Para concluir e não alongar mais, a mulher foi atendida por um médico, porventura dos tais "tarefeiros" de que se queixa amargamente o responsável pela urgência do São João. Só pode ter sido, aliás, perante a incompetência demonstrada e a arrogância escrita no registo do "episódio de urgência". Para além de não ter diagnosticado nada de acertado à mulher, receitou-lhe cortisona e morfina em dose substancial. 

E mandou-a para "o médico de família". Dali a alguns dias e um padecimento atroz, apenas minorado com quantidades de medicação ineficaz, a mulher foi diagnosticada num hospital particular, onde pagou a respectiva TAC que o SNS se recusa a fazer nos hospitais públicos,  com duas hérnias discais, passíveis de provocar dores lancinantes. Quanto ao "médico de família" teria ocasião de ver a "utente" cheia de dores e carente de medicação urgente, dali a dois meses. Ou mais. 

No registo do episódio de urgência feito por tal "tarefeiro", ainda ficou mencionado, para além de outras pérolas de boa educação,  que a utente tinha vindo do Algarve apesar de para lá ter ido quando já sentia algumas dores e que era de outra região do Norte do país, como se o serviço de urgência do São João não devesse aceitar utentes em carência de atendimento médico urgente. 

Ah! E a maca surgiu logo depois do atendimento pelo "tarefeiro", sendo certo que havia mais de meia dúzia delas, disponíveis nos corredores e visíveis para quem as procurasse...

Enfim, este é o retrato aprimorado de umas horas num dia qualquer de há uns meses atrás, no Verão, do serviço de urgência do hospital de São João do Porto de que aquele médico é responsável e que na entrevista se farta de dizer mal do SNS enquanto organização e ainda assim faz parte do mesmo. Sendo certo que este tipo de episódios de urgência, com estas pessoas, não devem ser caso único. 

Sobre isto é que o mesmo médico deveria ter sido entrevistado, porque sobre isto é que poderia e deveria dizer alguma coisa. Sobre o resto, enfim, já sabemos que não é da sua responsabilidade...

 

quinta-feira, outubro 28, 2021

O Ministério Público da actualidade

 É isto que se mostra na Sábado de hoje e que poderá ser difícil de entender para alguns magistrados...



Uma dupla ou tripla conforme de magistradas, aliás já conhecidas por causa da violação de segredo de justiça no famigerado caso Aquila, perdão, e-toupeira, envolvendo o Benfica e entalando uns jornalistas da casa da Sábado, também é responsável por uma investigação ao caso GPS ( quer dizer, por intermédio da PJ que actualmente a magistatura do MºPº está transformada em judicatura dos inquéritos...) que se apresta em dar em nada. Caiu o crime de corrupção e o de peculato vai cair igualmente. Sobrará a burla e a falsificação de documentos, mas enfim, é caso para se ver mais tarde. 

Agora o que se vê é apenas o funcionamento interno do MºPº, na actualidade, em todo o seu esplendor. Uma magistrada do julgamento disse publicamente algo que desagradou às duas responsáveis do processo da fase de inquérito, magistradas como aquela e que fizeram queixinha do facto ao magistrado que dirige a procuradoria regional de Lisboa que dantes se chamava distrital e onde pontificou muito tempo a actual ministra da Justiça. 

O responsável actual pela PRL é um certo Orlando Romano, indivíduo magistrado de muitas paragens em organismos de segurança interna e portanto pessoa da confiança de certos governos, particularmente os últimos. Foi director nacional da PSP e antes tinha sido responsável pelo combate ao banditismo, na PJ. Tudo cargos sensíveis que deveriam obstar a uma ocupação do lugar em que está, mas está, muito bem escolhido por quem realmente manda no MºPº que está e cujas aparências iludem. 


Para além destes factos do caso GPS, avulta o seguinte que pode passar despercebido mas é muito importante: o procurador  Romano, como superior hierárquico administrativo e estatutariamente controlador da magistratura comarcã de Lisboa, entende que o MºPº é o que ele diz que é, ou seja, a posição jurídica e processual a defender no processo em causa, pelo MºPº , é a que o mesmo entende dever ser defendida. Por isso juntou, porque pode fazê-lo,  outras magistradas à titular do processo em julgamento, para ser seguida a "linha justa", porque alegadamente seria esse o "entendimento que tem vindo a ser sustentado pelo Ministério Público no processo". 

