domingo, outubro 23, 2022

Os manhosos do poder judiciário e a "loucura inimaginável" da corrupção em Portugal

 Nas edições de ontem e de hoje do CM há quatro páginas que explicam a quem souber ler o que são e quem são os manhosos do poder judiciário que temos, associado aos poderes políticos do bloco central que temos em Portugal. 

Estão aqui algumas das razões pelas quais tudo fizeram para correr com o juiz Carlos Alexandre do centro do TCIC. 

Como escreve Eduardo Dâmaso, primeiro "aumentaram o tribunal"; como isso não foi suficiente, depois "diminuíram o tribunal"; como ainda não chegou "extinguiram o tribunal"; como parecia mal, "integraram o tribunal"; como não era viável, pois as integrantes metiam muitas "baixas" e não tinham a competência exigível para lidar com milhares e milhares de páginas e centenas e centenas de volumes, "questionaram a distribuição"; depois as acumulações de serviço e por fim e sempre a par, o "estilo do juiz". 

O mesmo juiz foi sempre questionado, incomodado, perseguido disciplinarmente, através dos mesmos protagonistas que foram o Ministério da Justiça com a inacreditável e sonsa Van Dunem; o CSM com a sua maioria confortável de políticos de bloco central e escritórios de advocacia convenientes e os komentadeiros da SIC, RTP e TVI e das lusas todas que andam por aí a comer as migalhas desta corrupção.  A CMTV ficou-se pelo aproveitamento sensacional das audiências por causa do "superjuiz", epíteto ridículo que pegou de estaca e estampam na primeira página da edição de hoje, ou não fosse a jornalista Tânia Laranjo e os seus eflúvios relatos de um jornalismo de investigação da sensação a toda a hora e que "dá primeiro" e foge depois. 

 Então, sendo assim como efectivamente é, que se dê o nome aos boys e apareçam as caras que assim quiseram e conseguiram alcançar o objectivo que há uns anos se propuseram. Neste blog está tudo contado sobre tal fenómeno e basta ler.  Até aquela parte em que um juiz sindicalista acha que esta visão do problema é uma "loucura inimaginável" e portanto participou activamente nesta manobra de autêntico golpe de Estado político-judiciário na Justiça portuguesa.  Na sombra e a rir-se baixinho, sempre o mesmo Manhoso, o que detém o poder do PS neste momento e que conseguiu não ser ouvido presencialmente pelo mesmo juiz, no caso de Tancos, por ter exigido que tal não acontecesse. E fizeram-lhe a vontade, quem de direito. 

Onde? Como? Está por aqui contado. Porquê? Não está à vista mas é visível e quem ficou na sombra e contente com a decisão do DCIAP, ou seja da PGR, foi o CSM e o poder do STJ. Como? É caso de intriga e por isso fica para outra ocasião, mas tem uma ponta solta: a autonomia económico-financeira do CSM e dos juízes. Carros, deslocações, atribuições, etc, estava tudo em jogo e ficou tudo perfeito. O Manhoso concedeu, agradado, como se o país e o orçamento lhe pertencessem, o que aliás se entende porque quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é burro ou não tem arte. E um Manhoso tem arte de sete raposas. 

Este é por isso um retrato actual da corrupção em Portugal, uma "loucura inimaginável", de facto.

Tanto que o presidente da República já defende, actual e recentemente a composição do CSM com uma maioria de juízes, para evitar o efeito previsível: a corrupção do CSM pelos políticos que representam estes interesses e que foram no fim de contas quem actuou em concreto para escorraçar o juiz em causa. Parece demasiada conspiração? Pois é porque é mesmo! As coisas em Portugal acontecem assim e basta ver os factos as circunstâncias e ligar o que sucedeu com o que está a suceder. 

Há um problema grave na democracia portuguesa: é o PS, este PS deste Manhoso e dos que o precederam, com destaque para o inenarrável que anda por aí a aproveitar os efeitos deste ambiente deletério. 








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