sábado, dezembro 12, 2009

O regresso dos muito mentirosos

Andam por aí, à solta na Rede, umas supostas transcrições de telefonemas em que terá intervindo o primeiro-ministro, em charla animada com um seu amigo de peito.

As transcrições, apócrifas e de tonalidade jagunça e sabuja, pretendem apenas confundir os eventuais leitores e apanhar na rede, os incautos que piamente acreditam em qualquer patranha que lhes apresentem. E com a confusão, ganha sempre o infractor.
Desde o tempo do "muito mentiroso" da Casa Pia que tal é de evidência meridiana.
Apesar disso, o MP parece que vai perder tempo a investigar o autor da patranha. O director da revista Sábado, acha mesmo, em editorial, que o PGR "anda à caça aos gambozinos".
Quem apresentou o caso na sua devida dimensão, foi o caricaturista Cid, no Sol desta semana.


No Expresso desta semana, o cronista Sousa Tavares, metralha mais uma vez os ignóbeis anónimos que desfazem na excelsa figura de Mário S., um "herói do nosso tempo", "um dos maiores portugueses do seu tempo", etc, etc.
O "chorrilho de insultos, de calúnias reaccionárias de sempre, um misto de ódio, inveja e desprezo à flor da pele que arrepiam de nojo", em comentários anónimos à excelsa figura, são o mote para a croniqueta contra os anónimos que criam blogs falsos, inventam-lhe frases e incomodam sobremaneira o cronista que todas as semanas respiga sabedoria suprema sobre os mais diversos assuntos na tv, sem contraditório digno de jeito. Com assinatura reconhecida, o cronista orgulha-se de "dar a cara" pelas opiniões que debita e esportula com a generosidade estonteante de quem se convence em saber do que fala.

Dá a cara, dá o nome, debita inanidades sobre tudo e todos, pagam-lhe por isso e incomoda-se depois com a concorrência dos anónimos que lhe desfazem a imagem, de graça e a seco. E só não exige censura explícita porque lhe estragaria a imagem de democrata. Mas lá incentiva o PGR à investigação que " se isto passa impune, restará alguma coisa que não seja impune? " Uma investigação a um "chico-esperto", como o próprio o classifica a seguir. Assim:

"Algum "chico esperto", certamente mal aproveitado neste seu talento, fabricou um documento com cabeçalho falso do tribunal e produziu, fingindo reproduzir , o teor das conversas- tal como ele gostaria que fossem".

Atente-se ao pormenor:"como ele gostaria que fossem". O cronista Sousa Tavares nem se dá conta de quem será o "ele", porque se desse, provavelmente nem escreveria a crónica. É que pelo que se vai sabendo, o tal "chico-esperto" é daqueles que assina com o nome próprio e até "dá a cara".

Enfim.

Questuber! Mais um escândalo!