Evidentemente que tudo isto entronca na questão da autonomia interna da magistratura do MºPº e se um magistrado do MºPº titular de um processo é desautorizado publicamente deve saber-se por quê e como é isso possível. 

Um magistrado do MºPº não é uma peça na engrenagem ou um peão de brega num processo susceptível de ser removido pela hierarquia, sem mais e apenas porque se entende que o entendimento é outro, diverso do assumido por tal magistrado. 

O MºPº,  sendo uma estrutura hierarquizada não é a tropa, não é a estrutura militar do "capitão manda, marinheiro obedece" ou adaptando, o MºPº não é a PSP. Por uma razão: o entendimento do MºPº não pode nem deve ser "sustentado" segundo directivas da hierarquia, a não ser que sejam publicadas nos termos do estatuto e não é o caso nem poderia ser, porque tais directivas assumem carácter geral e abstracto como as leis. Ponto. Final. 

Quem julga que assim é, e neste momento há muitos dirigentes locais e regionais a entender que é assim, está errado, profundamente errado. Nem vale a pena dizer porquê, uma vez que a questão é de base, de entendimento básico e de senso comum da magistratura: é o processo penal e só o processo penal que define as regras de intervenção hierárquica nestes casos. Há outras, porém, que permitem a intervenção discricionária e intempestiva, nos tempos que correm. 

Por exemplo: dar instruções concretas aos magistrados de baixo para reportarem os processos "sensíveis" de que são titulares, ainda na fase preliminar de inquérito, comunicando decisões finais e permitindo processualmente uma intervenção espúria da hierarquia em nome de um putativo "entendimento que tem vindo a ser sustentado pelo Ministério Público no processo" ou o entendimento que pontualmente a hierarquia mediata entenda dever ser seguido. 

Parece-me isto ilegal, abusivo, prevaricador porque atentatório da autonomia do MºPº e com um efeito deletério à distância: o desinteresse, a desmotivação e a falta de brio que tal vai provocar e já provoca. 

Esse entendimento é simples de perceber e pueril, afinal de contas: o objectivo é produzir o mais possível acusações e obter o mais possível condenações. É esta, simplisticamente a receita em voga e a medida do sucesso do MºPº. A Justiça no meio disto tudo? O dar a cada um aquilo que lhe pertence? Ora, ora, isso é apenas um lirismo em que nem os advogados acreditam...e o jogo é o que se apresenta e que representa uma perversão da objectividade e da legalidade enquanto princípios norteadores, para além de postergar qualquer veleidade de actuação à charge e à décharge que deveria ser a regra sagrada.

Quem não entende isto não sabe o que é o MºPº, mesmo que já lá esteja há muitos anos. Quem não percebe o que é uma magistratura não deveria sê-lo porque tem espírito de funcionário, mesmo dirigente de polícia ou outra coisa qualquer. 


E já me esquecia de apontar que um dos exemplos destes magistrados que nunca o foram verdadeiramente, aparece em baixo na última página da Sábado, mostrada. Tal como o procurador Romano, o juiz Belo Morgado também foi director da PSP. Mau sinal. 

terça-feira, outubro 26, 2021

A escola deve ser conservadora

 Em França a questão do ensino escolar é um problema grave, tal como por cá. A revista de direita conservadora Valeurs Actuelles publicou agora um número especial dedicado ao assunto em que se  relatam as tentativas progressistas de revolucionar o ensino segundo as ideias que vieram a formar o fenómeno "woke" e emigraram para os EUA depois de terem sido publicadas por filósofos franceses como Gilles Delueze, Michel Foucault ou Pierre Bourdieu, os papas negros do relativismo cultural e da infantilização social acelerada. Por cá temos como exemplo destas teorias nocivas, o actual ministro da Educação, cujos pais foram educados no ambiente rural de Paredes de Coura e o filho já nem sabe de que terra há-de ser, por causa da ideologia que adoptou. 

A ideia central da revista francesa é a de que a escola como sistema de ensino deve ser conservadora, na medida em que deve ser depositária do passado e em dois pilares fundamentais: a História e a Língua inseparável da Literatura. Não para formar nostálgicos mas para formar herdeiros, continuadores da civilização. O passado tem o lado picante dos fantasmas e ensina-nos outras modalidades de pensamento e existência. "É uma alavanca para elevar e inquietar as evidências do presente". 

A língua deveria ser um elemento central da educação, para estimular a paixão das palavras que designam coisas e enriquecem o vocabulário de tal modo que Merleau.Ponty dizia, segundo a revista,  que a riqueza da nossa experiência é proporcional à abundância ("luxuriance" ) do nosso vocabulário. Daí a importância do ensino correcto e exigente da língua e a Literatura. Desde o ensino básico.

