Escusado será dizer que a direcção da revista- o sr. Bloch, ucraniano de ascendência judaica- achou por bem nessa altura publicitar essa plétora de indivíduos da mesma raça, para mostrar a sua importância no mundo contemporâneo e fê-lo de um modo completamente descomplexado como se pode ler pela introdução ao artigo, em estilo que hoje seria impossível de ler.
Hoje em dia, uma reportagem desse tipo, aliás publicada originalmente numa revista judaica norte-americana, seria politicamente incorrecta e suscitaria logo a "questão judaica".
Porém, nesse tempo de há 40 anos a inocência era mais pura, digamos assim e os judeus assumiam a condição e não tinham complexos em mostrá-la com referência à raça.
Dificilmente apareceriam nessa altura publicações a mostrar os 50 cristãos mais importantes do mundo ou os 50 hindus ou outra raça qualquer que fizesse gala dos pergaminhos do credo religioso associado à etnia. Porém, os judeus faziam-no e se agora são mais discretos não significa que tenham abandonado o sentimento de pertença e de grupo. Foi isso que se mostrou no que sucedeu em França há cerca de um mês: um povo que se sentiu mais uma vez atingido enquanto tal e reage enquanto tal, perante a relativa ignorância dos demais que na sua maioria não identificam os sinais identitários ou o espírito de clã.
Tornar-se-ia interessante perceber por que razão tal acontece ao longo de séculos. Há quem tenha estudado o fenómeno mas não vislumbro quem será a melhor autoridade na matéria.
Alguma sugestão? Ou seja, quem são os melhores autores da história do povo judaico, para além do Antigo Testamento? Desconfio que serão cristãos...