domingo, julho 12, 2015

A Filosofia dá que pensar...

Já por aqui disse que não tenho estudos suficientes para falar de filosofia e por isso não me aventuro pelo desconhecido, sem mais.  Mas leio coisas por outros lados, no caso duas revistas francesas desta semana que me dão que pensar...para que serve a filosofia.

Numa delas, em formato de jornal desdobrável, Le Un, que já vai no 64º número e é uma pequena maravilha semanal, a edição de 8 de Julho trata a "filosofia política", contendo nas páginas centrais, desdobráveis em "broadsheet", uma entrevista com o actual ministro da Economia francês, Emmanuel Macron. Este, antes de ser ministro foi estudante de filosofia e aluno na ENA, a alta escola de administração francesa e que nós não temos em Portugal coisa que se lhe compare. Fala de Paul Ricoeur e como aprendeu com ele a empenhar-se na política por este lhe ensinar que " a exigência do quotidiano é de aceitar o gesto imperfeito".

Outro citado é Régis Debray, antigo companheiro de armas de Che Guevara e que acaba por dizer que " a melhor filosofia é não ter nenhuma"...


Como habitualmente o desenhador da revista-jornal faz um apanhado do assunto em alguns desenhos.


Na Sexta-Feira, ao folhear a edição desta semana da OBS notei num nome e numa entrevista: Jean Salem, professor de filosofia antiga na Sorbonne, nascido em 1952. Diz na entrevista este professor de filosofia antiga que tem livros escritos sobre Demócrito, Epicuro e outros que " continua um defensor convicto do ideal comunista". Até defende o estalinismo...porque senão ninguém o defenderia.


Depois disto é forçoso concluir que a filosofia não é garantia alguma contra o totalitarismo pois há quem tivesse estudado filosofia antiga para concluir afinal que o melhor pensamento ainda foi o de Estaline e próceres do comunismo, como Marx e Lenine.
Como também sabemos que houve pensadores importantes da filosofia que apoiaram o nazismo será caso para dizer que  a filosofia dá mesmo que pensar.
E se o pensamento filosófico não garante a felicidade neste mundo, por se atingir o nirvana do conhecimento, com aplicações para o bem geral da Humanidade, o estudo desse pensamento ainda menos. Talvez por isso o outro filósofo antigo tenha concluído que só sabia que nada sabia...o que já é saber alguma coisa, mas sem grande préstimo porque não confere grande vantagem sobre quem realmente nada sabe mas sem tal saber.
Ou será isto um sofisma e afinal vale a pena tentar saber?

Questuber! Mais um escândalo!