Elina, Bastonária da OA:
Caso que envolve ex-PM mostra que "por vezes" se "prende para investigar" e que o segredo de justiça é violado para "branquear investigações criminais", diz Elina Fraga em entrevista à Renascença/"Público".
O Ministério Público limita-se a abrir inquéritos às violações do
segredo de Justiça, mas nunca tira consequências, acusa a bastonária da
Ordem dos Advogados, Elina Fraga, em entrevista conjunta à Renascença e ao "Público".
A
bastonária diz compreender o "desespero" dos advogados de José Sócrates
ao saberem pelos jornais de diligências de que deviam ter sido
notificados pelo Ministério Público.
Para Elina Fraga, abusa-se
da prisão preventiva e, "por vezes", prende-se "para investigar". "A
percepção que o cidadão tem é que se anda à procura, de forma quase
esquizofrénica, da prática de um ou vários crimes – e não de que há uma
linha condutora da investigação criminal."
Quem tem violado sistematicamente, desde o primeiro dia, o segredo de justiça são os advogados do processo em causa, em declarações avulsas, em comunicados, em conferências de imprensa, sob o pretexto de responderem às violações aparecidas nos media.
O advogado Araújo já declarou publicamente que o segredo de justiça, para ele, acabou, sobrepondo-se à lei e fazendo uma à sua medida patusca.
Vem agora a Bastonária dizer o que diz e nunca disse nada sobre o assunto. É tão lamentável como o anterior bastonário e não admira porque foi escolhida por ele.
Dizer que compreende os advogados do processo em causa ( não pretende falar de outros, evidentemente) por saberem pelos jornais de diligências de que deviam ter sido
notificados pelo Ministério Público é tão hipócrita e baixo que até dói.
Comentar investigações criminais como a Bastonária o faz é ainda mais lamentável porque denota bem onde está e o que a move: não a justiça, mas apenas o justicialismo ao contrário.
Torna-se óbvio também que estas entrevistas cirúrgicas ( não as dá quando o advogado Araújo mija fora do caco, passe a expressão patusca) servem apenas um interesse que já nem sequer é oculto.