O cronista António Lopes Ribeiro, cineasta do tempo do Estado Novo, escreveu na revista Observador de 9 de Julho de 1971 esta carta aos nascituros, ou seja à geração que está agora na meia idade dos 40 e aos seus filhos.
Nela elenca um conjunto de fenómenos sociológicos e políticos que afectaram a geração que nasceu com o aparecimento do séc.XX ( ALR nasceu em 1908, Salazar em 1889) e traduz a amargura de ver a sociedade a mudar e os costumes a modificarem-se, no entender daquele para pior.
O tempo de António Lopes Ribeiro era o tempo de Salazar e de quem foi educado nessa época segundo os costumes do tempo, com forte influência da igreja Católica que o jacobino Afonso Costa pretendia eliminar, "em duas gerações" ou quantas fosse preciso. Porém, quem foi eliminado da cena dali a poucos anos foi ele mesmo que teve de se pisgar para Paris... e por lá se finou, só tendo o que dele restava sido trasladado para cá, precisamente em 1971.
O que nesta carta se diz incomoda a esquerda burguesa que era já nessa altura a percursora da mudança social e pretendia a mudança política para a impor aos cidadãos.
40 anos passados o que resta dos assuntos desta carta que ainda hoje seja válido como tema de discussão? É ler...clicando na imagem com o botão do lado direito do rato e abrindo uma nova janela no computador e a partir daí aumentar a imagem.