Expresso online:
"Não acredito numa palavra", ouviu-se entre os sócios da Associação 25 de Abril, onde esta quarta-feira se realizou o debate, promovido pelo blogue Ânimo, quando terminaram os 10 minutos dados ao candidato da Aliança Portugal.
Paulo Rangel era o segundo a intervir e foi sob um constante, ainda que discreto, 'bruáá' na sala completamente cheia que tentou passar uma "mensagem de encorajamento e de esperança", assente na ideia de que, três anos depois, "estamos num momento de viragem" e que "cumprir o sonho de abril" é conseguir "manter o Estado Social sem deixar o país na bancarrota".
Vasco Lourenço, o anfitrião, já dera a entender que não seria fácil ao "representante do Governo" discursar perante aquela plateia, ao confessar esperar que das europeias de 25 de maio saia um cartão vermelho ao Governo.
Marisa Matias, a primeira a falar, foi, ao contrário, muito aplaudida. Houve até quem gritasse "bravo" ao final de uma intervenção orientada para a defesa da tese de que "há alternativa à política de austeridade, é uma questão de escolha: entre a dívida e os mercados, por um lado, ou as pessoas, o Estado Social, a democracia, por outro".
Mas João Ferreira, da CDU, não lhe ficou atrás: "Tem o meu voto", houve quem dissesse ao atual eurodeputado comunista, que defende a recuperação da soberania monetária e orçamental ou, dito por outras palavras, a politicamente incorreta saída do euro.
Francisco Assis foi ouvido com atenção, mas aplaudido mais por cortesia do que por convicção. Foi o único a referir-se explicitamente à "saída limpa", anunciada no domingo à noite por Passos Coelho, como não correspondendo a "nada de verdadeiramente significativo", transferindo o momento decisivo para as eleições de dia 25: "A troika vai, mas fica um Governo que vai mais longe que a troika na aplicação das suas políticas. A grande mudança é o que pode acontecer a 25 de maio, se reordenarmos políticas nacionais e europeias".
Ainda do Expresso online:
Em entrevista exclusiva ao Expresso, o presidente do Eurogroup diz que Portugal está hoje melhor do que estava a Irlanda quando optou pela saída limpa. Mas se Portugal perder o acesso aos mercados, "então já não é um cautelar, é um novo programa", avisa. "O governo português está agora nas suas próprias mãos."
Como se pode ler pelos exemplos supra, os portugueses continuam muito bem informados sobre a política nacional.
Em 1974, pouco antes de 25 de Abril, não era muito diferente...
Quem entendeu bem o jornalismo português, de sempre, foi o filósofo esquerdista arrependido, Sartre: um jornalismo atento ao fait-divers, muito venerador de certos poderes e obrigado à ignorância.
Em Abril de 75 o filósofo estivera por cá, mai-lo seu ajudante no
Libération, Serge July. No Expresso de 5 de Abril desse ano, numa
página, contava que os jornais portugueses em geral não lhe
pareciam bons porque "não explicavam nada".
A diferença, para os dias que correm? Estão piores naquelas qualidades intrínsecas.E continuam sem explicar nada.
E quem beneficiou desta "Liberdade" com 40 anos em cima? Pois um dos maiores beneficiários foi o dono das impresas sic, o Francisquinho do tempo de Caetano. O 25 de Abril de 1974 foi com toda a certeza o dia mais feliz da sua vida. Foi o dia em que lhe saiu a sorte grande. Foi o dia em que deixou de ser Francisquinho e passou a ser um grande democrata da Ala Liberal e até fundou um partido que ontem fez 40 anos. Por esse motivo prosaico, o antifassismo militante foi logo adoptado como linha política editorial e assim perdura há quarenta anos.
Em vez do Porsche usado que lhe incendiaram com um daqueles artefactos que a luar e o prp conheciam bem, tem agora um empório e pode ter Porsches em barda.
Que vantagem poderia ter em informar bem as pessoas que lêem os seus jornais e vêem as suas tv´s? Pouca. Nenhuma mesmo.
Um povo informado é um povo esclarecido e que não compraria os seus produtos...