Ora é exactamente nestes pilares que funciona a "desconstrução" e o activismo das joacines e outros ignorantes que adoptam o presente como medida para neutralizar o passado e a linguagem restrita e castradora para definir o que lhes interessa, militando sempre nesse charco infecto de ignorância e mentira de um relativismo interesseiro e propositadamente alheado da realidade. 


Outro dos grandes mitos da escola contemporânea e que se pratica por cá desde 1974 é o do "igualitarismo" à outrance, contra tudo e contra todos, acabando por prejudicar ainda mais aqueles que se destinavam a defender com tais ideias. 
Tal como cá, em France é assim, com a "escola inclusiva" e o "ensino unificado", mitos fundadores de um atraso atávico que dura há mais de 40 anos, protagonizado pelos mesmo de sempre: a esquerda que manda culturalmente, actualmente através dos isctes e antes dos grácios e quejandos intelecualóides da estupidez. 

A leitura comparada dos sistemas de ensino nada nos ensinou nas últimas décadas porque o imobilismo de esquerda manteve-se inalterável com os sindicatos do nogueira e companhia. Na França o problema é idêntico...





Em França o que vai ainda aguentando o ensino é a alternativa dos "particulares" e "explicadores". Tal como por cá...mas não resolve o problema do básico e secundário em geral e muito menos o ambiente que deveria ser o do ensino.



Em Portugal desconfio que o PSD não tem gente nesta altura capaz de pensar estes problemas de modo a ultrapassar estes atrasos, para além de um Nuno Crato que efectivamente tinha consciência das questões, embora seja pessoa das ciências práticas ou teóricas. Rui Rio?! É para rir. Paulo Rangel? Às tantas vai fazer o que fez o Macron em França: deixar-se ir na corrente progressista...

sábado, outubro 23, 2021

Let it Be: deixa lá dar uma volta ao passado

 


Capa da edição inglesa de 1976 , com matriz YEX 773 3U 3U.

 O disco dos Beatles, Let it Be, publicado em Maio de 1970, foi agora mais uma vez republicado com extras e remisturado, em comemoração da efeméride dos 50 anos do seu lançamento, aliás com um ano de atraso. Saiu uma caixa com 4 Lp´s e mais um EP; outra caixa mais pequena com 5 cd´s e um disco bluray e também a versão singela do álbum, nos dois formatos. 

Quem quiser saber o que há e como é a embalagem e o conteúdo, basta procurar na internet ou mesmo no YouTube ( este sítio dá tudo a ouvir...), já com os habituais divulgadores da série "unboxing",  o que é fabuloso porque permite ver o produto tal como é, no caso as duas caixas em causa, com todos os pormenores. 

Quem quiser ouvir os discos também já o poderá fazer num sítio qualquer do You Tube, e tendo um DAC apropriado até conseguirá extrair um som mesmo muito próximo do original que vem nos cd´s. Já fiz a experiência e garanto tal efeito.  

Por curiosidade, folheei o Expresso que comprei por causa do artigo de Inês Serra Lopes sobre o grande escândalo dos tribunais arbitrais, uma das novas modalidades da corrupção endémica que nos assola e dei com o artigo da praxe a recensear a caixa dos cd´s com o bluray. O artigo é assim: 


Como se pode ler, o artigo é uma espécie de redacção em modo de plágio elaborado de outros artigos publicados algures e sem qualquer indicação de origem, sendo por isso sabedoria infusa,  sobre o disco dos Beatles e as vicissitudes que sofreu na sua génese, em 1969-70. 

Não tem, a meu ver,  uma única linha verdadeiramente original e que se possa dizer que é da lavra do autor, constituindo uma colagem de frases que um qualquer computador provido de inteligência artificial adequada, poderia ter escrito depois de ter digerido os vários artigos publicados na imprensa da especialidade e na internet, sobre o disco. Nem sequer há a possibilidade de ler qualquer coisa sobre o som dos novos discos e a diferença com o antigo e original Let it Be ou o modo como tal disco chegou ao conhecimento do escriba, na época ou posteriormente. Nada de pessoal e tudo de impessoal e computadorizado. 

Este, como os habituais da imprensa nacional, são os críticos que existem, à míngua dos especialistas- que os há, como Luís Pinheiro de Almeida...mas agora já não são chamados a escrever sobre tais matérias. A imagem é de uma revista dominical de um jornal que não consigo identificar, mas talvez seja do DN.


