sábado, outubro 08, 2022

Os monárquicos e o ar que se lhes deu

 Em 5 de Outubro de 1989 o jornal Independente, ainda na sua fase ascendente, publicou no suplemento Vida 3 vários artigos sobre a monarquia portuguesa de então e que continua a ser a de agora.











Meia dúzia de anos depois houve o acontecimento do século para os monárquicos, aqui retratado no suplemento Olá ! do jornal Semanário de 20 de Maio de 1995. Perdão! Não foi acontecimento; foi casamento, o que significa que o casamento de D. Manuel II com a Hohenzollern não contou para tal contabilidade.








Na lista acima indicada sobre os monárquicos e não monárquicos apontaram-se alguns nomes de personagens então já desaparecidas. 

E Salazar ? Vejamos este artigo da revista Resistência de Julho/Agosto de 1977:




A última frase é reveladora: se os monárquicos nem conseguiam sustentar um jornal ( A Voz) , num tempo em que eram muito mais lidos que hoje, como é que poderiam aguentar um país?!

A explicação estava naturalmente no "ar do tempo", nos costumes que se alteraram. 

Em Outubro de 1989, precisamente quando o Independente publicou aqueles artigos, apareceu nos quiosques uma revista prè-anunciada numa fuga de informação do Semanário. 
Trazia uma reportagem literalmente pornográfica acerca de uma personagem então célebre no país e que fora o autor de vários edifícios polémicos em Lisboa, como o das Amoreiras. 

A revista era dirigida por personagens inenarráveis do meio editorial, como um tal André Neves e apareceu com uma capa que prometia revelações no interior,  escaldantes para a reputação do arquitecto. 
Tornou-se um êxito de vendas, nos 150 mil exemplares publicados, esgotando nos quiosques. Este foi comprado em Vila Nova de Foz Côa...


A justificação para a publicação era esta...


Nesse mesmo número do Independente Vasco Pulido Valente escrevia uma crónica sobre o assunto que ainda hoje vale pelas considerações escritas:


Os monárquicos, nisto? Nada tinham a ver porque foi um ar que se lhes deu e eram precisamente o oposto destes costumes e valores bárbaros que depois frutificaram e deram no que hoje temos como expressão sensacionalista nos media, com um fito e mente: o lucro quase a todo o preço. 

Cofina, CMTV ou TVI ou o espírito Sandra Felgueiras teve os seus precursores: os da Semana Ilustrada, além do mais...

Sem comentários:

O Público activista e relapso