Outro que se apresenta como conhecedor e coleccionador de alto gabarito em matéria Beatles é Abel Soares Rosa, aqui numa foto do Blitz de 9.9.2009. Em tempos ambos eram amigos e colaboradores o que com grande pena já acabou. 


Para ler aquilo do Expresso mais vale ouvir os verdadeiros especialistas, dos países de origem, como este por exemplo.

 A grande novidade desta reedição é a publicação pela primeira vez e oficialmente ( fora do circuito da pirataria que começou logo em 1969)  da versão original do disco que se deveria ter chamado Get Back e que comporta as tais gravações dos primeiros meses de 1969, com o acrescento de uma ou outra posterior. 

Para entender melhor o que aconteceu também basta ouvir os 10 minutos deste video anterior a esta edição de aniversário mas em que se conta a história do disco Get Back

Ou então ler o que o engenheiro de som de tal disco escreve no livro que acompanha a reedição: 






 Resumidamente, Let it Be saiu originalmente em Maio de 1970, com doze canções quase todas gravadas nos últimos dias de Janeiro de 1969 ( com excepção de I Me Mine que foi gravada em Janeiro de 1970 e Across the Universe tinha sido gravada em Fevereiro de 1968). 
A par dessas foram gravadas outras e mais versões das mesmas que deveriam fazer parte do disco Get Back, compilado por Glyn Johns em Maio de 1969 e portanto antes de ficar decidido publicar o disco já com o título Let it Be. Estas informações provêm directamente do livro que acompanha a reedição agora publicada.     

Assim, o que se conhecia de tais gravações era a versão final de Let it Be, tal como publicada em Maio de 1970 e que teve intervenção do produtor Phil Spector, umas semanas antes, o qual modificou algumas gravações. Em 2003, a pedido de muitas famílias de consumidores foi apresentada a versão "Let it Be...naked",  na qual se deu a conhecer oficialmente e pela primeira vez o modo como algumas canções deveriam ter soado, sem a intervenção de Phil Spector. 

Porém, ainda assim, faltava a apresentação oficial do disco original tal como gravado por Glyn Johns e com as canções que o mesmo destinou a tal disco que seria a banda sonora do filme, Get Back. Coisa feita agora, passados 50 anos e depois de algumas edições piratas, sem a qualidade sonora exigível. 

A versão actual do disco Get Back, gravado por Glyn Johns é mesmo impressionante para quem gosta de Let it Be, mesmo ouvida em versão digital no You Tube. O tema Teddy Boy que aparece na versão agora apresentada é muito superior ao que saiu no primeiro disco a solo de McCartney.

A par dos dois discos foi também acrescentado um acervo de gravações da mesma época e sessões que serviram para preparar a referida banda sonora do filme em causa, com muitas horas de gravação a serem espremidas em mais dois discos ( vinil ou cd) que se juntam na referida caixa.

Resumidamente foi assim que a revista Record Collector em número especial de 2019, contou o assunto de Let it be que deveria ter sido Get Back, num género de artigos que permitem aos críticos lusos e de outras paragens brilhar com luz reflexa e parasita: 





E como é que na altura em que saiu se comentou criticamente o disco? Em França, terra onde sempre se deu muita importância aos Beatles, na imprensa especializada, a revista Rock&Folk dava assim a nota crítica através de um dos seus redactores mais conceituados, em Junho de 1970, com laivos de coisa musical déja vu, num artigo cuja qualidade nem se sonhava por cá:



Em Agosto o disco era número um nos tops de venda de vários países:


Nos EUA, a Rolling Stone de 11 de Junho de 1970 também dava o seu óbulo para a recensão do novo disco, com algum desencanto e comparando-o mesmo com a versão pirata do disco de Glyn Johns.


E em Portugal? Na altura o disco saiu primeiro numa caixa ( na realidade mais um invólucro em cartão fino)  contendo um livro profusamente ilustrado e com alguns diálogos entre os músicos, o realizador do filme-documentário e o produtor Glyn Johns, além de outros. Lembro-me de ver tal cripto-caixa à venda, a preço proibitivo mas ainda assim muito apelativa, como se mostra nesta imagem retirada da internet de um dos sítios onde se vendem tais artefactos, ainda hoje e a bom preço. 


Quanto a apreciações críticas do disco não me recordo de ler porque ainda nem havia imprensa dedicada para além do Mundo da Canção que em Agosto de 1970 publicou esta capa, sem qualquer artigo no interior, para além de duas letras de canções do disco ( Two of us e The Long and Winding Road). 


 Só em Outubro de 1971 um tal António José Campos publicou um artigo na revista sobre os Beatles. Pretensiosamente pedante, com informações factualmente erradas e obviamente de cópia de outros artigos avulsos e estrangeiros. Tal como hoje...mas com um contexto ainda mais esquerdizante e radical. E ainda dizem que havia fassismo...




Este tipo de pedantismo também se reflectia no programa mais ouvido pela juventude "branchée" da época e que queria andar a par das novidades da música popular. O programa de rádio Em Órbita, no final de 1970 nem sequer incluiu qualquer música dos Beatles na selecção dos melhores discos do ano, tal como contava a Mundo da Canção em 20.3.1971. Preferiam ouvir Elton John ou John Denver, os intelectuais do programa que pouco depois acabou para se dedicar à transmissão de música barroca.



Aliás como é que estas pessoas iriam escrever sobre a música popular se lhes faltassem estas fontes? 


No anos sessenta e na altura do aparecimento de Let It Be nem sequer isto havia, tal como se mostra num livro da autoria de outro grande coleccionador da discografia do grupo, Abel Soares Rosa, porventura o maior em Portugal e que coligiu em livros ilustrados tudo o que encontrou sobre os Beatles em Portugal.



Na vizinha Espanha, na mesma época o panorama era outro, como se mostra nestas imagens do livro Los Beatles made in Spain da editorial Milenio...onde se conta também que o grupo visitou a nossa vizinha em meados dos sessenta e por cá, tirando Paul McCartney em férias no Algarve, nessa época, nunca puseram os pés. 




Na verdade, os Beatles, em 1964 até estavam interessados em vir a Portugal, tal como foram a Espanha pouco tempo depois. Porém, como conta o Diário de Lisboa de 29 de Agosto de 1964 ( do livro de Abel Soares Rosa) a questão era o...preço.



A bem dizer, os Beatles em Portugal só foram melhor conhecidos no início dos anos oitenta, com a reedição local dos seus discos, tal como esta publicidade do Sete de 8.10.1982, mostra. Vinte anos depois...e basta dizer que em relação a Let it Be só ouvi a primeira canção do disco, já bem entrado nos setentas e numa emissora espanhola, provavelmente por ocasião de alguma reedição do disco. Talvez aquela de 1976. Fiquei deslumbrado com Two of Us, meia dúzia de anos depois.

Claro que já conhecia algumas das canções dos discos anteriores, particularmente as mais badaladas, como Yesterday ou Something, Ob la di ob la da e muitas outras, como a fantástica Oh Darling! , precisamente de 1969. Mas a integralidade dos discos só nos anos oitenta foi possível ouvir. E com isso muitas descobertas serôdias e impressionantes para um ouvido então já interessado.


Impressão final sobre a reedição, particularmente a caixa de cd´s e o blu ray que já ouvi: vale a pena ouvir porque o som está efectivamente melhorado em relação ao lp original. Porém, para ouvir a "real thing" prefiro sempre o Lp com capa indicada na primeira imagem mostrada. Mesmo sendo a reedição de 1976 é outra coisa que nem o som do blu ray consegue transmitir, apesar de ser mais límpido, mais espaçoso no ouvido e mais dinâmico, com baixos melhor definidos e agudos equilibrados de outro modo. Porém,  isso não é tudo, nestas coisas...

Quanto aos Beatles em geral, a minha primeira visão do conjunto da sua obra musical foi com esta revista francesa de Novembro de 1976 que trazia um pequeno dossier sobre o grupo. 



Uma imagem que então a revista publicou impressionou-me por causa do efeito à distância:


Na altura a referência ao livro de Alan Aldridge ( autor de outra ilustração fantástica para o disco de Elton John de 1975, Captain Fantastic and the brown dirt cowboy) era apenas à edição francesa da Albin Michel e só muito mais tarde consegui obter o original da inglesa Macdonald Unit 75, publicado em 1969 e que se intitula The Beatles Illustrated Lyrics, uma das melhores obras com ilustrações sobre o grupo, assinadas por diversos artistas conceituados. 



 
No caso da imagem dos Beatles em projecção futurista, o artista, Michael Leonard,  enganou-se bastante... 
É deste livro a ilustração mais conseguida sobre o grupo, da autoria de Alan Aldridge: 



O Público activista e relapso